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Ema o emprego é meu

— E aí, deu certo, senhorita Grace? - olha-me com expectativa.

— Deu sim, senhora Constância, eu já começo amanhã mesmo. - respondo otimista.

— Que bom, parabéns, fico feliz em saber que a vaga é sua. - parabeniza- me — Finalmente depois de quase 20 moças, ele conseguiu preencher a vaga.

.." Depois de quase 20 moças, caramba, ele bem exigente.

— Pelo visto o seu currículo deve ser muito bom mesmo.

— Obrigada senhora. - agradeço sorrindo.

— Bom, então, até amanhã?!

— Até.

Saiu da mansão toda feliz e sorridente, indo direto para a estação de trem.

— Tô tão ansiosa para começar nesse novo emprego. - suspiro fundo — Só de conseguir pagar as dívidas, já será uma preocupação a menos em minha cabeça.

Chego em minha casa quase meia hora depois.

O Anthony, é claro que ainda não chegou da rua, mas isso não tira a minha alegria, a minha felicidade e o sorriso do meu rosto.

— Ele estando aqui ou não, pouco me importa.

Tiro meus sapatos preto de salto médio, meu blazer azul marinho e os coloco no armário que fica logo na entrada da casa, perto da sala, ficando apenas com a saia que faz  conjunto do blazer e a blusa branca que usei para compor o look para a entrevista.

— Agora que estou muito mais confortável, nada como uma bela taça de vinho, não é?!

Vou para a cozinha, coloco minha bolsa em cima da bancada da pia, abro a geladeira e pego a garrafa de vinho branco, que por sinal, já está aberta e pela metade.

Em seguida vou até o armário, pego uma taça e coloco em cima da pequena ilha que fica bem no centro da minha humilde cozinha.

— Eh, acho que a única coisa que falta agora é alguém para comemorar essa vitória comigo.

Eu nem preciso pensar, afinal só existe uma pessoa que eu realmente quero compartilhar as boa notícia.

Vou até a minha bolsa, abro e pego o meu celular.

A primeira coisa que faço é olhar a hora.

— Bem, já são 11:45, então, com certeza ela está em horário de almoço.

Eu sou o tipo de pessoa que não gosta de ligar fora do horário, para não arrumar problema para a pessoa no trabalho dela.

— A Emma vai vibrar quando souber que o emprego é meu.

Sento na banqueta da pequena ilha, entro nas minhas últimas ligações feitas e clico em cima do número dela.

Enquanto espero ela atender, encho metade da minha taça de vinho, o que são apenas três toques.

— Oi, Grace. E aí, como foi lá na entrevista? - pergunta curiosa e ansiosa pela minha resposta.

— Ah, bem. - respondo fazendo suspense.

Tento segurar ao máximo a minha empolgação.

— Só, 'bem'? Como assim? - indaga aflita.

Mesmo com uma vontade enorme de dizer a ela que o emprego é meu, eu resolvo continuar com o suspense.

— Ah, foi bem, o que mais você quer que eu diga?

— Ué, sei lá, que o emprego é seu?

Suspiro fundo e finalmente resolvo dizer para ela.

— Então tá, o emprego é meu.

Eu mal termino de falar e ela grita extasiada do outro lado da linha.

— Aaa... Não acredito amiga, parabéns, eu sabia que você ia conseguir esse trabalho.

— Obrigada. - agradeço e bebo um gole do vinho.

— Nossa Grace, tô muito feliz por você, de verdade. - diz com total sinceridade.

— Eu sei. - suspiro.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Bom, mas e aí, me conta, como é o seu novo CEO? Porque o anterior além de ser um pé no saco, era feio para chuchu.

Há.. há.. há.. - começo a rir do modo como ela diz.

— Aí, só você mesmo, Emma.

Há.. há.. há.. - não consigo parar de rir.

— Oxi, e é mentira?

— O duro que não. - afirmo.

Há.. há.. há..

Enquanto ainda estou na gargalhada, ouço ela fazer o mesmo do outro lado da linha.

Há.. há.. há..

— Tá bom, vai Grace, chega de enrolação e me diz logo como ele é.

Bebo mais um gole de vinho e em seguida suspiro profundamente.

— Pera aí, você suspirou? - indaga cabreira — O que você está escondendo de mim?

— Eu? - desconverso — Nada.

— Não, você está escondendo algo sim. - diz convicta — Pera aí, que chego aí em dez minutos e você terá que me conta pessoalmente.

— Mas e o seu ...

Tu.. tu.. tu..

Sou deixada no vácuo sem concluir o que eu ia dizer.

— Cara, desse jeito ela vai acabar perdendo esse emprego.

Pego a garrafa em minha mão e viro- a, colocando mais vinho na taça.

— Só ela mesmo viu.

Começo a rir enquanto bebo e me lembro do senhor Price todo nu, parado em minha frente.

.." Que espetáculo de homem é aquele! - molho meus lábios com a ponta da língua e em seguida mordo o lábio inferior — Deve ter uma pegada na cama.. que meu Deus.. snif..

Só mais duas taça de vinho e ouço a Emma entrando na porta da frente.

Já sendo de casa ela sabe que não precisa bater ou chamar.

Ela pode entrar direto.

— Vai Grace, desembucha.

Entra na cozinha, joga a sua bolsa do lado da minha e senta em outra banqueta da pequena ilha, de frente a mim.

— Ok, Emma, eu vou te contar tudinho, detalhadamente, mas antes deixa eu te servir uma taça de vinho. - enrolo para deixa- lá ainda mais ansiosa.

— Tá, mais não enrola hein.

Levanto, vou até o armário, pego outra taça e volto para o mesmo lugar que estava.

— Prontinho. - pego a garrafa de vinho e sirvo para ela — Viu como foi rápido?

— Eh, foi sim,.. - concorda — .. mas agora, anda vai, desembucha.

— Tá bom! - riu e mordo o canto do lábio inferior.

— E oh,.. - chama a minha atenção antes de eu começar a falar — .. todos os detalhes hein.

— Ok.

Bebo mais um gole de vinho, suspiro fundo e começo a contar desde o início para ela.

— Bom, primeiro que eu cheguei atrasada, achei até que ele não iria querer me receber, mas graças a Deus ele não se importou com os 00:45 minutos adicionados..

— É, um ponto positivo para ele.

— Eh, é sim. - concordo levando a taça novamente a boca e bebendo outro gole de vinho — Só que esses minutos adicionados, por conta do meu atrasado, teve uma consequência.

— Como assim, uma consequência? - olhou-me confusa.

— Não foi uma entrevista convencional. - digo sentindo uma tensão surgir em mim — Foi algo bem inusitado para mim.

— Inusitado? - olhou-me sem entender — Como assim, me explica.

Estalo todos os dedos da mão antes de começar a falar.

— Ele me fez ir até a Hidromassagem, da enorme mansão dele, onde eu o encontrei totalmente nu.

A primeira reação dela é arregalar os olhos e levar as mãos a boca.

— Não, não creio que ele teve a coragem de fazer isso?! - diz incrédula.

— Bom, acredite você ou não, ele teve sim. - afirmo — E vou te dizer hein.. snif.. é um espetáculo de homem. Perfeito.

— Sério?

Balanço a cabeça positivamente.

— Por acaso você já ouviu falar do 'Bilionário Thomas Mueller Price', um dos homens mais cobiçado e desejado de Los Angeles?!

Só de dizer o nome dele a ela, ela já me olha de boca aberta.

— Nãooo.. sério mesmo? - indaga incrédula —  Seu novo CEO será nada mais, nada menos, que o gostosão do 'Thomas Mueller Price'?

— Sim, ele mesmo. - digo de boca cheia.

— Não, não pode, nós temos que trocar de emprego agora mesmo. - diz num tom brincalhão.

Há.. há.. há.. - ri tanto que sai lágrimas de meus olhos.

— Tô falando sério, Grace, nós temos que troca. - diz eufórica — Eu preciso confirmar se ele é tudo aquilo que eu vi nas revistas.

— Bem, aí depende, o que você viu na revista?

— Ah, um homem com um corpaço e muito bem dotado, se é que você me entende. - diz num tom de malicia.

— Ahm.. - faço segundos de suspense — É.. pra sua alegria e tristeza, ele é tudo isso e mais um pouco.

— Jura?

Balanço a cabeça positivamente.

— Meu, porque que eu nunca tenho uma sorte igual a sua? - diz num tom de desânimo e lamentação — Você deve ter nascido com o bunda virado para lua viu, só pode.

Há.. há.. há.. - começo a rir sem parar.

Ela pega a taça e bebe o vinho de uma só vez, e em seguida nos olhamos por alguns segundos.

.." Será que tenho mesmo, tanta sorte como ela diz? Será que o que aconteceu naquela entrevista foi por acaso, por causa do meu atraso, ou foi proposital da parte det?

— O que foi, Grace? - olha- me atentamente —O que está passando aí, nessa sua cabecinha?

— Se sou sortuda mesmo como você disse. Se foi o fato de eu ter chegado atrasada para a entrevista, que me levou a vê- ló totalmente nu naquela hidro, tipo uma coincidência, sabe?

Ela balança a cabeça positivamente.

— Ou se ele fez aquilo de propósito, como uma forma de me punir pelo meu atraso.

— Ah, Grace, o que posso te dizer? - da de ombros — Se bem que uma punição dessas, eu ia querer receber todos os dias!.

— Né?! - concordo rindo — Até eu.

— Bom, mais e aí, ficou faltando um detalhe para você me dizer?!

— Que detalhe? - a questiono.

— Oxi, se estava duro ou não. Porque para você dizer que ele é bem dotado, você não tirou o olho de lá.

— Eh.. - desvio o olhar e suspiro ao lembrar do senhor Price todo peladinho.

— Emma? - grita meu nome chamando a minha atenção.

— Ahm, o que?

— Eu preciso saber se ele estava excitado ou não. Nossa eu já imaginei aquele homem tantas vezes pelado que nem consigo contar.

A Emma sempre tem um jeitinho de me convencer a dizer o que ela quer saber.

— Ok, eu vou dizer sua pervertida. - riu divertidamente — Pelo tamanho e grossura, com certeza ele estava excitado.

— Jura? - indaga surpresa e extasiada.

— Sim. - afirmo — Estava bem duro.

Coloco o cotovelo em cima da ilha e apoio minha cabeça em minha mão, enquanto a lembrança do p**** dele fica reprisando em minha mente.

— Ao vê- ló totalmente excitado, você caiu de boca, né?

Ao ouvir, começo a rir.

— Você ficou louca, Emma? Eu sou casada!

Me olha de um jeito como se não se importasse.

— E daí? - responde de um jeito debochado — Isso é só um detalhe.

— Você diz isso porque não tem o marido que eu tenho. Ciumento e neurótico.

— Desculpa Grace, mas nem queria ter. - diz com sinceridade — Porque, para que que eu ia querer ter um homem ao meu lado que se importa mais com os amigos do que comigo, que só me procura uma vez por mês e só para uma rapidinha, deixando- me na cama frustada e insatisfeita por não ter tido um orgasmo, que prefere sair para jogar futebol e transar com qualquer uma por aí, ao invés de arrumar um emprego e dar uma vida melhor a mulher guerreira, batalhadora e maravilhosa, que ele tem dentro de casa, um cara que no dia do nosso aniversário de casamento ou até no meu, fica esperando que eu mesmo me presenteie, se não é passado em branco?

Eu ouço algumas palavras que me ferem, que me machucam, mas que lá no fundo, eu sei que ela está me dizendo a verdade.

Respiro fundo.

— É, você tem toda razão. - concordo cabisbaixa.

— Mas é claro que tenho, afinal era eu que estava com você no seu último aniversário, você lembra? - recorda- me — Enquanto eu a levei para se divertir e comemorar em uma balada, para não passar mais um em branco, ele estava transando com uma v**** no quarto de vocês, na cama onde vocês dormem.

Eu a olho com os olhos cheios de lágrimas e o canto do nariz contraindo. Prestes a chorar.

— É claro que me lembro, não tem nem como eu esquecer. - afirmo — Eu peguei um trauma tão grande de abrir a porta do meu quarto, que quando eu chego da rua, se você não estiver comigo para abri- lá, eu fico em qualquer cômodo da casa até ele aparecer. Aquela cena dele comendo ela por trás enquanto usava o meu vibrador na b***** dela, ficou gravado em minha memória. Tanto que toda vez que ele me pedi para ficar de quatro, no meio do papai e mamãe, as coisas esfriam na hora, me fazendo sair da cama e ir para o banheiro chorar. - as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto — Não porque eu não gosto desta posição, mas porque me faz lembrar do que ele estava fazendo com a outra. - dou um suspiro pesado — Na minha cabeça, é como se ele quisesse me usar para recordar daquele dia, com aquela mulher, entendeu?

— Oh, amiga. - me olha com pena segurando em minha mão.

— Tudo bem, eu já estou começando a me acostumar com isso. Acostumando a transar pela metade. Acostumando a me satisfazer com os meus dedos ou o meu vibrador novo, no banheiro enquanto ele dormi ou não está em casa.

— Não, você não deve se acostumar com isso, Grace. Porque isso não é normal em uma relação. - diz firmemente — Você é uma mulher linda, maravilhosa e gostosa, que merece ter um uma relação sexual saudável. Uma relação que a de muitos orgasmos.

Há.. há.. há.. - começo a rir.

— Só você mesmo Emma, para me fazer rir desse jeito.

— Mas é sério c******,.. - ri também — que mulher não merece ter muitos orgasmos?

— Ah, sei lá. - continuo rindo — As amantes do meu marido?

Há.. há.. há.. (×2) - começamos a rir juntas.

— Né??.. - concorda.

Os risos e zoeira se arrastam por mais meia hora.

Não é sempre que batemos um papo assim tão gostoso, mas quando fazemos a gente abusa ao máximo.

— Não, mas agora é sério Grace. - tenta não rir tanto — Se um CEO tão gostoso como esse senhor Price é, te desse algum sinal de interesse em você, você teria mesmo a coragem de recusar só pelo fato de você ser casada? - olhou-me curiosa.

— Ah, eu ...

De repente o Anthony entra na cozinha interrompe a minha resposta para ela.

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