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07

Reino de Egiths

Martin Forth.

Martin aguardava o senhor voltar com o homem que tinha as tais informações no bar, quando o velho saia, Martin rapidamente reparava no homem alto e moreno ao seu lado, ele era forte, repleto de cicatrizes, parecia ser um lutador, em seu rosto havia algumas marcas que lembravam tatuagens, ele aparecia na porta e após olhar cada detalhe de Martin, ele o chamava.

— Entre.

O homem alto e moreno dizia se virando sem nem um pingo de simpatia, tudo ali naquele assentamento girava em volta de dinheiro, somente assim eles conseguiam sobreviver abastecendo os seus postos de água e alimentação.

O jovem Martin entrava desconfiado pela porta, olhando tudo em sua volta, o local estava cheio, pessoas bebiam e cantavam, nem pareciam ter vindo de lugares destruídos pela guerra.

O homem moreno se sentava numa mesa de madeira antiga, e Martin o acompanhava, ele admirava o interior do bar, era bem rústico, havia garrafas de vidros de diversas cores ao fundo numa prateleira de madeira velha, cortinas cobriam as janelas deixando o local um pouco escuro, havia lamparinas por toda a parede iluminando o lugar.

— E então… quanto você pode pagar?

O homem é direto, apenas o dinheiro importava, Martin colocava a mão embaixo do tecido que o cobria, pegando o pequeno saco de moedas.

O jovem o colocava na mesa, e um sorriso largo surgia no rosto do homem, que dava uma gargalhada.

— Agora podemos conversar! — Ele dizia rindo e pegando o saco de moedas, ele o abria e começava a contar.

— Qual o seu nome, rapaz? — O homem perguntava contando as moedas com um sorriso no rosto.

— Meu nome é Martin… sou um viajante de… — Antes do jovem terminar a frase, ele é interrompido pelo homem que parecia ter ficado de bom humor vendo o dinheiro.

— Todos somos, meu amigo… todos viemos para cá em busca de paz, as guerras levaram tudo que tínhamos. — O homem continuava. — Meu nome é Steve, eu sou o responsável pelo abastecimento daqui, conheço praticamente todos e ajudo a manter a ordem.

Steve guardava o pequeno saco de moedas em seu bolso, e se virava sério para Martin.

— O que você quer saber? — O homem perguntava se inclinando na mesa, como se quisesse falar baixo, o lugar estava cheio e barulhento.

— Estou procurando algumas pessoas, não tenho certeza se estão aqui, mas qualquer informação é bem-vinda.

Martin falava se aproximando de Steve, que ouvia atentamente.

— Alguns lobisomens atacaram a casa de minha irmã e cunhado a alguns anos, e levaram algo muito importante deles, os malditos fugiram sem deixar rastros, descobrimos a algum tempo que eles estavam usando as pedras Ônix junto a magia para nos despistar, preciso encontrar esses desgraçados.

Martin falava com os olhos repletos de raiva, Steve o olhava e conseguia sentir que tudo que o jovem falava era sério.

Enquanto eles conversavam, uma mulher aparecia carregando uma bandeja com copos de bebida, ela olhava bastante para Martin que retribuía os olhares da mesma forma, ela era bonita, sua pele era morena, os olhos grandes chamativos e os cabelos cacheados e longos, o homem sentado à mesa com Martin observava a troca de olhares dos dois. A morena ali não parecia ser muito mais velha que Martin, porém, encontrar pessoas jovens como ele era complicado, já que o jovem havia nascido quando as mulheres já não tinham mais filhos.

Em algumas partes mais distantes do mundo, ainda era possível ouvir alguns relatos de bebês que nasciam, apenas em reinos longe de Aftermoon, parecia que algo estranho e sem justificativas tinha acontecido, isso afetava mais os locais próximos ao reino.

Steve percebia que Martin e a morena ainda se olhavam, ele ficava sério por um momento e logo interferia.

— Serena, nos dê licença, estou trabalhando agora.

Steve dizia a mulher que virava os olhos repudiando o irmão, ela colocava os dois copos de bebida na mesa, antes de sair dali, mas antes ela dava uma última olhada em Martin e o homem retribuía o olhar e admirava a mulher. Ela tinha curvas bonitas, e usava um vestido de tecido leve e fresco, tinha um piercing no nariz que parecia ser de ouro, em seu rosto uma maquiagem marcante que destacava os seus lindos olhos na cor castanho escuro.

A mulher saiu, deixando Martin encantado, ele havia ficado interessado na mulher, Steve percebia, e logo chamava a atenção do jovem.

— Pode tirar o seu cavalinho da chuva, minha irmã não fica com carinhas iguais a você.

O homem dizia, parecia não ter a intenção diminuir o jovem Martin, mas foi assim que ele se sentiu.

O jovem suspirava fundo, ele havia ido ali para buscar informações, era melhor deixar a mulher de lado.

— Bem... como você dizia, lobisomens atacaram os seus parentes?

Steve voltava ao assunto, virando o copo e fazendo uma careta logo após engolir, parecia ser algo forte.

— Sim… vim aqui porque o Alfa Harry me avisou que algumas raças de seres mágicos moravam de forma ilegal no assentamento, muitos ladrões e assassinos, ele havia recebido reclamações do lugar, onde relataram que alguns lobisomens de coloração estrangeira estavam causando problemas.

Quando o jovem Martin terminou de falar, os olhos de Steve se arregalaram.

— Você conhece o Alfa Harry? — O homem se perguntava se Martin era humano, ali naquele assentamento todos eram iguais, independente da raça.

— Ah, tanto faz… — Steve continuava sem nem mesmo guardar a resposta de Martin, o homem forte pegava o copo que Cintia havia deixado para Martin e o virava bebendo novamente.

Martin apenas observava, ele queria beber, mas agora já era tarde.

— Recentemente tivemos algumas brigas com uns lobisomens, acredito que sejam essas as reclamações, eles pareciam estrangeiros, os malditos chegaram a uns anos achando que podiam mandar em tudo, e de vez em quando se metem em encrenca. Estou tentando pegá-los, mas os cães são rápidos, nós não toleramos brigas aqui.

Steve estava com raiva, seus olhos mostravam isso, Martin sentia um bom pressentimento enquanto aos lobos.

— Você sabe me dizer se tem algum jovem com eles? Um adolescente?

Martin perguntava sussurrando, e assim que o homem ouvia começava a gargalhar alto.

— Você está de brincadeira? Há anos não vejo um adolescente por essas bandas. — Ele ria alto e levantava a mão para que lhe trouxessem mais bebida.

O jovem suspirava, ele não podia deixar aquilo o desanimar, provavelmente seu sobrinho estava escondido em algum lugar. Amanda era inteligente e não deixaria que descobrissem sobre o garoto.

— Bem… eu quero encontrar esses lobos tanto quanto você, preciso ter certeza de que não são os que procuro para avisar meus familiares.

Martin falava sério para Steve, ele tinha que mandar notícias para Félix logo, o jovem sabia o quanto sua irmã sofria com a perda do filho, ele queria ajudar.

— Certo, vamos fazer uma parceria então, trocamos informações sobre as investigações, se quiser pode ir conosco nas buscas também, sei que aqueles sarnentos conseguem fingir bem ser humanos e lutam sujo, por isso ajuda sempre é bem-vinda.

O homem estendia a mão para Martin, que respondia da mesma forma, eles faziam um trato. Os dois sorriam um para o outro, ao apertar as mãos, uma parceria nascia ali.

Martin conversava um pouco mais com o seu aliado e eles combinavam de começar as buscas nos próximos dias, o jovem ficava animado, e escreveria a carta para Félix, detalhando sobre a situação. Ele sabia que a carta demoraria a chegar, mas o importante era que sua Irmã Cateline soubesse que Martin estava próximo de descobrir algo. E ele sabia que em breve iria ter as respostas.

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