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Capítulo 2

Depois do que pareceu uma eternidade, meus dois melhores amigos finalmente se separaram do meu filho, sorrindo um para o outro como se a briga de alguns minutos antes fosse apenas uma lembrança distante.

“Então, o que você tem de bom para nos contar?”, perguntou Stella, enquanto todos – exceto tia Cecil que estava no tapete – sentavam-se nos sofás da sala: eu, Zef, meu pai em um; Stella, Rob e Danny do outro.

-Além do retorno de Teseu, é claro-.

"Não muito", eu disse a ele. -Tudo continua igual à última vez que nos vimos.

“Eu, por outro lado, tenho muito para lhe contar!” exclamou Stella. -Minha carreira está definitivamente decolando!-

“Mais do que já era?” Rob perguntou incrédulo. Ele caminhou até Danny e colocou o braço em volta dos ombros. Danny derreteu em suas mãos como manteiga ao sol.

-Haha divertido.-

“Então, você quer nos contar o que aconteceu ou não?” continuei, impaciente para ouvir a notícia.

Stella olhou em volta percebendo a ausência de Ronnie e Luca. -Sabe, talvez seja melhor eu dizer isso quando estivermos todos aqui. Por que não planejamos todos um jantar juntos amanhã?

“Parece uma ideia maravilhosa”, disse tia Cecil, batendo palmas. -Uh, uh... por que não convidamos Teseu também?-

Todos nós olhamos para minha tia como se naquele dia ela tivesse fumado toda a maconha que mantinha escondida debaixo da cama para emergências - ou pelo menos foi o que ela disse, eu não estava muito convencido; Eu tinha certeza de que tomava um por dia.

-Sim, vamos convidá-lo!- Zeff exclamou entusiasmado.

Ao meu lado, meu pai não parecia muito feliz com isso, mas o que quer que Zephyr quisesse... Zephyr conseguiria.

“Ok, então está decidido: amanhã jantaremos todos juntos em família!” anunciei.

Só esperava que o jantar não terminasse em crime.

Teseu gostava de se vestir elegantemente. Ele adorava a maneira como o tecido fresco da camisa roçava sua pele e como a jaqueta farfalhava a cada passo.

Portanto, ela não teve dúvidas sobre o que vestir naquela noite.

Naquele momento, porém, ele estava vestido com suas roupas elegantes. Ele nunca imaginou que tal coisa pudesse acontecer, mas diante daquela multidão de pessoas confortáveis em seus macacões, ele se sentiu estranhamente deslocado.

Para ser claro, não foi a primeira vez que ele se vestiu de maneira diferente dos outros (no ensino médio isso acontecia com frequência porque poucos meninos preferiam calças elegantes ou jeans a agasalhos), mas foi a primeira vez que ele se sentiu estranho com isso.

Talvez porque naquela massa de gente familiar e estranha também estivesse seu filho, e Teseu ansiava ardentemente por sua aprovação. Nem mesmo conhecê-lo havia impedido seu desejo; na verdade, só estava piorando.

Mas, quando Zeff o viu no meio da sala do apartamento, parecia que a luz do sol estava refletindo em seus olhos, embora já fosse noite e o sol tivesse se posto há muito tempo.

“Teseu, você chegou!” ele exclamou alegremente.

Ela não correu para abraçá-lo, eles ainda não tinham chegado a esse ponto, mas Teseu sabia que não precisaria esperar muito mais.

Ele era uma pessoa muito amorosa e não se importava de abraçar quem quisesse. Ele acreditava que era essencial que os outros soubessem o quanto eram importantes para ele e um abraço era a forma perfeita de demonstrá-los.

Ele ainda se perguntava como conseguiu conquistar Miki quando eles eram tão diferentes um do outro, até mesmo desse ponto de vista.

Teseu cumprimentou o filho, que retribuiu com entusiasmo.

-Como você está, campeão?-

“A vovó fez a lasanha!” foi a única coisa que ele disse, mas toda a sua felicidade podia ser vista naquela frase.

-Uau! Sério? Pelo que me lembro, eles são excelentes!-

-Assim é! “Eles são os melhores do mundo”, concordou Zeff.

Ao ouvir a conversa entre Teseu e seu filho, Miki ergueu os olhos do prato que estava colocando sobre a mesa. Ao lado dela, Luca, que conversava com ela, olhou longamente para o recém-chegado. Ele não pareceu muito feliz em ver Teseu naquela reunião familiar.

Medo de ficar no banco? Teseu pensou, dando-lhe um sorriso torto do outro lado da sala.

A única reação de Luca foi franzir os lábios em uma linha dura.

“O que você tem aí?” Zeff perguntou, tentando olhar por cima do ombro.

Teseu estendeu a mão por trás das costas, mostrando o que havia trazido.

-Tulipas laranja, as favoritas da sua mãe-.

Miki estava preparando a mesa, que ocupava quase toda a sala, mas sorriu ao ver o que Teseu lhe entregou. Ele largou o último prato e passou pela longa mesa retangular para alcançá-lo.

Ela pegou o buquê das mãos dele e levou-o ao rosto, respirando seu perfume.

Era uma cena com a qual Teseu sonhara muitas vezes durante aqueles longos doze anos. Às vezes, só por ser um homem particularmente masoquista, ele se pegava comprando um buquê de tulipas laranja só para deixá-las em um vaso na mesa de cabeceira e acordar com as flores que o lembravam de seu primeiro amor.

"Realmente não foi necessário, Montecchi", disse ele calmamente.

Teseu encolheu os ombros. -No caminho para cá, passei por uma floricultura e lembrei que tulipa laranja é sua flor favorita.

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