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SETE

No outro dia eu acordei cedo e fiquei com pena do João estar todo encolhido na minha cama pequena, com certeza o coitado devia estar cheio de dor, eu quis acorda-lo, mas olhar para aquele rostinho tão lindo e sereno enquanto dormia, estava sendo uma das melhores experiências da vida, então eu fiquei ali apenas parada e olhando para aquele anjo em forma de homem, um homem gigante e muito gostoso, dono de um certo mistério, uma certa doçura inocente, e que me encantava de uma maneira que eu nem conseguia explicar.

— Então é verdade que as estrelas nos observam durante o nosso sono! - Ele disse baixinho, ainda com os olhos fechado e depois sorriu, e foi impossível não rir junto com ele, seu sorriso era tão lindo!

— Bom dia Estrela!

— Bom dia meu Super Herói!

— Eu tô com fome! - Ele disse sem rodeios e eu sorri.

— O que acha de um piquenique como café da manhã?

— Acho perfeito!

Nós levantamos, e o João foi até o dormitório dele se arrumar e eu fiz o mesmo, depois de pouco tempo eu já estava arrumada e com uma toalha de piquenique improvisada nas mãos, antes de sair do meu dormitório dei uma olhada no seu celular que ainda estava desligado, e um simples "foda-se" involuntariamente saiu da minha boca.

Eu e o João fomos no mercadinho próximo ao campus e compramos um monte de comida, depois nós fomos para o campus dos alunos de artes e montamos o nosso piquenique lá no nosso cantinho.

Nós comemos bastante! Eu particularmente havia despertado o meu apetite e havia comido como a muito tempo eu não fazia, tanto por causa do desânimo em que eu vivia, quanto pela insistência da minha mãe em controlar até a minha alimentação.

— Quanta besteira você comprou! Eu achei que você fosse dessas garotas que fazem dieta balanceada e vivem na academia!

— De certa forma eu sou! Bem, eu era! Mas não muito pela minha vontade! Mas porque você pensou isso?

— Por causa desse corpo lindo que você tem!

Ele respondeu claro e objetivo, e depois abaixou a cabeça e olhou para as mãos, e eu até então estava pasma por causa do elogio inesperado, apenas sorri e coloquei uma fatia de bolo de chocolate em suas mãos.

— Minha mãe quer que eu seja a senhorita perfeita! Mas eu não estou mais afim de nada disso! Eu quero ser a Tais! E agora nesse momento aqui com você, eu só quero comer todas as besteiras que a vida me proporcionar! - Então o João encheu dois copos de suco e me entregou um dos mesmos.

— Há todas as besteiras que a vida nos proporcionar!

Nós brindamos e tomamos o suco mais delicioso da vida! Pois esse suco além do seu sabor natural, também tinha o deleitoso sabor de liberdade.

Então nós ficamos todo o resto da manhã deitados na grama e segurando a mão um do outro, a gente conversou sobre bastante coisas, ele descobriu que a minha comida preferida era lasanha, mas que nem sempre eu podia comer por causa do excesso de massa, e eu descobri que a comida preferida dele era pizza, e que assim como eu, ele adorava chocolate.

— Você está com medo de morar no dormitório?

Ele perguntou fazendo carinho no meu cabelo, aquela altura eu já não me surpreendia com a percepção tão clara que ele tinha sobre as coisas, pelo contrário, eu já admirava e me fascinava com a maneira diferente que o João tinha de enxergar o mundo.

— Sim!

Por mais que eu não tivesse mais medo do Silas, eu não me sentia segura sabendo que ele poderia estar em outro dormitório tão perto de mim.

— E porque você não vai pra sua casa?

— Na minha casa é pior! Minha mãe ama o Silas e passa pano pra tudo o que ele faz!

— Que nem o meu pai!

João disse e revirou os olhos, e então eu quis acabar com a minha curiosidade logo de uma vez

— Vocês são irmãos de verdade? São tão diferentes!

De fato eles não tinham nada a ver um com o outro, o João era loiro dos olhos azuis, quase dois metros de altura e muito forte, já o Silas, tinha os cabelos e olhos pretos, era magro e apenas um pouco mais alto do que eu, ele era também muito bonito, mas nem se comparava com o Deus Grego do João, além das personalidades, que também eram extremamente distintas.

— Meu pai deixou a mãe do Silas pela minha mãe! Quando a senhora Maria morreu, ele veio de São Paulo morar com a gente! Na época ele tinha tinha doze anos, e eu tinha dez!

— Então quer dizer que você só tem dezoito anos? Uaaau!

O cara parecia um armário de tão grande! Nossa!

— Sim e você? Qual a sua idade?

— Eu tenho vinte! - Respondi envergonhada, e ele sorriu e me abraçou.

— Eu sempre gostei de garotas mais velhas! Relaxa! E você é só dois anos mais velha do que eu! Nada a ver ficar envergonhada assim! - Ele disse tentando me confortar, eu amava muito mesmo quando ele conversava todo descontraído assim.

Depois de mais um tempo descansando lá no nosso cantinho, percebi a Soraya se aproximando da gente, ela parecia procurar algo e parou assim que viu o João, e a expressão de ódio que ela fez assim que me viu ao lado dele foi indescritível, e eu sorri de deboche da cara dela no momento em que ela deu meia volta e se afastou do nosso campo de visão.

— Acho que a Soraya se chateou ao me ver com você!

— Vocês dois já tiveram algo? - Perguntei enciumada e ele sorriu, era impressionante como eu nunca havia sentindo ciúmes dela com o Silas, mas bastou um simples olhar dela para o João, e o meu sangue começou a ferver a cem graus Celsius.

— Não! Eu sempre gostei dela apenas como amiga mesmo!

— Ela é sua amiguinha né? - Eu disse e ele sorriu, com certeza já percebendo o meu ciúmes.

— Ela é amiga da minha prima Karin! Elas sempre viveram mais em cima do Silas! A Karin sempre foi louca por ele! Inclusive eu acho ele te traia com ela. -

Ele falou meio apreensivo, mas eu apenas dei de ombros.

— Sabia que eu peguei os três fazendo um menage?

— Nossa! Eu imaginava isso da Karin! Mas não da Soraya!

— Tá chateado por causa disso? - Perguntei emburrada, eu estava quase espumando de tanto ciúmes.

— Eu não me importo com ela! Ela vive me perseguindo e se jogando pra cima de mim, mas eu nunca quis!

— Isso é verdade! Eu já soube dela gritando aos quatro ventos pela faculdade que era a sua namorada! - Ele deu um sorriso baixo e anasalado.

— Minha mesmo é que não! Eu nunca namorei! E se fosse namorar não seria com ela! A Soraya é muito chata, combina mesmo é com o Silas! — Assim que ele disse aquilo, eu comecei a gargalhar e ele ficou sem graça e olhou para baixo. — Sinto muito! Mas essa é a verdade! E eu só falo a verdade!

— Já percebi. - Eu disse em um tom divertido e o João voltou a sorrir! E nós ficamos por um longo tempo rindo juntos, nós rimos tanto, que chegou um determinado momento em que nem estávamos mais sorrindo da Soraya, nós estávamos rindo apenas devido a felicidade de estarmos juntos.

Depois do nosso piquenique, o João me deixou na porta do meu dormitório, pois eu tinha que estudar e ele também tinha umas coisas importantes para resolver fora do campus.

Eu me tranquei dentro do meu dormitório e comecei a estudar, eu já queria começar a semana com as disciplinas adiantadas.

Já era quase a noitinha quando escutei as batidas calmas do João na minha porta e já corri para abrir-la com um sorriso.

— Oi! Eu posso te levar em um lugar?

João perguntou com o seu jeitinho meio tímido, que já havia me cativado por completo.

— Claro!

O João me levou de moto até um prédio que eu imaginei que ele morava, mas assim que subimos no elevador ele me deu as chaves e eu destranquei sem entender nada, era um apartamento todo mobiliado, com uma sala-cozinha, e um quarto lindo com suíte e closet, além de uma área de serviço.

— A partir desse momento você vai morar aqui! Esse prédio é bem seguro! Vigiado por dois seguranças vinte e quatro horas! O Silas não conseguiria entrar aqui nem se tentasse!

— João eu não tenho dinheiro pra pagar isso! Pelo menos não ainda porque eu dei todo o meu salário desse mês pra minha irmã viajar!

— Então! Eu só pude fechar o contrato depois de pagar seis meses adiantados! Era uma das exigências que tinha nele!

— João eu não posso aceitar! Isso deve ter custado uma fortuna! - Naquele momento quem estava envergonhada e olhando pra baixo era eu.

— Isso não foi nada! O que vale pra mim é você Estrela! E eu não teria nenhum segundo de paz se soubesse que o Silas poderia mexer com você lá naquele dormitório. - Ele disse sério de uma maneira que eu nunca havia visto ele falando antes.

— João... eu...

— Por favor. Estrela! Aceita! Por mim! - Ele pediu todo fofo e eu me derreti.

— Por você?

— Sim! Pra eu ficar feliz e tranquilo! Acha que faria isso por mim?

— Com toda certeza!

Eu mal tinha noção das palavras que saiam da minha boca, tamanho era o meu estado de hipnose olhando para a boquinha perfeita dele fazendo bico.

— Ótimo! Então vamos buscar suas coisas no seu dormitório!

— Mas a gente acabou de chegar de lá!

— Mas se eu tivesse mandado você trazer as coisas logo você iria desconfiar! - Ele disse e eu dei risada.

— Tudo bem!

Então a gente voltou para o meu dormitório e eu peguei o máximo de coisas que eu consegui em um tempo recorde, qualquer coisa que eu tivesse esquecido pegaria depois.

Assim que chegamos no meu apartamento eu coloquei as coisas no meu novo quarto e voltei para a sala onde o João estava falando no telefone.

— Tá bom mãe! Eu vou dormir em casa hoje!

O João estava conversando com a mãe dele e foi aí que eu lembrei do Silas dizendo o quanto a madrastra dele era uma megera cruel e sem coração, e não pude deixar de ficar com pena do João por ter uma mãe assim.

— Oi Estrela!

— Tá tudo bem?

— Sim! Era apenas a minha mãe dizendo que estava com saudades de mim! Como já sei que você ficará segura aqui, eu vou dormir na minha casa hoje!

— Tabom! Eee.... João

— Oi!

— Obrigada! Meu Super Herói! - Eu disse e puxei ele pra um abraço apertado, sentindo toda a rigidez daqueles músculos firmes e de repente senti ele segurar delicadamente o meu rosto e me puxar para um beijo.

No princípio o seu beijo foi bem terno, assim como o último, mas aos poucos eu fui sentindo a respiração dele ficar pesada, e então ele me deu um apertão na cintura com uma firmeza que me deixou impressionada, e me colou ainda mais nele, suas mãos apertavam forte a minha cintura, e o beijo também havia se intensificado, estava mais desejoso, e quando ele mordeu meus lábios da maneira mais sexy que existe eu senti minha calcinha molhar.

Então ele desceu os lábios macios pelo o meu pescoço e ficou chupando e mordiscando, uma das mãos dele apertou com força a minha bunda, o que fez nossas intimidades se chocarem e eu sentir o volume vantajoso e duro que nem pedra dele se roçando contra mim, me deixando louca, e no momento em que ele ficou alternando entre o pescoço e o glóbulo da minha orelha, eu não aguentei e soltei um gemido.

— Me desculpa Tais! - Ele disse me soltando de repente e já denotando sinais de nervosismo.

— Tudo bem! - Respondi ofegante, e o João se afastou um pouco mais com as mãos abanando e pegou a chave da sua moto.

— Até amanhã!

E saiu do apartamento me deixando para trás completamente excitada, então eu respirei fundo e me joguei no sofá toda sorridente.

Eu estava muito feliz! E mal via a hora do dia seguinte chegar e eu ir logo pra faculdade encontrar novamente com o João.

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