Capítulo 7
- Vou descansar um pouco e amanhã ficarei bem, sem remédio - Ela balançou as mãos fazendo a cabeça cair devido à febre e fungou enquanto suas bochechas vermelhas e rosto pálido a faziam parecer uma boneca de porcelana.
Percebi que ela não tinha forças para se levantar e andar, então a peguei e carreguei, segurando-a com força enquanto ela descansava a cabeça no meu ombro e me deixava carregá-la até o sofá.
Uma vez na sala notei Sam sentada em uma cadeira me esperando e quando ela me viu chegar com a garota nos braços ela deu um pulo e correu em nossa direção, esperando que eu a deixasse confortável e a cobrisse antes que ela começasse a me bombardear . com perguntas. - O que aconteceu? O que é esse patch? Por que ela está tão pálida? Você dormiu? –
- Uma pergunta por vez Samuel, obrigado. – eu disse, virando-me para ele e empurrando-o para trás. – Antes de responder tenho que te dar uma conversinha, sente-se. – Pisquei e esperei ele se sentar na cadeira, cruzando os braços sobre o peito e erguendo as sobrancelhas. – Sam te ligou, ele te ligou, ele te escreveu e você não respondeu nenhuma mensagem dele. Que tipo de melhor amigo você seria? – Tentei não levantar a voz porque queria que Victoria tentasse descansar um pouco e, pelo menos, se ela tivesse pesadelos nós dois estaríamos prontos para salvá-la.
- Eu precisava de um tempo para pensar. – Ele disse simplesmente, franzindo o nariz. Seus cachos caíam desordenadamente sobre a testa, seus olhos verdes estavam fixos na menina, que tremia e tremia por causa do frio e da febre.
- Não dá tempo Samuel, não temos a porra do tempo que você está tentando aproveitar! – exclamei abrindo os braços. – Você realmente quer saber o que aconteceu? Victoria veio em minha direção e no caminho para cá ela bateu, se machucou e destruiu o carro. Eu atendi e cuidei dela, passamos a tarde bem tranquilos depois que ela me contou tudo e quando saímos para o jardim fumar um cigarro, o que acontece? Que encontramos a porra de um bilhete daquele pai sociopata preso no limpador de para-brisa da porra do meu carro, ele desmaiou, teve um pesadelo, a febre subiu, ele vomitou e está delirando com uma febre alta que com certeza já passou dos trinta e nove. E você nisso tudo, onde diabos você estava? – Levantei demais a voz.
Sam olhou para mim sem emoção, depois viu seu melhor amigo se mexer inquieto no sofá. Chegou outro bilhete, ela estava tão mal como sempre, segundo ela, estava sob pressão por tudo que estava acontecendo com ela e precisava de apoio para não se sentir como se estivesse na prisão. A única ideia que tivemos foi uma loucura, mas poderia ser a única solução para evitar que nos encontrassem. Não estávamos mais seguros em lugar nenhum. – Vou tirá-la daqui. – Olhei para ele com uma expressão séria e coloquei as mãos sobre a mesa, só então me virei para olhar para Victoria. – Tenho que levá-la para um lugar seguro e não estamos mais seguros aqui. –
- Ele nunca aceitará. – Ele respondeu sem parar para observá-la.
- Não tenho absolutamente nenhuma intenção de pedir sua permissão, apenas faço isso, quer você goste ou não. – expliquei exaustivamente, encolhendo os ombros.
- Não posso ir a lugar nenhum. – Victoria, um pouco murmurante, interveio na discussão e olhou para os dois, abrindo e fechando os olhos lentamente. Eu tinha que ter certeza de que ela tomava um comprimido ou teria que levá-la ao hospital. – Não posso sair e deixar tudo aqui. Não é fugindo que resolvo o problema. –
- Não é fugir, é te levar para um lugar seguro. Você não pode mais ficar aqui, ele agora sabe onde você está, com quem está e o que faz. – Sam acrescentou, levantando-se e me apoiando.
- Você acha que eu poderia deixar Nicole e Alexander aqui com toda essa merda? Posso deixá-los machucar você, Kat ou Richie? Não vou sair daqui, estou amarrado na cama, quero ver como você se dá comigo. – Ela levantou a voz e se levantou um pouco vacilante, enquanto eu me aproximava para segurá-la e não fazê-la cair. – Eu preciso de você mas não preciso que você cuide de mim, sei muito bem como me sinto e em quais problemas estou, não há necessidade de você fugir como um covarde. –
- Você se perguntou como nos sentimos? – Sam perguntou sem rodeios. – Você já se perguntou como nos sentimos com a ideia de que ele poderia voltar para você e te machucar novamente? Você já se perguntou como foi para todos nós descobrir o que aconteceu com você e que ele escapou da prisão? Você já se perguntou isso pelo menos uma vez ou está apenas pensando consigo mesmo? –
- Claro que me perguntei isso! Por que você acha que saí de casa? Que porra você acha que eu vim fazer aqui? Jogar Cubo de Rubik? Falando sobre ar quente e bananas com chocolate? O que diabos seu cérebro está lhe dizendo, Samuel, caramba, cale a boca se tiver que falar besteira. – Ele trovejou, cambaleando em sua direção. - O que você acha disso? –
Olhei para Victoria e a soltei depois que ela se recostou na cadeira e ficou me olhando, naquele momento, diretamente nos olhos, esperando minha reação e minha resposta. – Já te contei o que penso e já te falei que não vou deixar você me deixar por causa do seu pai. – eu disse secamente sem tirar os olhos dele.
- Quero dizer o que Sam disse. – Ela balançou a cabeça e respirou fundo, pronta para receber o golpe, pois sabia perfeitamente qual seria a minha resposta.
- Acho que quero tirar você daqui, eu já disse. E acho que você não quer ser protegido. – eu disse a ele calmamente.
- Acho que vocês dois estão loucos. – Ele levantou os braços em sinal de rendição e balançou a cabeça, cambaleando novamente. Ele estava me deixando com raiva: ele se recusou a ficar em segurança ou até mesmo a tomar remédios para febre.
-Tome essa maldita pílula Victoria antes que eu a force na sua garganta. – exclamei, abrindo a mão na frente dela e mostrando-lhe a pílula. – Deixe-nos levá-lo, é para o seu bem. –
- Disse que não. - Gritar. – Eu não vou sair daqui! Não consigo, quer entender? Mas você entende que se eu fosse embora tudo iria piorar? Eu começaria a torturar Sam e minha família para descobrir onde eles estão e não posso deixar isso acontecer. Coloque na sua maldita cabeça que não sairei de Stratford mesmo que você me pague para isso. Esta é a minha casa agora, minha família mora lá, aqueles que cuidaram de mim durante anos, ir embora seria pura traição com eles então não pessoal, eu não vou embora. –
Bati as mãos na mesa repetidamente, exausto e nervoso. Eu sabia de tudo isso há apenas algumas horas e já estava me deixando louco. – Ok, Victoria, deixa eu te matar então! Você é suicida, deixe-me dizer! Estou tentando encontrar uma solução, mas você não gosta nada disso, então, por favor, deixe que eles matem você, vamos. Então, que porra você se importa se estamos aqui atormentando nossas almas por você? –
Sam olhou para mim sem dizer nada e Victoria apenas me olhou com lágrimas nos olhos. Ele deu um passo para trás e passou as mãos pelo rosto, cambaleando um pouco. Eu estava tão doente e malditamente que nem queria pedir ajuda. - O que você está dizendo? – Ele perguntou respirando fundo.