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Capítulo 7

-Merda se eu fiz isso cara. Olha esses peitos, essa bunda. Coisas para agarrá-los e colocar o rosto entre eles.- Ele diz para outro garoto que está perto dele. Sinto o sangue fervendo em minhas veias. Minha mandíbula está cerrada, meu pescoço está rígido e meus punhos estão cerrados com tanta força que tenho certeza de que reabri as feridas em minha mão.

-Estou duro como uma pedra. “Eu deveria ir ao banheiro para me refrescar”, responde o outro. A música volta para a sexy e doce Marilyn e para o grand finale ela se abaixa para noventa, com a bunda de fora, porém, levanta a saia com as mãos e finge estar surpresa quando a música termina, tocando sua mão com o O perfeito . de ambos os lábios. Observo os olhares dos garotos atrás dela e vejo o jeito que eles salivam, por aquela bunda que deveria ser minha. Meu e só meu. Todos estão de olho nele, todos imersos sabe-se lá em que fantasias... Meus olhos se voltam para Belle, que pisca para os clientes e manda um beijo voador nas notas finais. Aí seu olhar muda, ele fica preocupado, até assustado, e eu entendo o porquê: ele me viu. Ela me olha atentamente e surpresa. Claro, eu não poderia imaginar descobrir que para viver ela fica nua, que para viver ela excita centenas de homens como uma prostituta. Dou um passo para trás e quando ela me vê começa a balançar levemente a cabeça, com uma expressão magoada. Ele dá um passo à frente, mas percebe que está no palco, eu me viro e vou embora. Lucas se junta a mim quando estou prestes a entrar no corredor de saída.

-Vamos cara, é o seu trabalho. Por quê você se importa. Ele não estava se despindo. Ele toca meu braço, mas eu me viro e lhe dou um soco no queixo. Tento ser o mais delicado possível, me conter porque é o Lucas, mas não consigo.

-Você está me dizendo que não tem isso claro como todos os outros pervertidos aqui? - grito para ele, chamando a atenção das pessoas. Lucas me olha um pouco confuso e um pouco culpado.

-Eu...eu...- Ele tenta se justificar, mas não consegue foder. Não pode.

-Tenho que sair daqui e dizer para aquela vadia que não quero vê-la amanhã.- Concluo tentando sair antes de desabafar minha raiva contra alguém ou alguma coisa. Só sei que se ouvir mais um comentário de um desses homens nojentos sobre Isabelle não serei responsável pelos meus atos. Tenho energia suficiente no meu sistema para matar um homem. Ando pelo corredor, com Jerico e sua maldita câmera grudados na minha bunda. Passo pelo porteiro e saio para o ar livre. O frescor do inverno me envolve e já sinto que consigo respirar melhor, mas meus braços tremem com a tensão dos nervos e não consigo parar de andar. Mas para onde estou indo? Para onde diabos estou indo nesta cidade de merda? Eu chuto uma lata de lixo. Uma, duas, três vezes. Então bati na parede e senti as feridas se abrirem completamente e o sangue escorrendo entre meus dedos.

-Pare Derek.- Ouço ao longe, mas é alto e claro como uma sirene. Isabelle está atrás de mim e corre com seus saltos altíssimos. Os mesmos com quem ela dançou antes, mostrando a bunda para toda Palo Alto.

"Vá embora, Isabelle", eu digo em tom ameaçador. Não quero falar com ela agora que ainda estou com raiva. Tenho que me acalmar primeiro ou acabarei dizendo coisas que não quero dizer.

-Não. Você tem que me ouvir.- Ele grita comigo quando se afasta alguns metros de mim. Viro-me para ela, irritado, e devo ter uma expressão assustadora, porque a primeira coisa que ela faz é recuar e suspirar.

“Eu disse para você ir embora!” eu grito com ele novamente.

-Não!- Ela responde, em tom irritado e suplicante. –Você não sabe o que viu.- O que diabos você está pensando? O que eu sou um idiota? Ele nunca pensou muito em mim, mas ainda não cheguei ao ponto em que uma maldita stripper vai me foder.

-Eu vi você dançar como uma stripper, se despir como uma stripper e com o objetivo que uma stripper tem: alimentar muitos paus para ganhar dólares.-

-Eu não sou stripper!- Ele grita comigo enquanto dá mais um passo em minha direção. Eu recuo. Eu a vejo encolher os ombros e esfregar os braços enquanto treme de frio. Estou chateado e acho que ela é uma mentirosa e uma prostituta, mas dói no meu coração vê-la assim. –Não tiro a roupa para ganhar a vida e quase nunca danço, estou sempre no bar.- Tiro o casaco e jogo nele. Ela o agarra e me olha confusa.

"Estou com raiva, mas não quero que ele congele." Seus lábios se abrem em um O e minhas memórias voltam ao momento em que ela fez isso antes, no clube, e aos olhares que peguei entre suas pernas. O nervosismo volta, cada vez mais forte. Observo-a vestir cuidadosamente a jaqueta, como se tivesse medo de gritar com ele se ele fizesse algo errado. –Deixe esse trabalho.- Digo a ele sem pensar muito.

-Que?-

-Se quiser continuar no programa, saia deste emprego.- Repito, pronunciando as palavras com cuidado.

-Não vou deixar meu trabalho. Gosto e com isso pago o aluguel.- Ela responde indignada.

“Encontre outro!” ele gritou. –O que exatamente você gosta? Você gosta de tirar sarro dos homens Isabelle? Porque você é muito bom nisso. É por isso que você foi tão bom para mim. Você gosta de saber que você os liga, feito uma puta? - Aciono a bomba e vejo ela lentamente alcançando e atingindo Isabelle. É como se todo vestígio de calor deixasse seu corpo. Seu rosto fica branco, toda expressão desaparece e seus olhos ficam frios como gelo.

-Eu não sou vadia.- Ela responde secamente e sem tom.

-Não, eu quis dizer...- Mas eu disse agora e não posso voltar atrás, não agora. Ela nem me escuta e continua como se eu nem tivesse aberto a boca.

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