Capítulo 04
Quando cheguei ao acampamento cumprimentei a todos e agradeci por eles terem nos prestigiado com sua música e alegria. Meus olhos varriam o lugar procurando a cigana que me encantou. Mas não encontrei ela em nenhum lugar.
Não quis perguntar por ela,para não desagradar o chefe dos ciganos. Durante a conversa, perguntei quanto tempo eles iriam ficar, pois queria tempo para encontrar minha deusa.
O cigano agradeceu e pediu para agradecer o presente que meu pai tinha enviado a eles, vários tipos dos melhores vinhos, mas eles já estavam de partida, pois nunca ficavam muito tempo em um acampamento para não abusar da hospitalidade. Senti um desespero enorme no peito, mas nada podia fazer, me despedindo,montei meu cavalo e parti de coração apertado,um pouco mais distante existe na propriedade um campo lindo com um lago encantador, por algum motivo fui guiando meu cavalo nessa direção,qual não foi minha surpresa ao chegar no local encontrei quem eu tanto procurava.
-Você!!!! Disse eu.
-Sim, e estava esperando você.
-Como? Perguntei com o coração ansioso.
-Sou uma cigana e tenho o dom de sentimentos , disse ela com um sorriso perfeito.
-Não posso partir sem que saiba de mim, pois nunca mais nos veremos.
-Como assim? Perguntei com uma dor dilacerante no peito.
-Esta é minha última vinda para estes lados, mas queria te dar algo antes de partir.
Neste momento ela retirou de uma bolsinha um pingente de esmeralda verde como teus olhos, em formato de gota e adornado em fio de ouro, me entregou dizendo.
-Existem dois deste pingente, um ficará contigo, outro guardarei para a filha que eu tiver, sou prometida a um nobre,preciso obedecer meus pais.Obrigado por me mostrar que o amor existe além da música e da alma, tenho um casamento arranjado, e preciso seguir a tradição do meu povo, mas deixo meu coração contigo. Serei uma boa esposa e você também será um bom marido quando chegar a hora.
Segurei o pingente com força e não acreditei no que estava ouvindo.
-Preciso me apressar, pois estão me procurando.
-Não vá ainda, disse angustiado, mas ela levantou e pude sentir o perfume de rosas que ela usava.
-Seja um bom marido para a mulher que casará contigo e acredite você será feliz e sempre cuidarei de você não importa onde eu estiver,disse ela se virando para ir embora.
-Espere… me diga ao menos seu nome!!!!
-Esmeralda….Ela se virou e partiu, me ajoelhei no chão e chorei de dor, pois uma faca foi gravada no meu peito e eu não estava conseguindo entender nada que estava se passando e o que passou.
Esta foi a primeira vez que chorei, não sei dizer quanto tempo fiquei perto do lago e naquele momento aquele lugar se tornou sagrado para mim.
Já era noite quando voltei para casa,minha família estava em busca do meu paradeiro, pois tinha passado o dia todo fora e ninguém sabia onde eu me encontrava. Meu pai me chamou e disse que precisava falar comigo, perguntei se podia deixar para o outro dia, pois ainda estava em choque, e só queria dormir e descobrir que tudo não passou de um sonho ou pesadelo.
Subi as escadas, tomei banho e deitei, estava realmente exausto e sem acreditar em tudo. Naquele momento percebi que o jovem descontraído e despreocupado que eu era, tinha se tornado adulto. Aos 21 anos entrei no mundo do paraíso e fui derrubado na mesma intensidade”.