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— Sim, Bia. Lógico que eu vou. Você ainda tem alguma dúvida?

— Se eu bem conheço seu pai, ele vai fazer um drama enorme. Mas vai ceder. E já está na hora de você me chamar de tia.

— Você não tem idade pra ser chamada de tia. Enfim, o importante é que ele vai ceder e, em breve, estarei a caminho de Los Angeles pra encontrar meu futuro marido. - Bia ri e me joga uma almofada.

Estamos sentadas no chão do meu quarto, enquanto faço uma pausa nos meus estudos. Bia é minha tia e melhor amiga. Alguns anos mais velha que eu, é a irmãzinha caçula do meu pai.

— Onde você ficará lá?

— Intercâmbio de casas. Meus pais estão conversando com uma família já. Mas ainda vou tentar um apartamento sozinha. Ou, quem sabe, se eu tivesse uma tia, que por acaso me ama muito, quem sabe, ela iria comigo. Isso iria me ajudar tanto...

— Conheço suas artimanhas, Maria Alice. Não cola comigo não.

— Ah, Bia. Fala sério, são só 3 meses. - Me ponho sobre meus joelhos e junto às mãos, em súplica. — Tia, tia. Por favor. Essa experiência vai ser tão melhor com você a meu lado. Vai ser tão inesquecível. Pensa só, você estará em todas as minhas lembranças e ainda será minha madrinha de casamento. Eu não poderia escolher ninguém melhor do que você.

— Agora eu sou sua tia, é? - Pisco meus olhos um pouco mais rápido. — Sabe que esse seu joguinho não funciona comigo, né?!

— Não é joguinho, Bia. Chame de amor, de amizade, de não conseguir viver sem você. Sabe o quanto vai ser ruim ficar três meses sem a melhor amiga? Você me ama e quer isso, eu sei que quer.

— Você é uma pestinha muito manipuladora.

Faço uma auréola acima da minha cabeça com as mãos. E completo com minha melhor cara de anjinho.

— Garota, você ainda vai encontrar alguém que vai resistir a esses seus olhos. - Ela joga as mãos pra cima. — Tudo bem, você venceu. Vou falar com seus pais. O que sua tia não faz por você, hein?!

—Nada. Porque ela é a melhor tia e amiga do mundo. - Dou um beijo estralado em seu rosto.

— Você sabe que vai ficar me devendo, né?! E eu vou cobrar.

— Eu sei que nunca sai barato.

Bia fala com meus pais, que, de início, acharam uma péssima ideia. Na cabeça deles, Los Angeles vai abaixo com nós duas juntas.

Sim, eu tive que apelar pra vovó Rita. Mas ela não convenceu meu pai a me deixar ir com minha tia. Ele disse que se eu for, é pra uma casa familiar de intercâmbio e não pra um loft com a doida da minha tia.

Então eu tive que jogar baixo: Mamãe.

Ela estava lá, tentando fazer alguma gororoba que viu na televisão. Chego por trás dela e a abraço.

— Que cheiro maravilhoso. - Tento.

— Eu queimei o molho. O cheiro tá horrível. O que quer, Maria Alice?

— Eu estive pensando aqui, mãe. - Me sento no balcão. — Você e o papai estão há quase 17 anos casados. Isso é muito tempo. - Ela anui e cerra os olhos, me analisando. Tenho que ser mais discreta e estratégica. — Pensei que vocês merecem uma nova lua-de-mel. E, sabe do melhor? - Ela levanta uma sobrancelha. — Poderíamos bolar alguns joguinhos.

— Eu não sei de onde você tira essas suas ideias. - Ela cai na gargalhada.

— Eu sou uma mistura muito bem feita de você e do papai. Mas, sabe? Acho que as melhores coisas eu puxei de você.

— Maria Alice, se você não fosse minha filha, acharia que foi criada em laboratório para dominação do mundo.

— Vocês só pensam o pior de mim. Tudo que quero é o melhor pra vocês. Vai ser um momento único do casal, onde terão muita paz, porque estarei com minha tia ao meu lado o tempo inteiro.

— Pra cima de mim, Maria? Jura?

Ela coloca as mãos na cintura e meu pai entra bem nessa hora. Corro e me jogo em seus braços.

— Papai, você tá tão cheiroso.

— A resposta ainda é não, Maria Alice.

— Isso é falta de amor e de cuidado. - Me solto dele. — Vocês já pensaram que podem estar me mandando pra casa de psicopatas? Não há ninguém no mundo que cuide mais de mim do que a Bia.

—Nós estamos pensando muito na sua segurança. Por isso você não ficará com a sua tia. - Meu pai fala. Reviro os olhos.

— Muito me impressiona a falta de confiança que vocês têm em mim. Em nós. Tenha santa paciência, papai. É da sua irmã que estamos falando.

— Essa garota é inacreditável, Duda. - Eles continuam como há anos. Se beijando na minha frente.

— Vocês são tão lindos juntos. - Jogo minha próxima cartada. — Um dia quero ter um amor como o de vocês. A gente nunca sabe onde vai encontrá-lo, não é mesmo?! Espero que ele não esteja em Los Angeles. Porque, se não, vocês atrapalharam o amor verdadeiro. E o destino não perdoa quem entra em seu caminho.

— Filha, prometemos que iríamos pensar se você iria. Agora você já tá pedindo mais...

— Não é mais, pai. Pensa só, como seria melhor ter minha melhor amiga comigo.

— Não temos boas experiências com melhores amigas. - Minha mãe entra na história. Abraça meu pai pelas costas e eles estão sorrindo um pro outro daquele jeito.

— Ela é minha tia, por favor. - Reviro os olhos. — Eu tenho uma proposta. E essa não tem como vocês recusarem.

— Vamos ver... - Dona Maria Eduarda fala.

— Vovó Rita e vovô Luiz podem ir com a gente. Todos ficam felizes.

— Tudo bem, mocinha. Se você conseguir convencer seus avós, você pode ir.

Comemoro dando um beijo em cada um.

Saio da cozinha, não sem antes ouvir da minha mãe:

— Você é maluco, Edu. Ela convenceria o Mickey Mouse de dar a Disney de presente pra ela. Acha mesmo que ela não vai convencer seus pais?

— Eu tenho certeza de que ela vai convencê-los. Já que eu não consegui. Como você bem disse, ela já tinha me convencido desde o dia que colocou aquele terninho azul.

Há! Próximo destino, Los Angeles. Apertem os cintos. Se não for pra causar, eu nem saio de casa.

Se não for pra causar, eu nem saio de casa.

*****

Oi gente,

Alice é bem pimentinha e ainda vai aprontar muito.

Então, já adicionem a história as suas listas de leitura, deixem as estrelinhas e comentem o que estão achando.

Sei que não dá pra achar muita coisa ainda, mas vai que...

Me contem o que acharam da nossa Maria Alice? Tem a ver com o que vocês imaginam?

Deixem suas estrelinhas e comentários pra filha do nosso OTP do coração.

Amo vocês.

Beijos, S. ?