Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

9 - Segui os conselhos de vocês

Na manhã seguinte, ao abrir os olhos, Rebecca percebe um leve desconforto em seu corpo e uma intensa dor de cabeça. Ao virar-se na cama, seu coração dispara ao notar o homem adormecido ao seu lado. Levanta-se bruscamente, paralisando ao perceber o movimento do homem, aliviando-se ao notar que ele continua adormecido. Percorrendo o quarto com o olhar, pega seu vestido e salto alto, saindo silenciosamente. Na sala, veste-se rapidamente, pega sua bolsa e nota a chave de um carro na mesinha. Sem hesitar, ela a pega e sai apressada do quarto.

— Que diabos é isso? O que eu fiz? — Indaga-se, perplexa, ao observar a notificação de transferência em seu celular. No elevador, ela verifica as diversas mensagens e ligações perdidas de Peter. Ao chegar na recepção, inicia meticulosamente o processo de checkout, enquanto tenta decifrar as lacunas da noite anterior. — Pietra Dickinson trabalha aqui? — Indaga a recepcionista.

— Sim, senhora. — Responde com cortesia.

— Por acaso, ela está disponível no momento?

— Deve estar se trocando, pois o turno dela acabou agora.

— Pode chamá-la para mim, por favor? — Solicita Rebecca, ansiando por esclarecer a noite.

— Com certeza, aguarde um momento. — A recepcionista se afasta com discrição e faz uma ligação. — Senhorita, ela já está a caminho. — Informa, finalizando de maneira ágil o processo de checkout de Rebecca.

— Obrigada. — Expressa Rebecca, enquanto aguarda.

— Em que posso ajudar? — Questiona Pietra, aproximando-se com certa apreensão.

— Venha aqui um momento. — Pede Rebecca, afastando-se discretamente da recepção. — Por que trinta mil dólares foram transferidos da minha conta para a sua?

— Senhora, você me pagou para que eu a levasse até o quarto do senhor Baker. Como eu teria acesso às suas contas se não o tivesse feito?

— Que diabos aconteceu ontem? Pode me contar? — Indaga, visivelmente constrangida.

— Certamente, vou explicar tudo. O senhor Baker a trouxe até a recepção e pediu que a levassem ao seu quarto, considerando que você estava embriagada. Você insistiu para ser conduzida até o quarto dele e até me recompensou por isso.

— Droga, o que eu fiz? — Questiona-se Rebecca, sentindo seu rosto queimar de vergonha. — Por favor, qual é o nome do senhor Baker? — Pergunta, com as bochechas ruborizadas.

— O nome dele é Alex, senhora.

— Alex Baker! — Repete, gravando o nome em sua mente. — Agradeço pelas informações. — Conclui, dirigindo-se com firmeza à saída que leva ao estacionamento.

Ao chegar no estacionamento, ela aperta o botão do alarme do carro e avança até deparar-se com um Porsche vermelho, um sorriso se desenha em seu rosto ao entrar no veículo, admirando cada detalhe. Dirige em direção à casa de Melissa, enquanto reflete sobre a noite anterior.

Na suíte do hotel, Alex desperta com o toque incessante do celular. Observa a cama vazia, fecha os olhos por um instante, mas, ao perceber que as chamadas persistem, levanta-se e caminha até a sala para atender.

— O que você quer? — Indaga, um tanto impaciente.

— Onde diabos você está? Não paro de receber ligações do grupo Stain te procurando. Por que você não compareceu à reunião?

— Droga, eu esqueci. — Resmunga, verificando o horário em seu relógio. — Ryan, por favor, peça desculpas a eles e remarque para as quatro horas da tarde.

— Alex, o que está acontecendo? Você nunca perde compromissos. Devo me preocupar?

— Não faça dramas desnecessários. — Adverte, sem paciência. — Me notifique com a confirmação da reunião. — Conclui, encerrando a ligação com um suspiro frustrado.

Ao regressar ao quarto, Alex observa a cama, seus lençóis manchados de sangue, vestígios visíveis dos acontecimentos da noite anterior.

— Porra, o que eu fiz? — Murmura para si, incrédulo diante do evidente sinal de ter perdido completamente o controle. — Não acredito, que perdi o controle. — Resmunga, dirigindo-se com frustração para o banheiro

No chuveiro, sob a água escaldante, Alex tenta em vão desvendar os detalhes turvos da noite passada, mas apenas flashes desconexos persistem. Ao concluir sua higiene pessoal e vestir-se, ele depara-se com a lingerie dela jogada ao lado da cama, recolhe-a e a guarda na gaveta. Na sala, enquanto procura pela chave do carro, percebe sua ausência.

— Não pode ser! — Exclama, soltando uma risada amarga.

Incrédulo diante da possibilidade de a mulher ter levado o carro, ele dirige-se até o estacionamento e franze a sobrancelha ao deparar-se com a vaga ocupada por outro veículo.

— Ainda perdi tempo me preocupando. — Resmunga, irritado com a situação.

Com raiva pela situação, Alex chama um táxi para ir até a concessionária alugar outro, enquanto elabora mentalmente como lidar com esse problema. Rebecca, por sua vez, ao chegar na casa de Melissa, toca a campainha diversas vezes.

— Ei, que ansiedade é essa? — Questiona Melissa ao abrir a porta. — De quem é esse carro? — Indaga, observando o Porsche estacionado em frente à sua casa, enquanto Rebecca adentra a residência.

— Eu o roubei, explicarei depois.

— O que você fez?

— Roubei, eu não sei o que deu em mim. — Afirma, subindo as escadas, seguida por Melissa. — Posso tomar um banho? — Indaga, parada em frente ao banheiro.

— Claro, sinta-se à vontade. — Responde Melissa, tentando processar toda a situação.

Assim que Rebecca adentra o banheiro, Melissa apressadamente pega o celular e envia uma mensagem no grupo de amigos.

“Temos uma emergência. A Rebecca não parece bem. Por favor, venham para a minha casa.”

Rebecca permanece sob o chuveiro por um longo período, imersa em reflexões sobre as decisões equivocadas tomadas desde a noite anterior. Ao concluir seu banho e cuidados pessoais, ela encaminha-se à sala de jantar, onde se depara com a presença preocupada de seus amigos.

— O que estão fazendo aqui? — Pergunta, acomodando-se entre eles.

— Melissa nos alertou sobre você, amiga. O que aconteceu? — Indaga Susan, claramente preocupada.

— Apenas segui os conselhos de vocês. Escolhi um visual mais sedutor, fui até a casa de Peter, apenas para encontrá-lo com Samantha no colo. — Responde com frieza, esforçando-se para não deixar transparecer seus sentimentos.

— Como é? — Indaga André, surpreso com aquela revelação.

— Meu namorado estava se envolvendo com a minha prima, enquanto eu, ingenuamente, me preparava para pernoitar com ele.

— Eu não posso acreditar que o Peter fez isso. — Expressa Susan, sentindo uma onda de raiva pulsante.

— Sabe o que é mais irônico? — Questiona Rebecca, capturando a atenção dos amigos. — Planejei por tanto tempo um momento especial para a minha primeira vez. No entanto, acabei agindo de forma estúpida ao ser traída, e, em um momento de embriaguez, acordei na cama de um estranho. — Declara, observando as expressões surpresas dos amigos, enquanto tenta manter a compostura.

— Vou acabar com o sujeito que se aproveitou de você enquanto estava bêbada. — Vocifera André, batendo as mãos na mesa.

— André, ele não se aproveitou de mim. Ele também estava bêbado. Fui eu quem agiu imprudentemente, cheguei ao ponto de pagar à recepcionista para me deixar entrar no quarto dele. — Informa, abaixando o olhar com vergonha.

— Estou absolutamente sem palavras. Quem é você? Onde está a minha amiga Rebecca? — Brinca Melissa, animada pela noite de Rebecca. — Amiga, preciso saber, quanto você desembolsou para entrar no quarto dele?

— Trinta mil dólares. — Responde, com as bochechas coradas pela vergonha. — E, para piorar, ainda roubei o carro dele. O que faço agora? — Questiona, sem saber o que fazer.

— Rebecca, sinceramente não sei o que dizer. Não esperava isso de você, estou completamente surpreso. — Declara André, tentando absorver todas aquelas informações.

— Amiga, o certo é você devolver o carro no hotel. Você não quer esse homem atrás de você, não é? — Pergunta Susan, observando Rebecca negar com a cabeça.

— Rebecca, você é a única mulher no mundo que transa com um desconhecido e rouba o carro dele. — Provoca Melissa, soltando risadas. — Por acaso, gostou da noite e quer repetir? — Indaga, encarando Rebecca.

— Eu nem sequer lembro da noite, agi impulsivamente, apenas isso. — Responde com seriedade. — Sinto-me horrível, como pude me envolver com um desconhecido dessa maneira?

— Amiga, não tem nada de horrível nisso. Sei que não foi a primeira vez que você esperava, mas foi apenas sexo. — Afirma Susan, buscando confortar a amiga. — Vocês usaram proteção?

— Provavelmente não. — Responde, envergonhada. — Mas não ficarei grávida, estou tomando anticoncepcionais. — Acrescenta, tentando transmitir responsabilidade.

— A gravidez seria o menor dos teus problemas. Se proteja nas próximas vezes. — Instrui Susan, sorrindo gentilmente para ela.

— Eu simplesmente não consigo acreditar que você passou por uma experiência dessas. — Afirma Melissa, expressando total incredulidade.

— Nem eu acredito. — Conclui, esboçando um sorriso tímido.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.