2 - Será apenas o início da noite
Em Seattle, Rebecca Halgrave Jenkins sente um entusiasmo contagiante ao retornar para casa após um semestre desafiador no Massachusetts Institute of Technologies, onde se dedica ao curso de Engenharia Civil. No aeroporto, seus pais e seu namorado, Peter O'Donnell, a recebem com calorosas boas-vindas.
— Meu amor, enfim você chegou! Estava morrendo de saudades. Cada semestre parece mais longo conforme o tempo passa. — Expressa Peter, envolvendo-a em um abraço carinhoso e depositando um leve beijo em seus lábios.
— Também estava morrendo de saudades. — Responde Rebecca, com um sorriso iluminando seu rosto. — Papai, mamãe, que alegria os ter aqui! Estava ansiosa para revê-los.
— Meu anjo, que alegria a ter de volta em casa. Preparei os seus pratos favoritos. Venha, você deve estar exausta. — Martina envolve a filha em um abraço caloroso, transmitindo todo seu amor e cuidado.
— Bem-vinda de volta, princesa. — Completa Robert, abraçando Rebecca com ternura, seu olhar transbordando de orgulho e carinho paternos.
Após as boas-vindas, todos seguem para o carro e desfrutam de uma conversa animada durante o trajeto até a imponente mansão da família. Ao chegarem, dirigem-se diretamente para a acolhedora sala de jantar, onde estão preparados os pratos preferidos de Rebecca, um gesto que demonstra o carinho e a atenção de seus pais.
— Peter, como vão os negócios da família? Tenho ouvido elogios sobre você. Estou muito feliz por minha filha ter encontrado um homem tão talentoso!
— Senhor Halgrave, sou eu quem se sente honrado por ter Rebecca ao meu lado. Os negócios estão em ascensão e estamos confiantes de que nossa colaboração resultará em um plano que impressionará o grupo Shaw. O senhor estará presente na reunião?
— Sim, estarei lá. Analisei as propostas e são bastante audaciosas. No entanto, preocupa-me a complexidade das negociações com a família Shaw. O neto do senhor Shaw é meticuloso e crítico, especialmente com empresas menores. Ele não hesita em eliminar qualquer obstáculo e não tenho certeza se ele está interessado em expandir os negócios para Seattle.
— Eles já têm uma série de projetos aqui, por que não continuar expandindo, concorda? Acredito que seria uma excelente oportunidade para as empresas.
— Pai, vocês são incrivelmente talentosos, tenho certeza de que vão brilhar nesse novo projeto. Se o neto da família Shaw é um problema, por que não focar mais na colaboração com o avô? É inútil perder tempo com alguém que parece tão arrogante. — Afirma Rebecca, arrancando risadas dos presentes. — O que há de engraçado? — Questiona, ligeiramente incomodada.
— Filha, o senhor Shaw acompanha o neto em algumas viagens, mas quem toma as decisões sobre os projetos é o jovem. Ele tem liderado tudo há anos, de maneira até mais eficaz que o avô. A empresa expandiu enormemente em todas as áreas em que atua. No entanto, ele é notoriamente difícil de lidar, as pessoas não apenas o respeitam, mas também o temem, já que pode desmantelar um negócio em questão de segundos, dada a influência que exerce. Pelo menos, é o que ouvimos dizer. — Informa Robert, notando o olhar de descontentamento da filha.
— Quem em plena lucidez desejaria negociar com uma família assim? Para mim, esse indivíduo parece um completo babaca, deve ser bastante infeliz para acreditar que influência é tudo na vida. Sinto uma repulsa profunda por isso, e sinceramente, acho que vocês deveriam manter uma distância considerável deles.
— Rebecca, meu amor, relaxa, vai dar tudo certo. Os senhores Shaw estarão em Seattle para a nossa reunião. Sou extremamente competente, e estou confiante de que conseguirei garantir esse contrato para as nossas empresas. — Conclui Peter, enquanto acaricia o rosto dela, arrancando um sorriso admirado de Rebecca. — Ninguém intimida o seu namorado, eu posso lidar com qualquer um. — Brinca, provocando risadas nela.
— Eu sei, mas eu simplesmente não tolero pessoas como esse tal neto do senhor Shaw. Eu não o conheço, mas já o detesto! — Expressa Rebecca, arrancando risos de todos.
— Filha, teu pai e Peter sabem exatamente o que estão fazendo. Eles vão conquistar esse jovem rapidinho, não se preocupe. — Afirma Martina, tentando tranquilizar a filha.
— Eu sei, mãe, mas a senhora me conhece, algumas coisas simplesmente não fazem sentido para mim. Já possuímos uma grande fortuna, e sinceramente, questiono a necessidade de nos envolvermos com pessoas assim.
— Meu amor, o grupo Shaw é a empresa mais influente do país. Será uma oportunidade excepcional para as nossas empresas se conseguirmos fechar negócios com eles. O dinheiro é sempre bem-vindo, e é importante manter o padrão para garantir o melhor para nós. — Assegura Peter, segurando a mão dela com firmeza.
— Peter, juntos vamos conquistar o mundo. Consigo imaginar nossa jornada, e meu objetivo é ser reconhecida como a melhor engenheira civil do país. — Declara Rebecca, transbordando entusiasmo.
— Eu sei, meu amor, e é incrível que você tenha a oportunidade de seguir seus sonhos sem limites. — Conclui Peter, com um sorriso que expressa todo o apoio e admiração que sente por ela.
— Vocês são realmente inspiradores juntos. — Constata Martina, com um olhar cheio de carinho e orgulho.
Em meio a um ambiente festivo durante o jantar, Rebecca compartilha com entusiasmo os detalhes de seu semestre e da vida cotidiana em Boston, aproveitando cada momento ao lado das pessoas que ama.
— Senhor e senhora Halgrave, espero que não se importem se eu levar a Rebecca agora, pois preparei algumas surpresas para aproveitarmos durante a noite. — Anuncia Peter, encerrando o jantar com um sorriso brilhante.
— Fiquem à vontade, pombinhos. Mas, Peter, cuide bem dela, senão terá que lidar comigo. — Acrescenta Robert exibindo um sorriso, lançando um olhar travesso na direção do genro.
— Pode ficar tranquilo, senhor Halgrave. A Rebecca significa tudo para mim, cuidarei dela com todo o carinho e dedicação. — Assegura Peter, com uma convicção que transparece em seu olhar.
Os olhos de Rebecca se iluminam ao ouvir suas palavras, um sorriso radiante enche seu rosto, transbordando felicidade. Peter segura sua mão e a conduz delicadamente até o carro. Antes de abrir a porta para ela, um beijo intenso quebra a saudade que compartilham.
— E então, o que preparou para nós? — Questiona Rebecca, ao entrar no carro, observando-o exibir um sorriso e manter o suspense. — Peter?
— É surpresa, minha linda, mas você vai adorar. — Responde Peter, envolvendo-a num beijo lento e apaixonado, explorando cada toque suave de seus lábios. — Você é a minha perdição. — Sussurra, sua voz carregada de desejo, enquanto dá partida ao carro em direção ao próximo destino.
— Você é muito malvado, porque sabe que odeio surpresas! — Resmunga Rebecca, fazendo um bico irresistível que arranca um sorriso de Peter.
— Você não odeia surpresas, apenas não gosta de não saber o que te espera. Mas prometo que será algo especial. — Garante, segurando firme a mão dela, transmitindo confiança e ternura.
— Está tudo bem, não vejo outra opção. — Concorda Rebecca, embora um sorriso forçado mal consegue disfarçar a ansiedade em seu olhar.
— Não adianta esse drama, não vou te dizer. Em breve, você descobrirá. Será apenas o começo da noite e vamos encerrá-la de maneira extraordinária. Mal posso esperar para ter você em meus braços. Eu te amo, Becca. — Conclui Peter, acariciando a mão dela com carinho, suas palavras transbordando de ternura.
Rebecca exibe um leve sorriso, mas sua expressão não reflete completamente a tranquilidade que ele visa transmitir. Uma mistura de emoções tumultua seu peito, deixando-a incapaz de corresponder à declaração dele. A incerteza sobre seus sentimentos em relação a Peter a incomoda profundamente, criando dúvidas que a consome por dentro.