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CAPÍTULO 02

ANTONELLA

Mal cheguei em casa e a Carla vem apavorada. ─ Aconteceu algo? ─ Pergunto inquieta, sentindo uma aflição grande no peito, como um aviso. Mais aviso de quê?

─ Antonella...

Ela começa a chorar. ─ Fala logo irmã. ─ Peço e Carla se senta tristonha.

─ Papai foi preso e mamãe adoeceu, e tem mais, parece que a doença é grave.

Literalmente caio de joelhos. ─ Quando foi? Como tudo aconteceu? ─ Desgraça é pouca é bobagem. Logo quando tudo parecia estar andando bem para nós duas.

─ Faz três dias, mais só agora tio Dario ligou para nos informar de tudo. - Ela respira fundo e volta afala. ─ Irmã nós devemos voltar para Roma pelo menos até tudo se resolver. São as ordens das máfias.

A olho desconsolada.

─ Sinto muito Antonella sei que está conhecendo melhor Alencar...

Bom sei que estava achando que ia ter uma vida diferente da que muitas de nós temos… Ela faz uma pausa depois volta a falar. ─ Irmã querida sei que já sofreu muito, no entanto acho que não tem como continuar aqui. Pelo menos não até que tudo se resolva. Sabe que não podemos ir contra as ordens do papai, nem dos Navarro.

─ Não vou acabar com o Alencar, não o amo, porém ele é um homem maravilhoso, diferente de muitos que ouço falar por tanto quando tudo voltar ao normal eu volto para Nova Iorque e vou ficar com ele, somente ao lado dele terei a vida que tanto almejo. Agora vou arrumar as minhas coisas e ligar para o meu moreno. ─ Não falo, mas na verdade fico com medo de perder a oportunidade de ser feliz. No entanto escondo esse meu medo, coisa que sei fazer muito bem. Saio dos meus medos ouvindo a voz da minha irmã.

─Também vou arrumar a minha bagagem. Mais antes me diz como foram as coisas com ele hoje?

Dou um sorriso. ─ Sabe que Alencar e eu nunca passamos dos beijos, porém confesso que os beijos estão diferentes, o problema é o meu corpo que nunca reage como eu esperava. ─ Não sinto tesão por ele mais vou guardar este segredo porque quero me casar com ele, com tempo aprendo a desejar o lindo moreno.

─ Antonella quando se apaixonar vai sentir coisas inexplicáveis. Sei que acredita que pode viver ao lado dele, apenas por se sentir bem, e segura, mais vai sentir falta da paixão entre vocês. Quero, vai sentir uma paixão exalando do seu corpo, não sente nada por ele além de uma amizade e confiança em futuro com filhos, choros, cerca branca, casa em um bairro bem familiar, é isso que vê nele. Mais e o amor?

Rio debochada, ignorando parte do que ouvi. Não queria confrontar a verdade.

─ Do que está rindo?

─ Não sou do tipo que acredita em amor à primeira vista, agora vamos senhora apaixonada pelo chato do Leonardo. — Brinco com ela. ─ Precisamos fazer as malas. ─ Carla deu de ombros, entendo que ela ficou chateada com a brincadeira.─ Não estou criticando, apenas não entendo por que ele nunca se aproxima de você. Essa mania que tenho de falar demais, afinal isso é assunto dela ...

Por fim não demorou nada nós estávamos no aeroporto J F K quando o desespero veio como um aviso, mais o meu alívio chegou no mesmo instante e este se chama Alencar, um lindo moreno de olhos verdes, alto corpo atlético, elegante e principalmente a minha chance de ser feliz.

Sei que com o tempo vou amar este homem gentil, calmo e romântico e um excelente psicólogo ...

─ Oi docinho.

Ele, me aperta em seus braços.

─ Alencar... ─ Dou um sorriso para ele como quem agradece por sua presença, como se ele pudesse me salvar dos medos que sinto ao voltar para casa.

─ Antonella meu coração está desesperado temo te perder meu amor, - Ele diz com lamento. ─ Sei que não confia no seu pai.

Alencar acarinha minha face, seu toque é agradável. Olho em seus olhos quando ouço seu aviso.

─Tenha cuidado, sua mãe sempre diz como o meu futuro sogro é astuto, e temo essa astucia dele, a julgar como ele nunca foi bom pai, desconfio que ele possa nos separar. - Ele se cala por alguns instantes. - Desculpe.

Começo a chorar, Alencar tem razão, meu pai não dá ponto sem nó e nunca gostou da ideia de ter filhas.

─ Não chora meu docinho, vai dar tudo certo, olha eu vou desmarcar as consultas que tenho e logo depois vou pegar o primeiro voo para Roma. Assim que chegar lá, ligo avisando.

─ Vou esperar ansiosa por você. ─ Digo tentando conter as lagrimas.

─ Antonella, eu te amo não se esqueça disso. - Sua voz saí como uma súplica.

─ Quero ficar com você, não quero ir. - Confesso. ─ Para piorar meu é pai imprevisível e não sei como vai reagir quando souber de nós e seus pais temem que se você ficar comigo um dia nossos filhos e você... ─ Me calo ao perceber o quanto parece que estou me oferecendo como uma desesperada para se casar. Talvez estivesse, mais para garantir uma vida longe do meu pai.

─ Sim, nossos filhos. - Ele sorri contente com a possibilidade. - Porque vamos nos casar. - Sua voz sai convicta. -- Vou conversar com os meus pais e faço questão de pedir a sua mão para o seu pai mesmo que tenha que ir à prisão para isso. Juntos docinho vamos formar uma família linda e feliz, sei que ainda não se sente preparada para ter intimidades ... ele faz uma pausa depois continua. ─ Porém saberei esperar fielmente até que se sinta à vontade para ser minha.

Sinto o quanto fiquei vermelha. Olho acanhada para Alencar e ele sorri continuando a falar.

─ Docinho nossos beijos de rápidos estão começando a ficar longos. E vai chegar um momento em que vamos ir aos finalmente, só quero que seja inesquecível para você.

─ Alencar, sempre temo que possa me deixar por cansar de esperar que eu me entregue totalmente a você. - Digo começando a me dar conta que um dia terei de ter intimidades com ele.

-- Jamais docinho. - Ele garante.

Ouço a Carla avisar que é hora de ir. Alencar e eu nos despedimos com mais um beijo e por fim novamente acabei indo as lágrimas. Já meu moreno chorou discretamente, então com outro beijo acabei entrando no avião. E sem saber o motivo de repente pareceu que estava abandonando os meus sonhos, ou o que sobrou deles... O medo me cercou outra vez, desta vez com mais força.

─ Antonella vou tentar dormir qualquer coisa me chama.

─ Dorminhoca. ─ brinco mesmo querendo chorar, tento foca em pensamentos bons.

─ Esqueceu que saímos há noite passada? Agora estou morrendo de sono.

Carla dormiu logo, sorte minha ou ela ia fazer perguntas sobre a minha conversa com Alencar, iria falar do Leonardo até chegar em Roma...

Santo, santo o que será de mim?

Saí de Roma com apenas quatro anos de idade, foi quando minha mãe me levou para o internato Só Senhoritas no Canadá onde fiquei até os meus dezesseis anos e assim que me formei meus pais me mandaram para Juilliard School, a conceituada escola de música localizada em Manhattan nos Estados Unidos. Hoje com dezenove anos estou formada como musicista, me orgulho por ser tão jovem e já formada e ao mesmo tempo fico triste por ser considerada um talento em ascensão quando sei que jamais vou ter permissão para seguir carreira.

Se não posso seguir como musicista imagina se todos soubessem o que realmente quero da minha vida...

Bom o que dizer? Gosto de violoncelo e Carla de piano...

Droga de vida e para piorar se quer cochilei estou cansada e com a mente cheia de dúvidas e assim desembarcamos no aeroporto Internacional de Roma Leonardo da Vinci em Fumicino.

Percebi que Carla estava tão sonolenta que não parava de boceja e o estranho é que ver ao alguém bocejar automaticamente fazemos o mesmo., por tanto bocejei muito...

Delibero nosso motorista e guarda-costas mais confiável nos aguardava impaciente.

─ Buon pomeriggio, Delibero. (cumprimento).

─ Boa tarde Antonella, Carla...

Ele ri discretamente ao ver minha irmã dormi em pé e com a cabeça escorada no meu ombro.

─ Quando quiser ir Delibero... Ajudo a minha linda irmã a entra no Maybach Landaulet na cor branca como todos os carros da segurança da nossa família, fomos direto para a mansão.

No caminho admirava Roma que é dona de uma arquitetura maravilhosa sendo que a maioria das casas segue o patrão da linda Itália, assim como as casas da minha família, porém a casa que meus pais moram é moderna diferente de muitas e da nossa casa principal...

Tento bravamente lutar contra o temor, porém meu coração suspeitava que algo não foi contado e tudo piorou assim que o carro entrou no Jardim da mansão Santher, minhas pernas agora eram sem forças...

Mal entramos na casa dos nossos pais e meu tio Dario veio na nossa direção...

─ Antonella, Carla fizeram boa viagem?

Ele pergunta estendo a mão ─ Benedizione zio. (Benção tio. Em italiano). Beijo o anel com o brasão da nossa família materna, os Navarro, a Carla faz o mesmo.

─ Essi sono Benedetti. (Estão abençoadas. Em italiano). Como foram de viagem?

Resolve responder às pressas, precisava de respostas.

─ Nada bem tio, na verdade fizemos uma péssima viagem. Afinal a minha mente parece um turbilhão, papai preso, mamãe doente e o senhor claramente nos escondendo algo. ─ Cruzo os braços. ─ Para piorar tive que voltar para esse lugar... Me calo ao reparar que Leonardo Randolph e outro homem estavam sentados ouvindo tudo, olho minha irmã e ela como sempre que vê Leonardo troca olhares bobos com ele.

Sem alternativa presto mais atenção no homem sentado ao lado da paixão da minha irmã.

Neste momento descubro que nunca deveria ter feito isso. Fico tensa quando sinto o ar falta em meus pulmões. Meu coração começou a bater com muito mais força no meu peito. Engulo seco aquilo.

Nunca tinha visto um homem tão lindo como aquele, nunca tinha sentindo os efeitos colaterais que uma simples presença masculina pode trazer a uma mulher.

Faço um bico, noto o quanto parecia ser mais alto do que Leonardo, seu rosto era uma mistura de sensualidade, com uma frieza ainda não vista por mim. Uma afeição ríspida. Ao mesmo tempo aquilo era perfeitamente atraente, másculo, cabelos loiros, olhos claros e bem atentos aos meus, o que me deixou tímida...

Abaixo a cabeça, depois volto a olhar ele que sorri de lado, fico séria o fazendo desmanchar o sorrisinho cínico. Arregalo os olhos incrédula comigo. Malditamente senti as tão faladas borboletas no estômago, outra onda de falta de ar sufoca meus pulmões...

Me recuso a sentir tais coisas por um completo estranho, vou casar-me com Alencar e ponto final! Tenho o pensado... Quer dizer o dito!

Saio dos meus pensamentos com a voz do Leonardo.

─ Antonella, Carla cada vez mais lindas e cada vez mais eficientes, soube o que andaram aprontando com os Russos...─ Leonardo diz calmamente

─ Olá. ─ Carla cumprimenta envergonhada.

─ Olá -- Leonardo e o estranho respondem em uníssono.

─ Calma Antonella. Carla pede tranquilamente.

─ Não obrigado, prefiro descobrir o que está acontecendo. - Digo impaciente. Minha irmã não diz uma palavra para ajudar a descobrir algo. Fico chateada com ela. Minha irmã sempre abaixa cabeça à para todos, principalmente para o nosso pai.

─ Schwester, sei nicht unhöflich. So kann man nicht reden. Besonders mit den Partnern unseres Vaters. (Irmã, não seja rude. Você não pode falar assim. Principalmente com os sócios de nosso pai). ─ Carla repreende com calma. Fala em alemã afim de manter descrição das suas palavras.

─ Genau so etwas sagen, weil sie in der Liebe mit Banane sind. (Só diz tal coisa porque está apaixonada pelo senhor Banana).

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