Capítulo 7 - "Você não é a mãe"
Notas do Autor
Voltei, sorry a demora
Boa leitura, tchau
Meu coração mais parecia uma escola de samba prestes a entrar na avenida. Eu engoli em seco, sem a menor noção do que dizer. Pelo menos as minhas pernas estão embaixo d'água e ele não percebe o tremor das mesmas.
– Todo mundo diz que ela lembra o meu pai! - Rebato e ele olha para Ana Clara novamente, voltando o olhar pra mim.
– Sério? Eu não acho.. - Ele diz e novamente eu engoli em seco. Isso tá ficando pior a cada minuto. Vejo Ana agarrar seu rosto de novo e ele ri, parecendo esquecer o assunto "aparência".
– Parece que ela gosta da minha barba.. - Falou e eu sorri. Ela gostava de sua barba tanto quanto eu. Ok Giovanna, não precisava lembrar disso agora.
– Ela ama bardas, meu pai sofre nas mãos dela, tadinho. - Explico e ele mostra a língua pra ela, fazendo-a soltar uma gargalhada gostosa.
– Quantos meses ela tem? - Pergunta e novamente meu corpo congela.
– Ela vai fazer um ano semana que vem.. - Eu falo e ele me encara. – Que foi?
– Nada, ué.. - Deu de ombros, voltando a atenção para Ana. – Você já é uma mocinha! - Ele diz e eu sorrir involuntariamente. – A mocinha mais linda que já vi! Vê-lo carinhoso com nossa filha, mesmo não sabendo que é NOSSA, me deixa com vontade de chorar. Talvez seja melhor falar a verdade logo. Mas não, não vou deixar que ele machuque a minha princesa assim como me machucou com sua partida. Mas, a parede que levantei em volta para minha proteção e de Ana, está quase cedendo, isso é fato. Nesse momento estou me sentindo pior que a 'Nazaré Tedesco' e isso é realmente ruim de se sentir.
Posso sim estar sendo uma egoísta, imatura. Posso não estar fazendo a escolha certa, mas era o melhor para Ana. E se eu contasse e ele partisse mesmo assim? O que vai ser de mim, da minha filha? Eu sou capaz de morrer antes de deixar qualquer coisa, ou alguém feri-la.
Quando dou por mim, percebo Alessandro no meio da piscina e, de repente ,Ana Clara está no ar.
– Alessandro cuida.. - Prendo a respiração e ele a pega de volta.
- Aaah.. - Solto o ar, voltando a prender quando ele repete o ato.
– Tira essa expressão de "mamãe apavorada" do seu rosto Giovanna! Em primeiro lugar, eu não vou deixar ela cair e, em segundo, você não é a mãe! - Ele exclama, vindo com Ana triste em seus braços, tudo porque parou com a brincadeira.
– Meu amor de tia é tão grande quanto o da Amora, então não vem com essa! - Rebato.
– Tudo bem, quem sou eu pra contestar? Eu não sou tio e nunca serei pai! - Deu de ombros.
TU É PAI SIM, SÓ NÃO SABE..
Ele beija Ana repetitivas vezes colocando em meus braços.
– Eu quero falar com você.. pode ser depois do jantar? - Pergunta. Minha vontade é dizer não, mas no impulso acabo afirmando com a cabeça.
Ele então acena e mergulha saindo da piscina.
Acho que minha curiosidade acabou falando mais alto, mas de uma coisa eu tenho certeza, isso não é uma boa ideia. Eu e Alessandro quando estamos perto, sempre saem faíscas. E nem sempre é de um jeito bom.
Faz mais de um ano que ele sumiu dizendo que não dava mais para ele pois iria para o Estados Unidos. E então, eu escrevi aquela carta tão dolorosa. Aquilo foi o fim da nossa história. E agora ele aparece como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse quebrado a porra do meu coração.
Isso tudo é uma merda! E essa situação é muito frustrante. Esse é o motivo da minha aversão a esse amor que meus pais vivem. Eles foram sortudos, eu não.
– Filha, tá na hora de sair dessa piscina.. - Falo baixinho, subindo as escadas da piscina. – Vamo tomar um banho e depois dormir um pouquinho com a mamãe..
– Mamã..ma..mama.. - Ela balbuciou e eu parei olhando atentamente para ela. Não consigo conter minha emoção e meus olhos transbordam de lágrimas.
– Isso princesa.. fala, mamãe, ma-mãe.. - Falo lentamente pra ver se ela repete mas, infelizmente, ela já havia se entretido com o detalhe do meu biquíni. Sorrio e sigo para o quarto, não foi dessa vez.