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Capítulo 2 - "Até Mesmo O Amor"

Alessandro

Depois de muito andar pelas ruas de Rio de Janeiro, eu finalmente me permito voltar para casa. Eu precisava conversar com Giovanna, precisava esclarecer as coisas com ela. Mas eu não podia contar tudo, a missão era sigilosa.

- Giovanna?? - Grito e não sou correspondido, ela realmente ficou bem chateada comigo. - Giovanna?

Ué, realmente não tem ninguém, estava sozinho... mas, cadê ela? Cadê a Giovanna? Procuro em todos os lugares na esperança de ela aparecer, mas isso não acontece, ela não aparece. Me jogo na cama e me pego a pensar: “Onde Giovanna deve estar?”, “O que será que a maluca vai aprontar?”. Olho para o aparador que tinha no quarto e reparo num papel com uma espécie de vaso em cima… espera! Que papel é esse?

Era um envelope com as seguintes palavras escritas:

“De: Sua pequena Para: Meu ogrodoce.”

Meu coração gelou, eu nem sabia do que se tratava e já estava nervoso, como vou ler isso sabendo que é dela? O que será que está escrito nesse papel? Por que não uma mensagem de texto, que século essa maluca vive? Sem coragem para ler, jogo o papel de lado... daqui a pouco a maluca volta. Vou vestir minha armadura e dizer que não a quero novamente, eu preciso ficar longe dela. Não a quero ver sofrer ainda mais. Deito naquela cama maravilhosa e nem mesmo o cheiro dela estava ali, os lençóis estavam lavados, os mesmo tinha cheiro de amaciante. Minha mente começou a martelar, eu estava ficando nervoso sem saber notícias dela. Pego o celular e decido ligar pra ela, mas o celular só chama caindo na caixa postal. Me sento na cama e num impulso abro a carta e começo a ler a mesma.

“Estou escrevendo esta carta para lhe dizer adeus. Muitas coisas aconteceram e está tão difícil continuar... Não sei se você irá me perdoar mas, agora, só isso me resta. Sinto muito por não ir atrás de você para te dizer o que sinto, mas eu não conseguiria ver seus lindos olhinhos e ficar bem de novo com este adeus.".

- Até esse momento eu estava lendo com a voz alta, mas a mesma sumiu quando comecei a ler aquela carta. Era uma carta linda, as palavras estavam bem colocadas, mas eu preferia ter lido ela mandando ir pro inferno do que dizendo que desistiu do nosso amor. Estava nítido que ela falava sério, tantas vezes ela provou seu amor por mim, tantas vezes por trabalho joguei pra longe de mim aquela mulher que só fez me amar. Começo a chorar sem me importar com nada, a cada palavra era uma emoção diferente, a cada nova palavra era uma dor diferente. Fecho os olhos e ela me vem a mente, aquele sorriso, aquela voz, aquela gargalhada que somente ela sabia dar. Volto a ler e os soluços do choro são inevitáveis, não posso acreditar que perdi a única pessoa nesse mundo que me entende, a única pessoa que me aceita como eu sou de verdade, um verdadeiro filho da puta compulsivo, uma pessoa da pior espécie possível.. Aquela pessoa que todos pensam que é uma coisa, quando na verdade é outra completamente diferente. Meu lábio treme, respirar estava quase que impossível, minhas mãos tremem com aquele papel na mesma, as lágrimas batiam contra o papel deixando as letras borradas, mas ainda assim, legíveis. A carta estava imensa, ela tinha mesmo o que falar, a mesma estava tão linda, mas ao mesmo tempo tão triste. Um nó se forma em minha garganta, um sentimento de culpa cresce cada vez mais dentro de mim. Respira Alessandro, você não pode ter um infarte agora, você precisa finalizar essa leitura. Eu ainda estava na metade da carta, minha mente não estava assimilando muito bem as coisas, eu não queria acreditar que ela se foi, ela me deixou assim como eu havia pedido para que ela fizesse. E desde quando ela sabe usar as palavras tão bem? Eu nunca vi uma carta tão bem escrita como essa, nunca pensei que ela era um ser tão sensível a esse ponto. Me sinto culpado por não ter tratado ela como realmente merecia, imagino ela escrevendo essa carta e meu peito dói só de imaginar, eu queria pegar ela no colo, eu queria cuidar dela.

- Por favor, tenha uma vida maravilhosa pela frente. Mas não se esqueça: o que com amor construímos, com orgulho destruímos. E tudo o que construímos juntos, agora está em pedaços. Talvez quando você ler isso, eu já esteja bem longe.

Então, depois de tantas lágrimas derramadas e um coração em pedaços e sangrando, eu te digo finalmente e tão dolorosamente: adeus, meu amor.

 Ass.: Sua eterna pequena (Giovanna)" - Leio o final dessa carta em voz alta e trêmula pelo choro. Solto o ar que ainda estavam preso nos pulmões. Me jogo com as costas na cama e nem tento impedir as lágrimas, elas são minha única companhia a partir de agora. Como ela havia dito na carta, nem mesmo o cheiro dela ficou por aqui, aquela carta martelava em minha mente… cada palavra, cada declaração, cada decepção..

“Eu sei que vou sonhar com você por um tempo, mas espero que isso passe logo.”,

penso nessa parte e não sei como vou conviver com a ausência dela, mas como ela mesma disse, tudo na vida passa, até mesmo o amor. Agora sim eu vou para os Estados Unidos levando somente a imensa saudade dela.

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