Capítulo 4: Minha namorada
Meu corpo tinha muita coisa acontecendo sem se sentir tão machucado e dolorido. A primeira coisa que fiz ao abrir os olhos foi tomar um banho para tentar recuperar as forças.
Quando me olho no espelho, vejo os hematomas em meu rosto devido aos golpes e uma ferida perfeitamente cozida em meu ombro.
Lembro-me de tudo que aquela menina fez por mim, assim como sua amiga Patrícia e aquele menino.
"Patrícia"
Suspiro, saio do banheiro, ouço sussurros no meu apartamento e quando saio do quarto encontro ela na cozinha.
Eu a vejo desligar o telefone, colocar o copo que estava segurando na ilha da cozinha e levantar suspirando.
-Com quem falavas?
Ele gira rapidamente; seus olhos parecem assustados, mas também perplexos, enquanto suas bochechas ficam rosadas quando ela cora.
— Ei bobinho, você é surdo?
-Que?
"Eu perguntei com quem você estava falando.
"Do que você me chamou?"
"Bobo", ela me olha ofendida. Eu nem sei seu nome .
—Mikaela, meu nome é Mikaela maldita estúpida —Ele solta agressivamente me fazendo sorrir de espanto—. E eu, eu estava saindo.
Ele passa por mim e vai até o sofá pegando sua jaqueta.
— Aliás, o remédio que eu te dou vai parar de fazer efeito daqui a umas duas horas, então vou procurar alguma coisa pra tomar pra dor.
"Não se preocupe, eu já lidei com isso antes.
— Sim, já estou sabendo que você gosta muito de apanhar até ser mandado para o hospital — ele solta ironicamente.
-Como sabes?
"Sua cunhada esteve aqui.
"Zoé?"
"Sim, eu já entendi porque você mencionou tanto o nome dele ontem à noite", ele zomba. A propósito, ela pediu que você entrasse em contato com ela assim que acordasse.
"Por que diabos você abriu a porta para ele, bobo?" É melhor você sair agora.
— Boba sua avó, burra.
Ele olha para mim e caminha para a saída.
"Vou pedir um táxi."
— Vá para o inferno, seu idiota, tudo que eu quero é que você volte a falar comigo na porra da sua vida.
Ele sai pela porta, não posso deixar de sorrir com a reação dele, porque uau, ele tem mais personalidade do que eu imaginava.
Vou para a cozinha procurar alguma coisa para comer, hoje estou de folga, amanhã estarei melhor das pancadas no rosto.
Eu sempre tento levar golpes no abdômen, se possível, evitando golpes no rosto para não ter que me explicar.
Vou para o meu quarto procurar uma roupa confortável, vou até a mesa de cabeceira procuro meu celular, pego e mando uma mensagem para Zoe pedindo que ela venha até o apartamento.
Ela nem me responde, apenas me deixa no visto e isso é o suficiente para saber que a essa altura ela deve estar puta da vida.
Cerca de meia hora se passa quando a campainha do meu apartamento toca, eu a abro e ela entra como uma bola a toda velocidade.
— É por isso que você queria seu espaço, para voltar àquelas lutas? - Ela pergunta irritada.
- É complicado linda, você não entenderia.
“Então me explique.” Ela cruza os braços me olhando com raiva. Se não fosse aquela garota que encontrei aqui ontem, não sei o que seria de você.
"Ele fez mais do que eu esperava." Eu sussurro, lembrando o quão pouco eu me lembro. E eu apenas agi como um idiota com ela.
"O que você fez com ele?" -Custo sério.
"Seja um idiota com ela e tire-a daqui."
-Você é um idiota? - Resmungo irritado -. Aquela garota estava cuidando muito bem de você.
— Já sei, vou tentar encontrá-la para me desculpar.
— E faça isso logo, senão não apareça em casa neste sábado.
Que?
-Porque?
“Eu queria vir esta manhã antes de Dante ou Alex, porque sabia que algo estava errado; Quando saí, encontrei Dante lá fora, ele queria entrar e eu disse para ele não interromper porque você estava com sua namorada.
-Que? Eu deixo escapar e ela olha para mim corando.
— Dante e Alex querem que você vá jantar com ela no sábado e você não pode ir sem ela, senão eles vão saber que menti e seu irmão vai ficar bravo comigo.
"Por que você disse isso a ele?"
— Eu não sabia mais o que dizer e tive que pensar que você estava ocupado para que não o interrompessem.
Em seu rosto vejo sua sinceridade e nego.
— Eles sabem que desde o que aconteceu com Patrícia eu não gosto de sair com ninguém e muito menos de relacionamentos formais.
“Eu sei e sinto muito, mas é a única maneira de seus irmãos não descobrirem que você está se metendo em encrenca de novo.” Ele deixa um beijo na minha bochecha. Tente se desculpar com ela, explique tudo e faça com que ela venha junto, caso contrário, arrume uma namorada falsa para o jantar.
Ele me deixa com um problema enorme que nem sei como resolver.
Troco de roupa e saio do apartamento dirigindo até a casa de Eladio, quando ele chega e me vê tenta fugir e rapidamente o alcança, jogando-o contra a dura parede de concreto.
“Eu te disse que queria uma maldita luta limpa.” Eu o seguro pelo pescoço, pressionando mais forte. Eles quase me espancaram até a morte e a polícia me agarrou.
— Tudo saiu do controle de uma hora para a outra irmão, não sei o que aconteceu.
— Quero minhas roupas agora.
Ele tira meu relógio e minhas duas correntes do bolso, eu pego soltando e saio de lá.
"Sinto muito mano, sinto muito mesmo.
Continuo meu caminho, vou à farmácia comprar alguns remédios e volto para o meu apartamento.
O resto do dia passei em repouso, no dia seguinte me levanto, meus inchaços são menos perceptíveis com a pomada que o médico receitou da última vez.
Pego minha bata e dirijo até o hospital, ao chegar sou recebida pela Dra. Adela que não hesita em se aproximar ao ver meus golpes no rosto.
"Edrik, o que aconteceu com você?"
— Tentaram me agredir, mas não foi nada, está tudo bem.
"Você tem certeza?"
"Sim doutor, não se preocupe.
“Bem, você vai cuidar da área de medicina de emergência geral hoje.” Ele me entrega minha pasta. Estarei por perto para qualquer ajuda que você precisar.
"Isso não é responsabilidade do gerente residente?"
— Sim, mas esta semana ela vai cuidar da área neonatal.
Ele sai e me deixa encalhada no meio do corredor. Ando até a área dos armários, coloco meus pertences no chão e coloco meu casaco e minha identidade nele.
A caminho da área neonatal, vejo-a entregar um relatório e caminho até o escritório principal.
Certifico-me de que ninguém me vê e entro fechando a porta com o segurança.
"Que porra você está fazendo aqui?" - ela murmura atônita.
"Você não acha que está muito sujo com essa boquinha?"
"Embora essa boquinha possa se sujar de outra maneira"
"O que você acha que vale a pena para mim", ele se levanta. O que faz aqui?
— Vim porque preciso de um favor seu.
"Um favor meu?" -Assento -. E como posso te ajudar?
—Ser minha namorada.
-Que? — Risos — Ficou louco?
—Falo sério Mikaela, preciso que você seja minha namorada...