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Capítulo 1

O novo dia já chegou há muito tempo, mas ainda estou confortavelmente na cama, com corpo e mente em êxtase. Abro os olhos, ainda sonolento do sono, lentamente, aproveitando as sensações que sinto na parte inferior do abdômen. Está ensolarado lá fora e o rosto de Curry está entre minhas pernas, dizendo bom dia. Liguei para ele ontem à noite num momento de desespero e agora, depois de já ter me proporcionado uma noite intensa e cheia de prazer, ele ainda está aqui cuidando de mim. Adoro fazer sexo com ele, é cada vez mais satisfatório e nunca é trivial, ele sempre sabe o que dizer e quais pontos estimular. Com seu toque mágico e suas palavras ele consegue me fazer esquecer tudo, até me tornar alheio aos acontecimentos da minha própria vida. Afundo meus dedos em seu cabelo e o convido de volta, nos deixando cara a cara. Com um sorriso travesso, ele lambe meu temperamento de seus lábios e me beija.

"Bom dia", ele sussurra em meu ouvido, após interromper a dança sensual de nossas línguas.

"Bom dia para você", respondo, fechando seu rosto em minhas mãos.

Paro um momento para admirar sua beleza, seus olhos são tão azuis quanto o céu claro de hoje e seu cabelo loiro brilha à luz do sol filtrada pelas venezianas. É um banquete para os olhos e só de olhar desperta em mim um desejo irreprimível. Seu olhar é iluminado pelo meu próprio desejo, uma fome mútua que nos devora por dentro e precisa ser satisfeita. Com os dedos entrelaçados atrás do pescoço, começo um jogo de sedução. Puxo sua cabeça para trás e levo meus lábios aos dele, tocando-os. Ele insinua um sorriso que percebo como um sinal de aprovação, então continuo e empurro minha pélvis em sua direção, acariciando seu vigor com minha intimidade. Ele solta um grito rouco e impaciente, depois me encara por um momento, com olhar predatório, e começa a me beijar em uma direção precisa: mandíbula, pescoço, lóbulo da orelha. Vários arrepios fazem minhas costas arquearem e meus seios se agarrarem aos seus peitorais. O contato entre nossos corpos é um afrodisíaco, empurro minha pélvis na direção dele novamente e um gemido quase imperceptível escapa de seus lábios. Divertida com o poder que tenho sobre ele, repito o movimento e suas mãos apertam meus seios. Este jogo também me entusiasma e outro arrepio percorre minha espinha. Agarro seu rosto com uma mão e o beijo quase com força. Não poderei mais amar, mas ainda posso dar e desfrutar.

"Eu quero você, Carla", ele confessa nos meus lábios.

-Ah, é?- Lambo seu pescoço até aquele canto delicado da pele, entre o lóbulo e a mandíbula. -Está seguro?-

- Sim, merda. –Sua voz está rouca de expectativa. Esfrego minha intimidade contra a dele, impedindo que seu rosto caia em meus lábios. -Você quer me deixar louco?-

-Eu poderia fazer isso se quisesse?-

-Você sabe que é assim, é óbvio...-

Passo o polegar sobre seus lábios, depois o lambo e o libero do meu alcance. -Então venha, me faça seu.-

Minha proposta ilumina seu rosto com alegria e luxúria. Ele me beija com vontade, me morde, me lambe, prova minha pele e finalmente me penetra com um impulso decisivo. Nós nos encaixamos perfeitamente um no outro e ambos engasgamos. Sua boca toma posse da minha novamente, mas se move com mais vigor, acompanhando o ritmo crescente do nosso prazer. Arqueio as costas oferecendo-lhe meus seios, que ele aceita com prazer. Enquanto ele se move dentro de mim, ele os massageia, beija, tortura meus mamilos com os dedos. Eu suspiro forte, aproveitando cada sensação sem vergonha, porque com ele não há vergonha. No novo impulso percebo que estou perto do orgasmo. Estamos quase lá, penso comigo mesma, e meu coração bate freneticamente contra meu peito. Cada músculo do meu corpo sofre espasmos e nós dois respiramos irregularmente. Estamos quase lá. Mais alguns empurrões e...

-ACORDA!- Os gritos de Ana, seguidos do som da porta batendo na parede, interrompem meu orgasmo.

Eu pulo e me cubro com o lençol. -Ana, que diabos!-

Minha melhor amiga está na porta do meu quarto, dobrada de tanto rir. Interromper um orgasmo é exatamente coisa dele e não posso ficar com raiva, pois já estou acostumada com suas atitudes malucas. Ela é um verdadeiro terremoto, nunca vai mudar, e afinal é também por isso que a amo tanto: nunca é chato com ela dentro de casa. Olho para Curry com uma expressão mortificada e fico surpreso ao ver que ele também está rindo. Tenho sorte... Outra pessoa, no lugar dele, teria enlouquecido. Respiro fundo e, com um sorriso, saúdo o orgasmo que, pelo menos por enquanto, não terei.

“Não toque, certo?” Eu a repreendi ironicamente, como sempre faço quando ela comete um de seus erros.

-Então você aprende a não colocar nada do lado de fora da porta!- ele se defende brincando.

-Você sempre tem a resposta pronta...-

-Obviamente!-

Jogo um travesseiro para ela, que ela agarra, então vou até a cama e subo na cama, empurrando Curry para a beirada.

-Ana!- Repreendo-a novamente, desta vez com uma expressão mais severa.

Ele fica na minha frente e me olha de forma intimidadora. “Você disse que viria comigo, então levanta a bunda e se prepare, vadia!” ele diz balançando o dedo indicador na frente do meu nariz, depois sai da cama e sai do quarto batendo a porta novamente. Instintivamente olho para Curry com aqueles olhos compassivos que só as mulheres sabem que temos.

-Sinto muito, é terrível!- Peço desculpas.

Ele volta para o centro da cama ao meu lado, coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e me lança um olhar malicioso. -Você está com pena da Ana ou por que não podemos terminar o que estávamos fazendo?-

Adoro sua leveza, junto com a sinceridade e a ironia, simplifica a verdade e me sinto livre para falar, para agir, simplesmente para ser eu mesma, sem medo algum.

Faço beicinho e me deixo cair de volta nos lençóis.

"Ambos..." admito, cobrindo o rosto com um travesseiro.

Eu o ouço rir, então ele afasta a barreira branca e macia atrás da qual estou me escondendo e se aproxima do meu ouvido.

“Vamos recuperar”, declara como se fosse uma promessa. -E apesar de ser um pé no saco, me pergunto como você vai se adaptar à ausência dele...- ele brinca e eu rio alto.

Minha amiga vai ter que passar alguns dias fora para trabalhar e essa casa não será a mesma sem ela, porque Ana é um furacão, aquele tipo de pessoa que de repente irrompe na sua vida, vira de cabeça para baixo, faz barulho, muda. tudo e, no entanto, por alguma razão absurda, já não pode ser dispensado.

-Você estará lá para me fazer companhia...- Pisco para ele, levanto-me e vou em direção ao banheiro, paro na soleira e, de costas para ele, o saúdo: -Até mais, Curry .- Mando-lhe um beijo na mão, que ele agarra e leva ao coração, depois, como sempre faço, fecho a porta sem dizer mais nada, sabendo que quando terminar ele irá embora. . Sorrio com esse pensamento e pode parecer estranho, mas é assim que funciona o nosso relacionamento. Apoiamos-nos em tudo, faríamos qualquer coisa um pelo outro, mas seremos apenas bons amigos com benefícios e sempre fui claro nesse ponto. Não é por causa dele, a culpa é minha, e não estou mentindo quando digo que meu carinho por ele é sincero, infelizmente não posso me comprometer com um relacionamento sério e o que sinto por ele não é amor. Apesar dos anos que se passaram desde o fim da minha história com o Tiago, nunca mais senti esta última sensação.

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