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Capítulo 01

Aviso - Antes da Leitura

Antes que prossiga com a leitura, quero deixar claro que o conteúdo relatado aqui é “polêmico.” Não é um tema aceito pela maioria dos leitores. Porém, quero pedir que não julgue o livro sem tê-lo lido primeiro. Dê uma oportunidade e finalize a leitura, para tirar suas próprias conclusões. Quero deixar claro que não compactuo esse tipo de comportamento na vida real, vamos deixar a ficção na ficção.

O livro é proibido para menores de 18 por conter palavras de baixo calão, bebidas alcoólicas e conteúdo sexual, entre outros.

Capítulo 01

Adele Miller

Não sei em que parte da minha vida tudo virou de ponta cabeça, mas sei quando tudo teve um início. Desde que me entendo por gente, a minha mãe, Jenna, nunca foi de falar muito sobre o seu passado. Meus avós maternos não foram e, nem são, tão presentes na vida da mamãe. Creio, eu, que seja por conta de algo que aconteceu no passado, antes mesmo que eu viesse ao mundo. Em contrapartida, meus avós me deram o amor e carinho, que tanto sinto falta. Às vezes percebo que mamãe tem ciúmes em relação ao modo que sou tratada por eles, porém, não tenho culpa. Eu sinto falta do carinho e atenção que ela nunca se dispôs a oferecer para mim.

Moramos em uma casa simples, não é lá essas coisas, no entanto, me sinto muito

bem, tantas pessoas no mundo que não tem onde morar, então não sou muito de reclamar. Estudo em uma escola aqui mesmo, em Nova Iorque, não tenho muitos amigos, mas tenho a minha melhor amiga, Helena. Não poderia ter pessoa mais louquinha, nessa Terra a não ser ela mesma.

Sempre falando a verdade doa a quem doer. Nos conhecemos desde pequenas, ainda na escola primária. Ela vive no pé da mamãe insistindo para que ela me deixe sair, porém, ela nunca permite, vive falando que sou muito nova para andar por aí sem um adulto. Helena não suporta essa mania de ela querer me proteger de tudo e, todos. Mas para falar a verdade até que eu gosto dessas decisões. Não sou muito de sair de casa.

Entretanto, hoje é o meu aniversário, minha mãe me autorizou a sair, somente hoje. Com a promessa que não passaremos da meia-noite. Helena, quase teve um ataque quando ela disse que poderei ir a tal festa, que um dos meninos da escola está organizando. Ele convidou a Helena, mas disse que se eu poderia comparecer. Confesso que estou muito ansiosa para essa noite, Helena então nem se fala.

Combinamos que ela passaria aqui em casa para irmos juntas. Ainda acho um grande milagre, mamãe ter me liberado. Hoje sendo o meu aniversário, ela nem sequer me parabenizou pessoalmente, apenas deixou um bilhete na porta da geladeira.

Tiver que sair um pouco mais cedo, não tenho horário para chegar

em casa. Mas como a sua amiga passou essa semana me perturbando,

vou liberá-la para ir a essa festa. Contudo, quero você em casa meia-noite.

Parabéns, querida

Ass: Jenna

Foi basicamente isso mesmo. Helena, passou a semana infernizando-a. Diferente de um bilhete deixado na porta da geladeira, meus avós ligaram para mim. Disseram que já compraram o meu presente, como hoje além de ser o meu aniversário. Estou entrando de férias escolares, vou passar duas semanas com eles.

Helena não gostou muito da novidade, já que ela não desgruda de mim. Entretanto, vou sentir muita falta dessa louca. O que mais gosto entre nós duas, é que compartilhamos tudo e temos os mesmos gostos. Um deles é cantar. Amo profundamente a música, para mim, ela diz tantas coisas. É mágico o que uma canção pode fazer com você. Ela te leva ao passado, presente e futuro. Te faz imaginar coisas que estão longe da realidade em que vivemos. Nós duas cantamos no coral da escola. Uma vez teve uma competição entre escolas, claro que a nossa era uma delas. Ficamos em 2° Lugar.

Olho para o relógio em cima da mesa de cabeceira, percebendo que estou mais que atrasada. Agora só não sei o que vou vestir, não compro roupas novas há bastante tempo. Abro o meu guarda-roupa e, jogo tudo que tenho no chão, procuro algo que eu possa usar.

— Vamos, queridinha! Nessa demora, você não vai a essa festa.

Falo comigo mesma. Depois de horas procurando, acho o vestido que vovó me deu de presente ano passado. Nunca havia usado, pois não tive oportunidade, mas hoje ele será inaugurado.

— ADELE! Espero que já esteja pronta. Não quero chegar atrasada.

— Helena, vem gritando lá debaixo. Quando entra no quarto diz: — Não acredito, que você ainda está nesse estado.

— Desculpe, querida! Contudo, não é a minha culpa, não estava achando algo bonito e apresentável para vestir — explico terminando de arrumar os meus cabelos.

— Foi por esse motivo que disse que te emprestaria algo. — Como se eu fosse aceitar.

— Você sabe que não gosto dessas coisas, Helena. Agora vamos, que já estou pronta! — digo, pegando em sua mão, a puxando para fora do quarto.

— Adele, você sabia que o Jacob, vai estar na festa? — pergunta assim que entramos no carro do seu pai.

— Não sei o porquê você está me falando isso. Sabe muito bem que não gosto dele.

Jacob é um rapaz que conheci na escola. Digamos que eu tenho uma quedinha por ele, mas não confirmaria isso para Helena. Pois ela não me deixaria em paz, pelos próximos dez anos. Quando ela coloca uma coisa na cabeça, não tem quem a faça desistir.

Quando finalmente chegamos à festa. Helena, estaciona o carro e descemos, caminhamos rumo a multidão que está fora da casa. Muitos já estão bebendo, outros estão quase nus dentro da piscina.

— Helena, amor, fico feliz por comparecer — Alex, o dono da festa

vem por trás colocando o braço em volta do pescoço de Helena. Depois

ele olha para mim e diz: — E, você, Adele? Finalmente saiu da toca, hum.

— Quem é vivo sempre aparece. — Dou de ombros. — Aliás, a sua festa está muito animada. Fiquei muito feliz por você ter nos convidado.

— Faço o que eu posso, gata! Agora vão aproveitar a festa, meninas. Tem bebidas lá dentro! — explica todo animado.

— Agora você falou a minha língua. Vamos, Adele! Essa noite promete.

Adentramos à casa, chegando ao bar, vejo o barman entregando algumas bebidas. Helena, sendo a pessoa que é, já foi abrindo o seu lindo sorriso. Não pode ver carne nova, que já quer devorar, já eu nunca tive um relacionamento. Mamãe disse que sou muito nova e que se soubesse de algo, me deixaria de castigo pelo resto da minha vida.

— Olá, garotão, queremos duas tequilas só para começarmos — pede Helena, dando uma piscadela para o barman que sorri.

— Você sabe que vai nos levar para casa, ainda hoje, né? — comento.

— Claro, Adele! Estou ciente da realidade. Não vou beber da maneira que você está pensando.

Diz e me entrega um shot de tequila. Depois de alguns copos, saímos para dançar. Tudo é novo para mim, nunca tinha sentido a alegria que é, estar em uma festa como essa. Olho para o bar e vejo uma cena patética. Helena, está dando em cima do barman. Se no normal ela é do jeito que é, imagina com alguns shots de tequila na cabeça.

Olho para um determinado lugar da festa e avisto Jacob, conversando com uma loira. Gostaria de estar no lugar dela, mas sei que nunca sairia nada além da nossa amizade. Por um tempo fomos grandes amigos, porém, não suportava mais ter que ouvi-lo relatar sobre os seus encontros. Então, para não sofrer mais e continuar sendo essa garota tola que sou por não ter coragem de falar o que eu realmente queria, resolvi me afastar.

— Oi, gatinha, não lembro de vê-la nas festas que o Alex promove.  — Escuto um rapaz que se aproximou de mim, dizer.

— Ah! Oi — digo um pouco sem graça. — Não tenho costumo de ir em festas. Essa está sendo a minha primeira vez, digamos assim. — Dou um sorriso.

— Hum! Você quer dançar? — ele pergunta próximo ao meu ouvido, pois a música está alta demais.

— Sim, vamos! — Já que fui abandonada pela Helena. O melhor a se fazer é, dançar.

Conforme vamos dançando ele chega mais perto. Não digo nada, além do mais não vejo problema algum. Ele sai para pegar mais bebidas, quando o rapaz volta, ele me entrega o copo e bebo tudo em um gole só. De repente sinto o meu corpo esquentar, um calor dominando o meu ser. Aos  poucos vou me soltando, começou a dançar como se minha vida dependesse disso.

O rapaz que nem fiz questão de saber o nome, segura na minha cintura, me fazendo esfregar o meu bumbum em suas partes. Tento me desviar do seu aperto, no entanto, ele não deixa. Então sou obrigada a dizer:

— Não quero mais dançar. Por favor me solte! — protesto, tentando tirar suas mãos imundas do meu corpo.

— Calma, gatinha! Agora que está esquentando a festa, você quer parar? — ele diz tentando me beijar, mas viro o meu rosto desviando o seu contato. Olho ao meu redor, mas ninguém percebe o meu desespero. Quando ele tenta apertar na minha bunda, sinto alguém me puxar. Olho para o lado, vejo que é  Helena. Logo em seguida o rapaz está caído ao chão, enquanto Jacob desfere socos em seu rosto.

— Desculpe-me! Sou uma péssima amiga. O que eu fiz foi errado, não deveria tê-la deixado sozinha — Helena, se justifica com lágrimas nos olhos. — Não era para isso ter acontecido.

— Você não teve culpa. Não se sinta culpada.

Tento confortá-la. Alex vem para separar a briga. Todos estão ao redor olhando a confusão sem fazer nada para apaziguar. Alex segura Jacob,

enquanto outro garoto segura o escroto.

— Seu idiota! — brada irritado. — Não se meta onde não é chamado. Eu iria me dar bem nessa, já tinha preparado tudo. Fiz até uma bebida especial para a garota — agora diz debochado.

— Como é, seu desgraçado. Você batizou a bebida dela? — Jacob, se solta do aperto de Alex e, mais uma vez, parte para cima do idiota.

— Já chega, porra! — Alex diz e separa os dois mais uma vez. — Seu imbecil, o que deu na sua cabeça para fazer isso com a garota?

— Gente eu não estou entendendo nada! — acrescento extremamente confusa. Jacob olha em minha direção e vem próximo de onde estou.

— Vamos embora, Adele. Vou levá-la para casa. Tudo bem para você, Helena? — minha amiga responde que sim, e volta a pergunta para mim.

— Tudo bem! — sentencio.

Dou um beijo me despedindo de Helena. Jacob me conduz até seu carro. Ele abre a porta para que eu possa entrar, depois faz o mesmo entrando em seguida. Estou nervosa faz tempo que não tínhamos contato algum.

— Desculpe pelo que aconteceu na festa. Mas eu tinha que fazer alguma coisa. — Ele está se desculpando por me salvar?

— Não tem o porquê se desculpar, Jacob. Vamos esquecer o que aconteceu essa noite — peço tentando mudar de assunto.

— Sei que hoje é o seu aniversário. Eu iria te entregar isso! — Ele tira do seu bolso um saquinho e me entrega. Depois volta a sua atenção para a estrada. — Não sei se você vai gostar.

— Não, precisava! — comento muito feliz por ele ter lembrado.

Abro a embalagem. Meu coração bate mais rápido quando vejo o que é. Se trata de um pingente em formato de coração, com uma foto que tiramos quando éramos da mesma sala de aula.

— É lindo, nem sei o que dizer. Não lembrava que tínhamos tirado essa foto.

Ele me lança um sorriso, depois disso ficamos em silêncio o restante do caminho até em casa.

— Obrigada, pela carona e pelo presente. Vou usar e cuidar com carinho.

— Fico feliz que vai usá-lo. Se você preferir eu mesmo posso colocá-lo em seu pescoço — Jacob se oferece todo solícito.

— Eu adoraria. — Depois de colocar a corrente em mim, ele diz:

— Ficou perfeito. Agora tenho que ir, Adele. Tenho que deixar Rubi em casa, até logo.

Desço do carro e dou-lhe um aceno com a mão antes de entrar em casa. Meu coração bate acelerado dentro do peito. Olho para o relógio na parede, vejo que passa do horário combinado por sorte mamãe ainda não chegou. Subo para tomar banho quarto e por fim dormir. 

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