Tarde diferente
Lucas
Me apresento como o novo professor ensino os primeiros movimentos aos alunos, quando percebo já é hora de voltar.
Chego e sou recebido com um cheiro delicioso, Marcela avisa que a comida já está pronta e que já está de saída para o hospital onde ela trabalha como enfermeira, me despeço dela e subo para tomar banho, vou no meu quarto, tiro a roupa, coloco uma toalha e vou para o banheiro, entro de uma vez no box e me deparo com a Bia novamente, completamente nua dessa vez, acho que não consegui disfarçar e fiquei olhando pra ela.
— Desculpa, já tô voltando! - disse meio sem jeito.
— Tudo bem, já tô saindo!
Pega a toalha e sai, eu automaticamente ligo o chuveiro mudo a temperatura para o frio e tomo o meu banho, termino volto para o meu quarto e não desço, estou chateado demais, fico um bom tempo olhando para o teto, aliás nem sei quanto tempo já se passou, quando escuto uma batida na porta.
— Entra! - permiti.
— Não vai descer pra almoçar? - Bia me perguntou.
— Tô sem fome, o papai já está aí? - perguntei.
— O papai sempre chega só à noite, almoça no trabalho, nós vamos ficar sozinhos a tarde inteira.
(…)
Bia
Ele continua mais lindo do que nunca, na hora que o vi, meu coração bateu forte como a cinco anos atrás, na época eu só tinha treze anos, agora estou com dezoito e passei esse tempo todo achando que o que eu sentia era uma loucura de criança, mas aí ao ver ele, tudo voltou com mais força, eu sou uma louca em ficar pensando nessas coisas.
Ele pareceu olhar pra mim lá no banheiro, mas logo, disfarçou e virou o rosto, ele não me olharia assim, eu que sou uma doente que precisa de tratamento, ele está demorando muito, vou chamá-lo.
Subo até o quarto dele e bato na porta, ele diz pra eu entrar, puta merda, ele está só com um short fino, que barriga de tanquinho e peitoral perfeito, babo com essa imagem.
— Ah não sabia que ele almoçava por lá! - respondeu quando eu disse sobre o papai.
— Desculpa por não ter trancado a porta do banheiro, é que nesse horário geralmente costumava ficar sozinha. - eu tento explicar pra ele.
— Tudo bem! Afinal nós somos irmãos, não tem nada a ver. - ele diz sorrindo.
Merda! O que ele disse me doeu, ele não se importa nem um pouco, deveria estar aliviada mas não estou. Zangada dou um pulo na cama dele que o faz se assustar automaticamente.
— Lembra que eu costumava pular assim na sua cama? Você ficava morrendo de ódio. - tentei provocá-lo.
— Sim eu lembro bem, você ficava pulando e me deixava enfurecid.... - nem deixei ele terminar o que ia dizer, e já comecei a pular com toda a força e ele começou a balançar, olhei pra ele vi que ele estava começando a ficar vermelho, ele dá um pulo rápido e me imobiliza.
— E se me lembro bem eu fazia muitas cócegas em você depois disso! - disse e começou a me fazer cócegas no corpo todo, eu fico a me contorcendo de rir, tento me soltar e ele me imobiliza ainda mais só com um braço e a perna em cima da minha, como ele tem tanta força? - me questionei em pensamento.
— Não, não, mãe, paaaaai! - gritei.
— Igual como antigamente, querendo me deixar encrencado né? Mas dessa vez o papai não está aqui para te socorrer! - ele diz todo divertido.
Eu começo a me mexer tentando me soltar e ele aumenta as cócegas, caraca eu não aguento mais, começo a me esfregar nele, percebo que ele ficou duro, então ele rapidamente me solta e fica corado.
— Anda, vamos comer? A mamãe vai ficar chateada se souber que você não almoçou. - ele assente e desse comigo.
— Ei ! Você ainda me odeia? - perguntei.
— Nunca te odiei garota! - respondeu.
— Qual é? Você não me suportava, deixava claro pra quem quer que fosse. - joguei na cara dele.
— Você só costumava ser irritante, quer dizer, bem irritante. - disse parecendo nostálgico.
— Engraçadinho, talvez eu estivesse só querendo chamar atenção. - joguei a indireta nele.
— Ah é? E pra que? - me perguntou.
— Bem, para passar mais tempo com meu irmãozinho. - o respondi olhando nos seus olhos, eu estava sendo sincera em tudo o que eu dizia.
— Que nada! Você só queria era me infernizar mesmo. - Lucas diz dando de ombros e sorrindo.
Fico chateada quando ele diz isso, e volto para a minha comida, ele termina e vai pra pia lavar o prato dele, porra não consigo parar de olhar, ele parece um modelo, muito alto, corpo forte e definido, ombros largos, cabelos loiro e olhos azuis perfeitos. Eu fico babando até ele se virar e olhar pra mim.
— Quer que eu lave o seu prato? - ele pergunta inocentemente.
— Pode deixar, eu lavo. - respondi tomando a frente dele na pia, fazendo questão de me empinar e passando raspando na frente dele, sinto uma coisa dura me espetando, ele se afasta.
Termino com a louça e chamo ele pra assistir um filme, ele concorda e sentamos no sofá, o filme é de terror, ele parece estar prestando bastante atenção, e então também fico olhando pro filme, até quando me assusto com um golpe do vilão e dou um pulo em cima dele.
— Bia, o que é isso? - perguntou surpreso.
— É que estou com medo! - confesso e ele relaxa.
Deito minha cabeça no ombro dele e sinto o seu cheiro, sem conseguir me segurar dou uma longa fungada e expiro devagar em sua orelha, vejo ele se arrepiar e ficar duro novamente, começo a me rebolar.
— Para com isso! - ele diz me empurrando de cima dele e sobe apressado para o seu quarto.
Merda o que foi que eu fiz? Porque eu não consigo me controlar com ele? Porque ele tinha que ser meu irmão? Ou porque eu tinha que sentir isso, o garoto me odeia, sem contar que sou uma pecadora que não vai pro céu.
Desligo a televisão e corro chorando para o meu quarto.