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3

Fecho o ziper da minha mochila depois de confirmar novamente que tem tudo que preciso.

Desço as escadas encontrando mamãe na sala assistindo alguma coisa sem interesse, com passos silenciosos caminho até a porta.

__Aonde você vai?- pergunta mamãe me assustando.

__Que susto mãe!- coloco a mão no peito a encarando__Só vou dar uma volta.

__Nem pensei nisso- se levanta e caminha até mim__Que mochila é essa?

__São minhas coisas mãe, eu realmente preciso sair- digo e ela nega.

__Não Vénus, estamos indo embora amanhã e não quero problemas até lá- diz decidida.

__A senhora não pode me obrigar a ficar- digo irritada e ela cruza os braços me encarando seria.

__Posso e vou- diz decidida me fazendo acenderam indignada__Agora sobe para o seu quarto e guarde tudo isso. Não esqueça de levar o telefone de emergência.

Não a respondo e volto a subir as escadas, indo para o meu quarto.

Olho para o relógio vendo que faltam o vinte minutos para meia noite. Não posso perder essa oportunidade.

Amanhã será tarde demais, e eu preciso fazer com que eles paguem. Nem que seja um pouco.

Tranco a porta do quarto e vou até à janela a abrindo, olho para a minha mesa de estudos vendo o telefone de emergência e me lembro do que mamãe me disse quando me deu ele.

__Um dia nossa vida vai depender desse telefone, uma ligação será capaz de salvar nossas vidas. Ande sempre com ele, quando estivermos em perigo de vida ligue para o único número que tem aqui.

Eu tinha doze anos e nunca havia visto mamãe tão seria quanto aquele dia, ela realmente estava falando algo importante.

Por respeito à ela, volto e pego o telefone colocando no meu bolso. Volto para a janela e agradeço a enorme árvore perto dela e os troncos que chegam até minha janela.

Com cuidado me penduro na árvore evitando fazer o mínimo barulho. Desço da árvore e encaro minha casa antes de sair correndo pela rua.

Que mamãe me perdoe.

Corro pelas ruas até parar em frente à única faculdade da cidade. Coloco meu capuz e caminho até o único guarda que está na casinha ao lado do portão.

Dou a volta até à parte de trás da faculdade, Me aproximo do murro e dou um salto sentindo meus dedos segurarem o pico do murro, com impulso consigo sentar nele.

Salto para o outro lado, entrando na faculdade. Retiro minha mochila a colocando no relvado e a abro, retiro o galão de gasolina e o fósforo. Volto a colocar minha mochila.

Caminho até a porta de trás da catina que dá para a cozinha, abro o galão e espalho o líquido por toda a parede da cozinha e na porta.

Acendo o fósforo e sem exitar o lanço contra o líquido criando o caos.

Corro de volta ao murro antes que o fogo se espalhe, salto o murro e uso outro caminho para voltar para casa.

Perto de casa ouço o som da explosão me fazendo sorrir, a cozinha está cheia de botijas de gás, só precisava explodir as botijas e elas fariam o trabalho de queimar toda a faculdade.

Quando estou a uma rua de casa estranho vendo um carro e vários homens rodeando minha casa. Sinto meu corpo gelar quando ouço o grito de mamãe, vejo dois a carregando.

__HEY- grito me aproximando e vejo o olhar de mamãe cair em mim.

Ela está com o rosto tão machucado, seu rosto ficar apavorado quando me vê.

__FOGE VÉNUS, LIGA PARA ELE, CORRE SA....- grita mamãe mas um dos homens bate nela a fazendo desmaiar.

__PEGUEM A GAROTA- grita um deles e vejo quatro homens caminhando em minha direção.

Direciono um último olhar a mamãe e me viro começando a correr. Olho para trás vendo os homens se transformarem em seres extremamente feios, grandes e fedorentos.

Estou a alguma distância e mesmo assim consigo sentir o mau cheiro.

Fico tão assustada que tropeço no asfalto ralando algumas partes do corpo, meus olhos marejam ao sentir meu corpo doer.

Me levanto voltando a correr os sentindo cada vez mais perto, entro em um estacionamento sem parar de correr. Retiro o telefone de emergência tomando cuidado para não o deixar cair.

Porque não ouvi mamãe?

O que são essas coisas?, o que eles querem?

Ao sair do estacionamento sou surpreendida com aquela coisa puxando meu cabelo me fazendo cair, chuto seu rosto me afastando tentando voltar a correr mas ele segura minha perna esquerda arranhando minhas pernas com as suas garras.

Grito começando a chorar, chuto seu rosto com toda a força que tenho o afastando, volto a pegar o telefone que havia caído e disco o único número que tem ali.

O número chama várias vezes e a cada passo que dou olho para trás vendo aquelas coisas cada vez mais perto.

__Harry Vodmont- atende me deixando Aliviada mais o choro se torna mais forte.

__Por favor me ajuda- Peço olhando os monstros se aproximando cada vez mais__Por favor, eles vão me matar.

__Quem vai te matar?, quem te deu meu número?- pergunta e grito ao tropeçar em uma pedra e volto a correr.

__Eu não sei, mamãe disse que se acontecer algo era para ligar esse celular estranho e ligar para o único número que tem aqui. Eu estou com muito medo, estou ferida. Não sei se aguento- digo me escondendo atrás de um murro tentando descansar um pouco.

Péssima hora para ser sedentária Vénus

__Fica calma, que tipo de ser está atrás de você?- pergunta  e dobro os joelhos respirando rapidamente.

__Eles são muito feios e fedorentos. Eu nunca fiz mal a ninguém senhor, eu juro.

__Precisas me dar mais detalhes- pedi me irritando, volto a correr por ver os monstros perto de mim.

__Eu não devia ter fugido de casa, mamãe me disse para não sair. Eles estão tão perto.

__Procure algum tipo de esgoto e se esconda lá.  Assim eles não vão sentir seu cheiro.

__Eu não consigo- digo e sinto garras perfurarem meu ombro me tirando do chão__ ME SOLTA, ME SOLTA, AIIIIIII.......

O telefone cai no chão se quebrando.

Chamada off

Sou lançada no meio da estrada e sinto uma dor se alastrar nas minhas costas, me arrasto pelo asfalto vendo eles se aproximarem já em forma humana, estão sorrindo por terem conseguido me pegar.

Olho a volta tentando ver uma saída, vejo aquele burraco por onde entra a água da chuva indo para o esgoto.

Mas o burraco é pequeno demais para mim.

A única opção é continuar a correr.

Levanto voltando a correr mesmo sentindo todo meu corpo reclamar.

Entro em um beco vendo um amontoado de lixo que está fedendo demais.

Me escondo no meio de todo aquele lixo em alerta, sinto ratos passando por mim me deixando ainda mais com medo.

Suspiro vendo eles passarem por mim, mas acho melhor ficar aqui até amanhã.

Amanhã vejo como ir atrás de mamãe.

O que acabou de acontecer?

Será que estão me castigando por ter colocado fogo na faculdade?

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