Biblioteca
Português

Desajustados

0 · Em serialização
Evangeline Carrão
21
Capítulos
48
Visualizações
9.0
Notas

Resumo

Abigail é uma adolescente comum que perde os seus pais num trágico acidente, é forçada a viver com os seus tios mafiosos, e apaixona-se por um dos seus primos gémeos, Adam. Ao lutarem pelo direito de estarem juntos, descobrem que a máfia que os rodeia é muito mais cruel do que pensavam.

romanceCEOmafia

Capítulo 1

Abigail Ferguson é uma adolescente que fora abandonada ainda recém nascida pela mãe e adotada logo em seguida por Joel e Eleanor Ferguson, sua infância assim como a maior parte da sua adolescência fora repleta de alegrias e mimos que recebia de seus pais já que dinheiro não era problema para a família.

Apesar disso Abby se sentia desajustada entre seus colegas, não entendia porque tinha que seguir tantas regras de etiquetas ou porque ela não podia acordar um dia sem vontade de se maquiar e pentear seus cabelos loiros perfeitamente.

Ela se alegrava com a idéia que em alguns anos estaria livre, poderia viajar ou trabalhar com seu primo Harry, desde que seu pai a levou para conhecer a reserva ambiental do outro lado do país, ela ficara encantada com o trabalho e a natureza, Abby adorava a adrenalina e a calma das trilhas e se encantou ainda mais com os grandes ursos pardos protegidos na reserva, trabalhar com esses animais proporcionaria a ela experiências incríveis.

Parecia o plano perfeito, a vida perfeita.

Mas tragédias acontecem, e desta vez aconteceu aos Ferguson. Enquanto voltavam da França para a Bélgica, onde a família vivia, Joel perdeu o controle do seu monomotor ao passar por um balão de ar quente e caiu com sua esposa para a morte.

Sua única tia viva era Molly Cooper, por isso Abby foi enviada para a Inglaterra como um pacote sendo despachado de volta ao remetente, sem cuidado.

Ela não conhecia a tia, e nenhum outro Cooper além de Harry, mas se sentiu acolhida no momento em que o casal a apanhou no Ministério.

Tia Molly era casada com Carl e juntos ficavam lindos, ela era diferente, não usava jóias ou sapatos de grife mas assim como Joel possuía um sorriso que acalmava qualquer um.

Abigail desceu do velho Ford Anglia e seus sapatos tocaram o chão de terra em torno da propriedade, ela olhou para a sede e mais parecia um cortiço, com cômodos que pareciam construídos em diferentes anos anexados a partir de um casebre no centro, não que a menina se importasse com isso agora mas era bem diferente da mansão luxuosa em que vivia.

Dois garotos idênticos arremessavam e rebatiam bolas ali perto.

- Venha querida, antes que seus sapatos fiquem cobertos de lama - disse a tia gesticulando para que Abby a seguisse - Ethan e Adam, ajudem seu pai com as malas.

Os garotos protestaram mas obedeceram.

- Talvez eu deva ajudar, eu trouxe muita coisa.

- Não se preocupe, estará tudo no seu quarto em um minuto, querida.

Elas entraram na casa e Molly a levou direto para a cozinha, Abby notou os móveis velhos e a tapeçaria gasta e se sentiu culpada por ser mais um gasto para tia.

A fortuna de seus pais se resumiram a uma pequena parcela, depois de pagas todas as dívidas e gastos do governo com as burocracias do acidente e mesmo assim os Coopers não aceitaram um centavo dela.

Molly por outro lado se sentia feliz em receber a sobrinha, ela amava o irmão e se sentia culpada por nunca tê-lo visitado, mas ficava atarefada com tantas crianças para cuidar e a casa, além do mais uma viagem para toda a família sairia caro e eles não tinham esse dinheiro.

- Sente Abby - Molly colocava tantos pratos diferentes na mesa que a garota se sentiu obrigada a pegar pelo menos um bolinho de arroz mesmo sem fome alguma.

Um estrondo de fez ouvir quando os gêmeos puseram uma mala grande no assoalho da sala.

- Lá em cima meninos - os garotos protestaram outra vez.

- Mas é muita coisa.

- Não me façam ir até aí.

Abby acharia essa situação engraçada se não estivesse mal pela morte dos pais e pelas mudanças que acarretaram.

- Mãe, acho que preciso de outro remendo - disse uma menininha de uns oito anos entrando na cozinha, ela trazia uma blusa de lã rasgada nas mangas.

- Oi, eu sou a Emily.

- Abby .. Abigail.

As duas sorriram uma para a outra.

- Eu resolvo em um minuto querida - e se virando para Abby - você tem tudo que precisa para início das aulas?

- Sim, fora os livros acho que posso usar o que tenho da antiga escola.

- Ótimo porque o prazo está apertado e ainda tem o festival de verão.

- Estão falando do festival? Vai ser demais Julian.

Dois garotos entraram na cozinha, Abigail reconheceu o moreno do jornal, mesmo em na Bélgica Julian Ford era famoso, com o atentadi que nós pais sofreram.

- Esses são Bob e Julian, tenho certeza que vão se entender bem, apesar de serem bem mais novos que você.

- É, se você estiver torcer para o Manchester - disse Bob de boca cheia.

- Temos amigos que torcem para outros times tambem - Julian tentou parecer mais amigável.

- Pra qual time você torce?

- Ela não sabe Bob, deixe-a em paz - tentou intervir tia Molly

- Eu não gostava muito de futebol na Bélgica, mas tenho certeza que Manchester é um ótimo time.

- Sim querida, mas Bob não fala de outra coisa, não se preocupe - Molly sorriu gentilmente - ninguém vai te fazer escolher um time para ser aceita na escola.

- Pronto - disse um dos gêmeos quando os dois entraram na cozinha - era mais fácil ter nos mudado pra casa dela, acho que temos menos coisas para carregar.

Todos riram, menos Abby. O outro gêmeo olhou para ela como se pedisse desculpa.

- É mas colocaram no quarto errado - disse um garoto, esse um pouco mais velho e com ar intelectual por baixo dos óculos de armação fina.

- Colocamos no único quarto vazio, do Harry.

- Então desçam e coloquem na frente do de vocês.

- O que? Porque? - os dois falaram em conjunto.

- Ela ficará com o quarto de August e August com o de Harry.

Eram muitos primos, todos com as mesmas características, cabelo preto extremamente liso, olhos azuis escuros e a pele clara.

August, o mais velho que ainda morava na casa, tinha o cabelo bem cortado e um pouco magro demais, diferente de Bob que era tão rechonchudo que parecia querer explodir.

Já os gêmeos eram bonitos e Abby não pensou em outra palavra para descrevê-los, deviam ter seus dezessete anos, mesma idade dela.

- Não se preocupem meninos - Carl disse entrando no pouco espaço que havia na cozinha - eu faço isso depois de comer.

Após todos jantarem e Abby devolver o bolinho intocado, Molly achou uma boa ideia pedir aos meninos que fizessem ela se sentir em casa.

Eles se sentaram na sala e logo o assunto do festival voltou.

- Eu aposto que a Abby vai surtar quando vê a barraca - disse o mesmo gêmeo que fez a piada sobre Abby ter coisas demais.

- Porque acha isso? - perguntou Julian, o único loiro na sala além de Abby.

- Com certeza não é um motivo plausível - August falou sem levantar os olhos de um livro.

- Roupas bem alinhadas, olha com nojo para tudo, não quer falar com ninguém, roupas pretas como se estivesse em um luto eterno...

Abigail sentiu suas bochechas esquentarem e sabia que estava com o rosto vermelho.

- Os pais dela morreram, idiota - interrompeu Emily, tão sensata em tão pouca idade.

- Desculpe, eu tinha esquecido.

Um clima tenso tomou o lugar e Abby se sentiu muito desconfortável.

- Eu acho que vou desfazer a mala.

Ela subiu chegando ao primeiro andar, a direita havia um quarto com duas camas desfeitas e muitas roupas e bagunça pelo chão, sem contar que todas as gavetas estavam abertas.

Abby entrou no quarto da esquerda, os armários e gavetas estavam vazios, ela abriu a mala e começou a esvaziar.

- Posso entrar - Ela viu que Julian estava na porta.

- Pode claro.

- O Ethan às vezes exagera nas piadas.

- Achei que piadas deviam ter graça.

Essa teve pois os dois riram.

- Sei que pode ser difícil, principalmente com o que houve, mas os Coopers são legais, me acolheram quando meus pais morreram, e se você quiser um amigo pode me procurar.

- Obrigada Julian. Sinto muito pelos seus pais.

Os pais dele haviam sofrido um atentado no ano anterior, um grupo de extremistas os assassinaram depois de uma matéria no jornal em que os Ford, dois jornalistas respeitados, mostravam a verdade por trás da ideologia do grupo, O Estado Novo.

- Você quer descer?

- Não, acho que vou dormir cedo.

- Está bem, boa noite.

- Boa noite.

Mas Abigail não dormiu naquela noite, era difícil dormir em uma cama que não era a dela, em uma casa que não era a dela e com uma família que não era a dela.

Em seu novo quarto ela pensou em cada uma das pessoas que ali viviam, ela gostou da maioria, exceto Ethan.

O outro gêmeo parecia mais empático e Abby sorriu ao lembrar da expressão dele e ficou imaginando quantas vezes ele não teve que se desculpar pelo irmão.

Abigail levantou depois de ter certeza que todos já haviam tomado café, ela se sentira zonza no dia anterior com tantas pessoas em volta da mesa.

Em sua casa era sempre só ela e os pais e na escola todos mantinham conversas baixas nas refeições.

Mas ao contrário do que pensava a garota, Molly manteve a mesa posta até que ela descesse.

- Coma querida ou não vai se manter em pé.

- Obrigada tia - Abby se obrigou a comer, a mulher estava sendo tão gentil e cuidadosa que seria pecado recusar.

Enquanto ajudava Molly a tirar a mesa, Abby ouviu gritos e barulhos altos vindos do jardim.

- O que eles estão fazendo?

- Ah só arrancando ervas daninhas da horta, essas pragas insistem em voltar.

Abigail não fazia ideia do que significava aquilo, mas sua curiosidade a guiou até lá fora, todos os garotos , exceto August, agarravam e arrancavam plantas finas dentre os legumes.

Os gêmeos as atiravam uns nos outros, Bob reclamava e bufava como se detestasse aquilo, apenas Julian parecia mais acessível e Abby foi até ele.

- Pode me ensinar?

- Sério? Ok, você só tem que agarrar, girá-los com força para pegar impulso e arremessar o mais longe possível, depois nós varremos.

-Julian? Essa está presa - Bob reclamou, ficando vermelho demais ao tentar puxar uma erva.

- Ah não - Julian bufou e saiu correndo para ajudar, Abigail achou aquilo divertido e deu um pequeno sorriso.

- Não sei porque você quer aprender isso, mas vou te ajudar - disse um dos gêmeos se aproximando.

- Tá bem, Adam.

- Como tem tanta certeza que sou o Adam?

- Eu apenas sei.

O garoto não soube o que dizer por um momento, mas então se lembrou do que estavam fazendo.

- Tá pegue esse - ele entregou uma das ervas que carregava para Abby, que pegou com mais confiança do que o garoto esperava - agora faça como eu.

Adam rodou o braço fazendo a planta girar com toda a força e então o soltou, mas não pro lado certo.

A raiz foi para trás e acertou a parede da cozinha com um estrondo, apenas a alguns centímetros da janela. O garoto arregalou os olhos e então Abby riu de se dobrar como não fazia a dias.

- Acho melhor não fazer como você - ela disse ainda recuperando o ar.

- Porque não tenta ali?!

- Você só pode estar louco.

- Não tem coragem, Ferguson?

Abby adorava se sentir desafiada, rodou a planta até seu braço começar a queimar e jogou na direção em que Adam apontara.

- NÃO! - gritou Bob enraivecido - eu já tinha limpado toda essa área. Eu ainda mato você Ethan.

- Hei, eu não fiz nada, foi a garota.

- Sei - rosnou Bob.

- Graciosa - cochichou Adam.

- Obrigada Senhor.

- E não foi pega. Incrível.

Os dois riram e começaram a trabalhar juntos, logo Ethan se juntou a eles e Abby não o achou tão ruim. Imaginou a bronca que Molly dera no menino e talvez Adam também tenha ouvido por tabela.

- É a garagem - Julian informou Abby ao perceber que ela olhava demais para o pequeno galpão.

- Talvez você possa guardar a sua moto ali, vai liberar espaço no celeiro

- Nossa Bob, como se a caixa tivesse cinco metros cúbicos e dois de altura - riu Ethan

- Metros cúbicos já inclui a altura - Abby respondeu de forma despretensiosa.

-Além de tudo é inteligente - Adam sorriu para Abby que ficou corada.

Após o almoço, Abigail voltou para o quarto a fim de desfazer o restante das malas, olhando pela janela ela viu a moto sendo tirada do celeiro e deu razão à Bob. Não era grande mas ocupava um espaço desnecessário.

- Tia - ela disse ofegante depois de ter corrido escada abaixo - será que eu posso guardar minha moto na garagem? O Bob disse que talvez eu poderia.

- Claro, mas acho que os meninos já estão fazendo isso.

-Eu vi mas achei que devia pedir permissão.

-Abby - a tia colocou a mão no rosto da menina - essa é a sua casa agora.

Abby saiu pela cozinha e encontrou os gêmeos na soleira.

-Ja estamos levando?

-Ta bem, mas não conte ao Bob.

- Não ousaremos - eles disseram juntos.

- Hei, posso ver? - Ethan ergueu a lona que cobria a moto

- Claro.

-Adam achou melhor perguntar.

- Nossa - exclamou Adam ao ver a moto - é bem legal.

- Obrigada.

-Corre bem?

- Ahhh ela corre sim - Abby respondeu orgulhosa.

- Vamos ver - Ethan se levantou ainda mais orgulhoso - vou pegar as nossas.

- Agora não.

Abby queria correr, era o que ela mais amava na vida, mas a lembrança dos pais dela e o que houve a eles a deixou triste mais uma vez. Mesmo que não tivesse sido em uma moto, era um veículo, era veloz e eles morreram.

Os gêmeos perceberam e não insistiram.

A noite Abby se sentiu mal de novo, depois do banho foi para seu quarto tirar o que faltava da mala e acabou encontrando a foto dos seus pais, ela decidiu olhar para eles um pouco antes de descer para jantar.

Ela se deitou na cama com a foto no criado mudou e acendeu o abajur para vê-los melhor. Seus olhos marejaram, ela fechou-os por um instante e acabou dormindo.

Naquela madrugada outra pessoa na casa teve dificuldades para dormir.

Adam Cooper desceu para pegar água, na volta sentiu um vento gelado vindo do quarto de Abby e percebeu uma luz acesa pela porta entreaberta.

Espiando lá dentro ele a viu descoberta e encolhida na cama, Adam entrou em silêncio, fechou a janela do outro lado do quarto e foi até o criado mudo.

Ele apagou a luz que estava acesa e cobriu o corpo de Abby antes de ir para a porta.

- Você é o Ethan ou o Adam? - a voz sonolenta de Abby o assustou um pouco e ele não soube o que responder por um instante.

-Adam - ele sussurrou por fim.

- Você pode ficar?

- Ficar?

Abby se ajeitou na ponta da cama dando o máximo de espaço para ele, Adam deitou na ponta oposta deixando um pequeno espaço entre eles.

A menina segurou a mão de Adam entrelaçando seus dedos, ele se sentiu um pouco confuso mas imaginou que o que mais Abby precisava era alguém por perto depois de tudo que ela perdera.

- Está animada pra amanhã?

Mas Abby já dormia.

Naquela noite os dois tiveram sonhos aconchegantes.

Emily Cooper batia pela terceira vez na porta de Abby naquela manhã, ou quase manhã já que o sol ainda não nascera.

Cansada de esperar e temendo um possível atraso, a menina abriu a porta e entrou no cômodo para sacudir a prima até que ela se levantasse.

Felizmente, Adam Cooper estava ansioso demais e levantou 20 minutos antes da primeira batida de Emily.

Abby se levantou ainda muito sonolenta e vestiu uma camisa, jeans e botas antes de pegar seu suéter, quando saiu para o corredor Carl passou ao lado dela.

- Esses sapatos não Abby, o caminho é longo.

Longo?!

Abby desceu depois de calçar um tênis confortável, pelo menos os Coopers não se importavam se ela não quisesse se maquiar às cinco da manhã.

Mesmo assim, quando Abigail chegou a cozinha todos já estavam terminando de comer, ela disse bom dia sem muito ânimo.

Sentado à mesa estava Adam, ele esfregou as coxas ansioso olhando incessantemente para a prima que só quando cruzou o olhar com ele se lembrou do que houve na madrugada.

Abby corou fortemente, pegou um muffin e uma garrafa de água e saiu atrás dos outros que deixavam a mesa. Um sorriso sincero surgiu nos lábios dela.

Os Coopers pegaram uma pequena estrada de terra próxima a propriedade.

Está frio e ainda não tinha amanhecido, o ar gelado da madrugada fez o nariz de Abby queimar, ela colocou a mão em concha sobre o rosto.

-Aqui, pega - Adam ofereceu uma de suas luvas a prima que agradeceu com o olhar, vestindo a peça única e esquentando o nariz nela - Como você está? - Adam perguntou para Abby andando ao lado dela.

- Estou bem - ela abaixou os olhos timidamente - obrigada por ontem.

- Tudo bem. A cama do August sempre foi mais confortável que a minha.

Adam apanhou um galho comprido e passou para Abby.

- Para se apoiar - ele apontou para Carl que também usava um galho como uma bengala.

- Acha que preciso disso, Cooper? - Abby disse subindo em uma pedra alta e descendo de salto só.

- Faz trilhas?

- Às vezes, nas montanhas.

- Isso parece legal.

- Acha mesmo?

- É, acho - Adam respondeu com incerteza, ele não entendia porque mas a idéia parecia boa quando vinha da boca de Abby. Adam parou por um momento apertando uma câimbra na lateral do abdômen - e sim, foi um elogio.

- Precisa de um galho?

- Não, ele aguenta - Ethan gritou se virando para trás - andem logo, vão acabar nos atrasando.

-Animada? - Adam voltou o assunto.

-Você não?

-Mas o festival é sempre o mesmo pra mim, é sua primeira vez.

-Sim, tem razão. O que tem lá?

-Comida, bebida, alguns brinquedos como roda gigante e montanha russa.

-Isso parece legal - Abby abaixou os olhos, ainda não se sentia no direito de se divertir.

-Hey, tudo bem - Adam a olhou com um sorriso discreto - eles iam querer que você fosse feliz.

Abby sorriu, ela sabia disso, mas ouvir de Adam a deixava mais tranquila, ele dava sentido às palavras.