Capítulo 7
Eu reclamo. -Eu tive que entender que não teria sido tão fácil- Ele pisca para mim e vai para o outro lado da caminhonete para entrar.
-Se você vai me levar a algum lugar chique, diga que estou saindo do carro agora mesmo- Olho para ele e ele liga o motor.
-É uma discoteca perto- Por sorte ele não me leva para comer fora, teria sido mais embaraçoso.
-Vamos fazer o jogo das vinte perguntas- Sugiro virar o canudo no copo. -Mas a condição é que eu faça as perguntas-
Ele me estuda cuidadosamente. -Então eu não vou saber nada sobre você?-
"Você pode perguntar mais tarde, se quiser." Eu dou de ombros e ele relaxa na cadeira à minha frente.
O local é muito agradável e não barulhento, ótimo para um bate papo.
O movimento da camisa preta esticada sobre seus ombros me dá água na boca, mas digo a mim mesma que não devo pensar nisso porque depois desta noite não o verei novamente.
Eu, por outro lado, decidi usar um vestido rosa claro claro com converse por baixo e ele fica olhando para as minhas pernas o tempo todo.
“Então, anos?” Eu tomo um gole do líquido colorido e observo com antecipação.
-Trinta e um- Achei menos, bom.
“Cor favorita?” Pergunto passando minha perna cruzada sobre a outra.
-Azul escuro-
"Espero que não seja porque meus olhos são tão azuis" Eu levanto uma sobrancelha sorrindo e ele morde o interior de sua bochecha segurando um sorriso.
-Você acredita em amor à primeira vista?-
-Ainda não tenho certeza- Ele passa a mão pelos cabelos loiros e aquele movimento me chama a atenção.
-Você se arrepende?- A pergunta o pega desprevenido, ele se acomoda melhor na cadeira.
-Acho que não pode ser definido como arrependimento, mas é muito próximo. Quando eu tinha dezoito anos, entrei para a Marinha e lá fiquei por muito tempo, mas quando fiquei preso sob uma viga de casa em uma missão, tive que sair devido a lesões corporais. Ele lambe os lábios. - Sabe quando você tem uma visão clara do que quer fazer na vida, mas depois tudo vira de cabeça para baixo? Bem, isso aconteceu- Ele toma um gole. -Continue-
Dizer que estou sem palavras é um eufemismo. -Qual era a sua maior paixão antes?-
“Eu sempre amei lutar quando criança e ainda amo, mas quando me alistei meio que ficou em segundo plano.” Concordo com a cabeça, olhando para a garçonete andando pela sala.
-Qual a maior loucura que você já fez?- Ele pensa um pouco antes de responder.
-Acho que foi quando eu ainda estava na escola, junto com um amigo meu abri todas as torneiras da escola para que inundasse, nesse mesmo dia tínhamos prova e não tínhamos estudado- Ele sorri lembrando e volta a atenção para mim. -Quão longe estamos?-
-Agora vem o sétimo, você já traiu uma garota?-
-Acho que não, nunca tive namorada- Ele apoia os cotovelos nos joelhos separados e me encara. "Mas por que não paramos com essas perguntas e me perguntamos aquela que você está morrendo de vontade de saber?"
O menino também é insolente, gosto dele. -Um passo de cada vez, qual a sua altura?-
-Um metro e noventa e um-
-Você é filho Único?-
-Eu tenho um irmão que é alguns anos mais novo, ele deveria ter a sua idade, à primeira vista-
-Porque quantos anos você me dá?-
-vinte e quatro-
Sorrindo, eu disse: “Tenho 26 anos, mas obrigado pelo elogio.” Procuro em minha cabeça mais perguntas. -Com que idade você perdeu a virgindade?-
-Dezessete- pensei antes.
-Tenha animais de estimação?-
-Um cachorrinho, foi um presente para os quatro anos de Noha há alguns meses-
-Que esporte você praticava na escola?-
-Nenhum, não gostei do que a escola oferecia e consequentemente nunca participei de nenhum jogo-
-E o que você gostaria de ter feito?-
-Natação- Ele leva o copo aos lábios.
-Você disse que não teve namoradas então acho que nunca teve um relacionamento sério, por quê?-
-Quando criança eu só pensava em sair com meus amigos e estudar, nunca quis me amarrar física ou mentalmente a alguém-
-Qual é o seu lugar favorito para visitar?-
-Eu amo a Irlanda e então eles são todos pessoas felizes e amantes de suas origens-
-O que você mais gosta em uma garota?-
-As costas, com certeza. Para mim é a parte mais feminina de uma mulher-
-Comida favorita?-
-Mexicano-
-Que tipo de filmes você assiste?-
-Gosto muito de ficção científica, vejo muitos com Noha-
-Chegamos ao fim- Coloco o copo sobre a mesa e dou toda a minha atenção. -Como você conseguiu Noha?-
-Eu tinha vinte e cinco anos quando fui dispensado do serviço militar e ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido, estava abismado. Fui a um bar e a garçonete deixou claro que queria terminar alguma coisa, mas eu não. Depois de uma série de bebidas desisti e, a esta altura, estou convencido de que não tomei nenhuma precaução. Ela me disse que estava grávida depois de alguns meses e eu não quis acreditar. Quando a Noha nasceu eu fiz um exame de sangue e deu compatível comigo, eu era o pai dela. Nunca amei a menina que o deu à luz e logo caí nas mãos das drogas. Ele tinha acabado de me dar a custódia exclusiva de Noha quando descobri que ele teve uma overdose naquela mesma noite. Ela me repetiu várias vezes que não queria um filho, mas que o teria dado à luz porque não era certo matá-lo. Após sua morte, seus pais não quiseram nenhum contato com Noha e se mudaram para outro estado.
A história que você acabou de me contar é de partir o coração. Uma mãe que não quer o filho e se droga e depois se suicida, parentes que não querem reconhecer o neto e fogem para outro lugar. Essa história é absurda.