Capítulo 5
POV Sofia Mendoza
Nos dois dias seguintes, eu estava mais calma. Peguei um ônibus para Rochester, Minnesota, pois queria visitar minha mãe. Comprei algumas flores e fui ao Oakwood East Cemetery, onde eu ia uma vez por mês nos últimos dois anos, sem falta. Eu ainda não estava pronto para deixá-la ir, pois minha vida tinha se tornado uma merda por causa dela. Deixei as flores e não disse nada, pois ainda estava com raiva dela.
Consegui trabalhar por duas semanas seguidas sem nenhum contratempo, mas minha medicação havia acabado e eu estava começando a ficar muito ansioso, então tive que ir ao bar Karla para comprar mais.
— O que está fazendo aqui? — perguntou o homem de cabelos pretos do outro lado do bar.
— Meu remédio acabou — esclareci, pois sabia que ele não gostava que eu viesse ao seu local de trabalho para fazer isso.
— Sofía, eu não vou lhe vender nada. Da última vez que você veio aqui, alguns caras tentaram estuprá-la, a polícia veio ao bar para nos interrogar e você quase me expôs. O que diabos você estava pensando ao ficar chapada sozinha no meio de um estacionamento em um bar? — Nicholas repreendeu: "Preciso que você vá embora", ele deixou escapar.
— Prometo que não voltarei ao bar, mas preciso das pílulas com urgência — cuspi.
Comecei a tremer sentada na frente dele, ou pelo menos foi o que senti. Passei a mão pelo cabelo, tentando controlar minha frustração, enquanto minha respiração ficava mais pesada. Eu estava prestes a perder o controle.
— Tudo bem, espere por mim no lugar de sempre — suspirou Nicholas, desaparecendo na minha frente.
Atravessei o bar e saí de lá para chegar à porta dos fundos do banheiro, onde Nicholas já me esperava.
Estes são diferentes: há quatro cogumelos, duas anfetaminas, duas cetaminas e um GHB injetável. Certifique-se de comprar várias seringas em uma farmácia, não use a mesma seringa, jogue-a fora. Não ultrapasse quatro mil miligramas, se não quiser morrer", disse ele, enquanto estendia a mão para mim com a sacola.
Peguei a bolsa e olhei seu interior, não por desconfiar de Nicholas, mas por hábito.
— É o meu pagamento — ele ordenou.
Verifiquei minha carteira e lhe passei algumas notas. Ele as pegou para contá-las e rapidamente as enfiou no bolso da calça enquanto se afastava de mim.
— Meu troco! — gritei, enquanto o via se afastar.
"Foda-se, Allison", ele respondeu.
— Merda — solucei. Eu chorei.
POV Alejandro Salazar
Minha pergunta era quem diabos estava ligando a essa hora. Peguei meu celular para atender a ligação.
— Sim? — perguntei, forçando minha mente a ficar acordada.
— Sr. Alejandro Salazar? — perguntou alguém do outro lado da linha.
— Sim, sou eu — eu me identifiquei.
— Desculpe o horário, aqui é a enfermeira Monica Steel. Você conhece a senhorita Sofia Mendoza? — perguntou a pessoa do outro lado da linha.
— Sofia Mendoza? — perguntei, um pouco confuso.
— Sim, a senhora tinha seu cartão na carteira, por isso entramos em contato com você. Esse é o único meio de comunicação que a senhora tem — explicou ela.
— Sim, ah, Srta. Foster, como posso ajudá-la? — perguntei enquanto me sentava na cama.
— A Srta. Mendoza está no Hospital da Clínica Mayo, campus de Saint Marys. Sabe onde ela está? — perguntei.
— Acho que sim — respondi, sem saber o que a mulher estava tentando me dizer.
— Pode entrar em contato com um familiar próximo ou vir pessoalmente? — perguntou a enfermeira.
— Posso saber o que aconteceu? — perguntei.
"Intoxicação por GHB", disse a enfermeira, mas eu não a entendi. Só havia silêncio na linha.
— É um potente depressor do sistema nervoso", explicou ela, percebendo meu silêncio.
—Eu estava a caminho — acrescentei ao desligar a chamada.
Eu já havia me vestido e estava descendo o elevador do prédio. Como não poderia ligar para Miguel a essa hora, decidi sair no meu carro e encontrar aquela garota.
—Boa noite, quero saber em que quarto está a senhorita Sofia Mendoza — perguntei à enfermeira do posto.
— Ela é parente? — perguntou a enfermeira.
— Não — eu disse.
— O senhor é o marido ou namorado da paciente? — perguntou a enfermeira.
— Não — eu disse novamente.
— Você é amigo dela? — ela perguntou novamente.
— Não — repeti novamente.
— Então, nesse caso, por que você quer vê-la? — perguntou a enfermeira, demonstrando certa dúvida.
—Sou um conhecido — confessei.
—Bem, aqui vem o médico responsável pelo seu caso", anunciou ela, apontando para a mulher que se aproximava.
—Boa noite, sou o Sr. Alejandro Salazar — disse eu, estendendo a mão para a mulher à minha frente. Ela era muito bonita.
— Sr. Alejandro Salazar, da Salazar & Salazar? — ela perguntou.
—Sim, o mesmo — indiquei, olhando para ela enquanto notava seu nervosismo.
— Eu não sabia que você era parente do paciente — disse o médico.
— Ele não é um parente, é um conhecido — proclamou a enfermeira do outro lado da estação, cuja mera presença na sala eu havia esquecido.
— Venha comigo até a minha sala, preciso informá-lo de algumas coisas sobre o paciente. — concluiu ela.