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Capítulo 10

Corro com a mochila balançando nas costas, ouço ela gritar meu nome, só paro quando vejo um táxi próximo. Percebo que ela me seguiu assim que entrei no carro.

- Érika! - Chama com voz ameaçadora.

- Acelere, cara. Apresse-se, minha vida está em risco. - digo com a respiração pesada. Ele acelera, deixando Christine para trás, pela janela do carro. Faço uma cara de desculpas para ela, ela franze a testa e diz com os olhos: Te encontro amanhã.

Acho que amanhã terei uma dor de estômago horrível.

Chego em casa dez minutos depois, peço ao motorista que espere um pouco e entro no prédio. Samamtha está conversando com o Sr. Smith na recepção.

- Sammy, pequeno e lindo da minha vida, você sabe que eu daria minha vida por você, certo? - digo com cara de quem não quer nada.

- O táxi, certo? - Ela me olha estreitando os olhos.

- Quando eu receber eu te pago, eu juro. - Balançando a cabeça, ele se levanta e vai até o táxi, paga e volta. Eu sorrio mostrando meus dentes.

- Olá, senhor. Ferreiro. - Saudações ao homem de cabelos grisalhos.

- Olá querido, está tudo bem?

- Melhor impossível. - Não sei se ele entende a ironia no meu tom de voz, mas ele sorri gentilmente.

Samy e eu pegamos o elevador e logo entramos no apartamento dos meus pais. A primeira coisa que faço é tirar os sapatos e a roupa, coloco uma legging e um top. Coloquei Positions da Ariana Grande enquanto me alongo.

- Não vim vestido para correr. - Samy diz fazendo uma careta.

- Pegue um dos meus. - Foi o que ele fez, depois de nos vestirmos, pegamos duas garrafas de água e saímos correndo do prédio. Cada um com seus fones de ouvido, Samy com seu rock e eu com meu pop.

Corremos pelas calçadas ao entardecer, o céu em tons de dourado, rosa e laranja, as ruas movimentadas dentro do horário, o som ecoando em meu coração.

Corro quase todos os dias, faz bem à saúde e também compensa a quantidade que como quando estou irritada, o que é quase sempre, admito, e também me ajuda a dar o máximo que o meu corpo é capaz. até o limite do meu limite. Quando eu disse que minha barriga está lisa não é por sorte, eu realmente não estava brincando.

- Conte-me sobre o garoto com a voz provocante. - Samy diz do nada. Diga não, peça.

Consigo escapar de um para ficar cara a cara com outro ainda mais obcecado. Excelente. Ótimo e ótimo.

- Não tenho nada que dizer. Não vou perder tempo falando dele. - E acelero a corrida, deixando Samy para trás.

- A que horas é seu horário de almoço? - Ele pergunta em voz alta, por causa da distância e por causa da música em nossos ouvidos, e isso atrai olhares de algumas pessoas na rua, eu ignoro e respondo:

- Meio-dia. - Ela acena com a cabeça.

Minha respiração começa a ficar difícil e irregular, meus pulmões parecem estar em chamas. Mas não paro até passar pelo quinto quarteirão do meu prédio, não apenas passo por ele, mas dou a volta como Samy e eu contornamos os outros.

- Conseguimos. - digo com a fala quebrada. - Passamos por outro quarteirão. - Respiro fundo. O rosto de Samantha está vermelho e ela se senta no chão para descansar. - Você parece uma pimenta.

- E você é um tomate. - Ela responde, faço uma careta e olho em volta enquanto apoio as mãos nos joelhos para descansar um pouco antes de retornar. O céu já está se enchendo de azul noturno, a fina lua crescente tirando toda a atenção do resto do céu. Então olho para o prédio em que paramos, Samy segue meu olhar.

- Nós vamos voltar. - Ele anuncia se levantando.

Levanto uma sobrancelha com um sorriso tortuoso nos lábios quando reconheço o prédio.

- Você nem vai falar com a pessoa que você gosta. - Abro um largo sorriso. Sua expressão fica confusa e de repente muda para vergonha.

- Ele não é meu amor platônico. - Ela nega.

- Então por que está ainda mais vermelho? - Observo como o tom escarlate de sua pele se intensifica. Eu rio de prazer.

- Não... ele não... eu não gosto... dele... - Ela gagueja, ficando com raiva quando estendo a mão para tocar a campainha do prédio, ouvindo-a. - Érika! Você ficou louco para sempre? Vamos. Oh que vergonha. - Ele esconde o rosto com a mão livre, já que com a outra está puxando meu braço para nos afastar do prédio alto. Ela olha para cima e me solta para esconder meu rosto com as duas mãos, assim perco o equilíbrio e para não cair de bunda (de novo) me apoio na parede frontal do prédio, que por sinal, é exatamente onde a campainha toca., o barulho faz Samy me olhar com os olhos arregalados.

- Você tocou a campainha! - Ele grita incrédulo.

- Me deixaste! E o que há de errado em aparecer aqui? Você já o demitiu diversas vezes, não tem vergonha agora, não é? - Estou de costas para a porta branca do prédio.

- Ainda não te respondi. - Ele diz me pegando de surpresa. Ela sempre responde rapidamente com toda a educação e sentimentalismo que tem. - Vi acidentalmente a mensagem e ainda não respondi.

- Você irá aceitar? - Tento não parecer muito ansiosa, mas isso já está me incomodando, Samantha pode pelo menos concordar em sair com ele, comer e fazer as coisas que você faz em um encontro e comer, vamos, é comida de graça.

Ela hesita e cruza as mãos, envergonhada.

- Érika! Há uma câmera de segurança ali. Aponte discretamente para o topo da fachada alta do edifício. - E ele pode ouvir.

- Somos tão pequenos que podem nos confundir com formigas. - Eu respondi.

- Vou aceitar? - Ele pergunta com uma dúvida tão ingênua que me faz rir. Los ojos de Samy están elevados detrás de mí, pero antes de que pueda mover un músculo, la voz no es la de Douglas la que llena el espacio, es la voz de la persona que menos quiero escuchar en todo el mundo y me hace congelarme no lugar. lugar:

- Olha, ela sabe rir.

Viro-me antes de ver a boca de Samantha aberta e os olhos tão arregalados que tenho medo que eles saiam das órbitas e rolem pela rua.

- O que faz aqui? - Percebo que ele saiu do prédio na nossa frente. - Você decidiu me seguir agora? Para me incomodar mesmo quando não estou no trabalho? - provoco, já entrando no clima.

- Isso não é uma má ideia. - Ele responde cruzando os braços perfeitamente formados. Seus olhos chocolate olham para o meu rosto. Reviro os olhos, encontrando um motivo para desviar o olhar dele. Seu cabelo balança ao vento, ondas de fios castanhos caindo sobre sua testa, então ouço minha amiga pigarrear. Sujeira! Eu tinha me esquecido dela.

- Samantha, esse é o ridículo insuportável que eu te falei - Não! Percebo o que disse tarde demais. Decido parar de falar assim que noto sua sobrancelha levantada em diversão e sua boca puxada para trás descaradamente. - Vou estripar você, Howard. - digo baixinho, o sorriso dela se abre completamente para mim, então ela se vira para minha amiga e a cumprimenta. Samy conversa com ele e faz questão de me citar em cada frase; "Erika falou muito sobre você" Erika isso, Erika isso, Erika ali e Erika aqui, coisas que eu nunca falei sobre ele, e pude perceber que ele não acreditava em nada, ele fingia, mas na verdade ele não acreditava acreditar. . "Erika me contou o quão linda e gentil você é."

Tenho que olhar para o outro lado da rua para não rir, Ben faz o mesmo, mas disfarçadamente. Ele mesmo sabe que nosso “relacionamento” no trabalho nada mais é do que suportável.

Samantha vai me pagar caro por isso. Desta vez não sentirei pena dela.

- Mas o que você está fazendo aqui? - ele perguntou de repente.

- Eu vivo aqui. – Responde apontando para o prédio.

- Você conhece Douglas? - Meu amigo sussurra hesitante.

- Ah, sim, ele é meu vizinho.

- Oh. - Ela solta. - Fresco. Agora temos que ir. - E então ela me leva de volta para casa.

Estou entrando no SOM agora, tendo aturado Samy dando qualquer motivo para falar sobre Ben ontem à noite, mesmo enquanto estávamos assistindo. Tive que aguentá-la até que ela adormecesse me olhando maliciosamente. Até fui dormir no sofá. Mas ela já recebe o que merece, nas primeiras horas da manhã respondi a mensagem do Douglas se passando por ela e aceitando o convite para sair com ela. Como você acorda tarde, quando perceber já será tarde demais.

Eu me sinto linda.

Sento na minha cadeira com um suspiro, pelo canto do olho vejo Taylor e David conversando com sorrisos e trocando olhares sinuosos, Christine é como um zumbi no balcão, com um olhar profundo e cansado, ela boceja a cada segundo.

Baixo a cabeça e foco na minha blusa branca, de vários desenhos aleatórios, quando vejo a senhora. Flynn vai direto ao Sr. Costello.

Eu tinha esquecido que agora terei que ficar escondida graças ao Ben, como se não bastasse o fato de querer estripá-lo desde o primeiro dia.

Como se fosse convocado, ele entra no escritório, roubando a cena. Mais uma vez. Como tenho uma leve sensação de que todas aquelas coisas estranhas vão acontecer comigo de novo, não olho para isso. Concentro-me no celular, distraidamente enrolando uma mecha de cabelo no dedo indicador.

Ele se senta ao meu lado, sua camisa branca lisa e seus olhos mais vibrantes e intensos do que o normal.

- Olá, querida Érika. - Me cumprimenta. Acho que ele nunca vai parar de me chamar assim.

- Olá, seu idiota insuportável. - Ele retribui a saudação com um sorriso dócil.

-Richard já devolveu o plano? - perguntar.

- Ainda não. Ele nem disse quem fez o melhor plano. Mas eu sei que fui eu. - digo olhando para a porta do Richard bem na minha frente.

- Claro que foi. - Ele comenta me fazendo olhar para ele surpresa. - Eu ajudei-te.

- Oh, meu bom. - murmuro tentando evitar rir. - Você é tão insuportável. - Não consigo evitar e uma risada escapa, ele também solta uma risada leve, calma e sincera, que só ouvi sair dele uma vez. A risada para, apenas um pequeno sorriso brilha em seus lábios.

- EM. Lancaster e Howard. - Soa a voz profunda e séria do chefe, me fazendo olhar para ele ao mesmo tempo. - Vem aqui.

- Howard, você poderia levar a Sra. Lancaster...

- Pode me chamar de Érika. - interrompo, ele me olha por cima dos óculos, me fazendo estremecer.

- Os dois irão para o John Hancock Center. Você não estava mentindo sobre o seu desenho, Erika. Vale a pena ir ver e prestar atenção. E como você a ajudou... - Ben indica. Então acontece de novo.

Sinto-me orgulhosa.

- Parabéns. - Ben diz olhando para mim com seu habitual sorriso atrevido, mas vejo sinceridade em seus olhos. Coloquei meu olho branco.

- Ah, que azar, agora teremos que nos aguentar o dia todo, não basta nos odiarmos o suficiente. - eu comento.

- Eu não te odeio. - As palavras me atingiram com força novamente, cada vez me surpreendendo mais e me deixando sem palavras.

- Você não me odeia? - estreitei os olhos em sua direção, para esconder minha total surpresa.

Ele não me odeia. E eu poderia jurar o contrário.

- Não deveria? -Seu olhar examina meu rosto.

- Eu sei que você odeia ser praticamente minha babá. Então, é um pouco difícil imaginar que você não me odeie, além do jeito que você me trata, cheio de ironia e arrogância. - Mantenho na boca a verdadeira pergunta que quero fazer a ele.

Se você não me odeia, por que me trata assim?

- Me odeia? - Ele pergunta me indicando.

E agora? E agora? Não há "E agora?" Eu o odeio, é ridículo e tenho certeza que no fundo ele me odeia. Mas ele praticamente cuida de mim e me aguenta.

Além disso, por que eu deveria odiá-lo? Ele não tem obrigação de ser gentil e gentil comigo, assim como eu. Não odeio, odeio, mas acho que não é tão ridículo como era no início. Mas ainda é porque quase tive mais problemas com o outro chefe, o Sr. Costello, ah, e também tem a coisa da impressora.

Talvez eu mesmo odeie isso.

- Eu não te odeio - acabo dizendo sem pensar, uma daquelas estrelinhas na galáxia dos seus olhos brilha, me deixando cativada. - Mas eu também não gosto de você.

Ele arqueia uma sobrancelha, um meio sorriso divertido em seus lábios rosados.

- Estou apenas apoiando você. - Sai dele por completo um sorriso largo, um sorriso caloroso e engraçado, que faz meus joelhos tremerem e ilumina todo o lugar, e um dos raios de seu sorriso, pequeno e quase insignificante, ilumina dentro de mim.

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