3
Você foi incrível com as adivinhações", disse Matías, aproximando-se de mim.
-Acho que sim.
-Sexta-feira tem uma feira na cidade, você gostaria de ir?
Isso foi um aviso, talvez se eu conseguisse dois ingressos, poderia convidar Eliseo. Então eu disse as palavras à boca dele e corri até você.
Você estava sozinho, eu não sabia se deveria me aproximar. Então dei um passo lento, passo a passo lento. Quando cheguei a meio metro de distância, você me olhou um pouco confuso.
-Sexta-feira tem uma feira na cidade, eu queria saber se... Você quer vir comigo?
-Obrigado, mas eu já fui convidado.
-Oh... tudo bem, divirta-se.
Ele não me respondeu e se afastou de mim na direção oposta. Olhei para ele com tristeza, na verdade éramos vizinhos, ele mora ao meu lado.
Você é tão bonitinho, vai chegar o dia em que vai aceitar meu convite.
-E aí, o que você acha?
Matias veio ao meu lado, sorrindo de orelha a orelha e eu lhe respondi.
-Está bem.
-Vai ser o melhor dia de sua vida, você vai ver.
Fui para o ponto de ônibus, depois para esperar. Matias morava do outro lado da rua, então ele sempre pegava o mesmo ônibus que eu. Revirei os olhos, ignorando sua presença. Matias: ele não disse nada, começou a ler um livro que eu tinha acabado de começar a ler.
-Você gosta desse livro? Está me espionando?
-Eu gosto de ler, a partir desse aplicativo. É o destino", ele exclamou e piscou para mim, divertido.
-Sonhe, mas se eu gostar? Em que capítulo você está?
-O primeiro, na verdade... Quer que eu leia para você? - ele quis saber, em um momento para o outro: ele já estava sentado ao meu lado.
Isso vai mantê-la quieta? -Olhei para ele com ar cansado.
-Sim...
-Bem.
-Isso começa assim:
"Hoje era sexta-feira, e nesse dia tínhamos apenas duas horas de aula. Entramos às seis horas da tarde e saímos às oito e meia.
"Quando cheguei, a primeira coisa que notei foi o preceptor passando por cada oficina. Cheguei um pouco curioso, porque todo mundo estava em volta dele.
-Oi Cami, aconteceu alguma coisa? -perguntei, aproximando-me de seu lado.
-Espero que seja breve ou não poderemos fazer muita coisa.
-Oh... Entendo. Teremos que fazer fila? - disse eu, divertido.
-Teremos a vantagem de não falar - respondeu ele com uma risada.
-Isso vai ser complicado", assegurei a ela, com Cam e eu sendo máquinas de falar bobagens, no bom sentido.
"Nosso grupo inteiro caminhou lentamente em direção à entrada. Quando comecei meu discurso, senti uma pontada em meu pescoço. Ao me virar, encontrei aqueles olhos castanhos em mim, bem, eu achei que sim.
"Ou talvez estivessem no jovem rechonchudo atrás de mim, dei de ombros mentalmente. Eu não deveria me preocupar com algo assim, não é?"
-Aqui está nossa parada", murmurei contente.
Embora eu não pudesse deixar de dizer, ouvir a voz dele em uma parte me agradou. Era por isso que eu queria fugir, porque não entendia direito.
"Por que eu queria continuar a ouvi-lo?
Aquele dia era segunda-feira, passei o fim de semana em um vai e vem bastante peculiar. Não sabia quando chegaria o dia em que teríamos de voltar para a escola.
Eu estava sempre perdida na aula, sem pensar ou prestar atenção nele. Ele era sempre o mesmo, com o cabelo caindo até os olhos, mas para mim ele sempre tinha algo diferente. Enquanto eu estava pensando profundamente, um pequeno pedaço de papel quebrou minha concentração, olhei em todas as direções e encontrei o fornecedor do objeto.
Era Matias.