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Capitulo VII- Liz Albuquerque

— Senhora Ivone para onde a senhora esta me levando? — Questionei a minha ex-chefe ao entrar em seu carro, sorriu maliciosamente a meu lado. — Não se preocupe, não irei lhe matar se é o que pensa, tenho um amigo que esta no hospital, é um homem de sessenta e dois anos, você irá conhece-lo, acabou de dizer que procura um emprego? 

Assenti a seu lado, sim, eu preciso de um emprego. — Ele irá lhe tratar mal no inicio, as outras foram embora porque não tem paciência, mas você... — Seus olhos varreram meu corpo de cima a baixo. — Parece meio lesa para entender as frases de duplo sentido que ele dirá para ofende-la. — Sorri sentada, até me lembrar. — Senhora Ivone pare, pare, minha filha e minha tia estão aqui nesta sorveteria. 

Gritei para a mulher que freou o carro assustada, colocou a mão no coração. — Garota louca você quer me matar? — neguei abrindo a porta do carro. — Desculpe senhora Ivone, mas eu não posso ir a este emprego, tenho que levar a minha filha ao médico. — Sai correndo para a sorveteria que ficou a cem metros atrás.

Corri até elas, minha tia franziu a testa me vendo retornar da direção oposto a que fui. — Peguei uma carona, vamos para o hospital agora, ai me dá Alice? — Lhe entreguei a minha bolsa pegando a minha pequena no colo, ao senti sua pele arregalei os olhos. — esta ardendo em febre, trouxe termomêtro? — Afirmei lhe mostrando na bolsa.

O carro vermelho parou, olhei para dentro, a senhora Ivone dentro dele acenando, buzinando. — É pra gente? — Olhei para a minha filha, para a minha tia, por fim a senhora Ivone que desceu do carro. — As encontrou? — Afirmei com Alice nos braços. — Sua filha é até bonita, não parece com você, onde esta o pai? — Revirei os olhos para sua pergunta. — Quem é esta mulher, Liz? — Peguei o termomentro da mão da minha tia, colocando em Alice. — minha ex chefe, a senhora Ivone. 

Sorriu fraco olhando a minha tia. — Não precisa reproduzir as coisas terríveis que ela diz a meu respeito. — A olhei, nunca falei dela, muito menos mal,  essas pessoas acham que o mundo viram em torno de si. — Sua ex chefe,é bonita Liz, discordo que não perceba que a nossa Alice é seu clone. — Sorri afirmando, se puxasse a Marcos pobrezinha.  — Você disse que esta levando a sua filha pra o médico? 

Afirmei de pé. — Estou a senhora sabe onde tem algum por aqui? — Olhei em volta.— Levarei vocês ao hospital, mas... — Ergeu o dedo um anel dourado nele. — Mas somente se também for conhecer o meu amigo que lhe falei. — Dei de ombros, pela minha filha faço qualquer coisa.

— Certo vamos então. — Entramos no carro, sentei no banco traseiro com Alice nos braços, a febre em trinta e nove grau e meio, chegamos ao hospital enorme, olhei para mim com calça jeans, tênis de anos, antes de sonhar ter Maria Alice na vida, ainda sonhava em ser uma bailarina conhecida no mundo inteiro, a blusa de um ombro só, sorri sem graça ao lado da senhora Ivone.

— Você tem dinheiro pra pagar uma consulta neste lugar Liz? — Escutei minha tia perguntar, neguei frustada por dentro. — Vamos pelos menos saber o valor. — Apenas pra não fazer feio na frente da senhora Ivone. — Deu remédio a Alice? — Afirmei com a pequena dormindo em meu ombro, no seu vestido de babado branco e rosa, pesando nos meus braços.

Entramos sem nem mesmo tocar na porta, olhei para a recepção vazia. A senhora Ivone falou com uma mulher que nos liberou, entrei sem graça nenhuma. — Pediatra senhora? — Assenti aproximando do balcão. — A consulta fica no valor de setecentos e oitenta reais, a vista, parcelado no cartão acrescentamos a taxa de vinte por cento. 

Apenas assenti, o setecentos recebi no dia anterior achando que era muito dinheiro. — esta bem obrigado, volto depois. — Menti, nunca na minha vida. — Pagamento á vista, quero que examine a criança, faça exames se for preciso fazer,um check-up completo. 

— Senhora Ivone, eu não tenho... — Não me deixou dizer. — Eu sei que não tem, estou pagando porque eu vi o tanto que lutou para bebesse o remédio no carro, lhe julguei mal ao ver sua cara de sono ontem, pensei que estivesse na balada, mentiu na entrevista dizendo não ter filhos. — Chorei afirmando, menti porque Amanda me disse que eles não aceitam recepcionista nem secretérias com dependentes. 

— Desculpa eu só queria um emprego. — Afirmou me olhando, meu choro acordou a minha filha em meu colo, lhe ninei tentando acalma-la.  — Eu sei, eu fui carrasca com você por que a empresa exige que eu seja, há pessoas levianas o tempo inteiro ao nosso redor, abusam da nossa boa fé, estou a quize anos anos nesta empresa. — lhe olhei, quantos anos ela tem?  Sorriu ao me ver olhando incrédula. 

— Não pareço não é? — Assenti com Alice no colo. — Mas tenho, já passaram pessoas de todos os tipos  por lá, lamento julga-la mal garota. — A mulher chamou em voz alta o nome de Maria Alice Albuquerque, segui no corredor vendo as duas ficarem para trás. Entrei na sala mais fria que o corredor. — Bom dia doutora. 

— Bom dia é a mãe da Maria Alice Albuquerque, Lizandra Albuquerque Góes? — Afirmei com a minha filha nos braços. Levantou franzindo o cenho. — Coloque-a na cama por favor mãe, me relate o que a pequena esta sentindo? Faz acompanhamento corretamente? — A voz calma, doce, me acalmou um pouco.

— febre que não passa doutora, tem dias que ela não levanta da cama, diz que seu corpo dói, pergunto onde diz que no corpo inteiro, as vezes tem falta de ar. 

— Sangramento em algum lugar mãe? — Neguei vendo examina-la, Alice acordou assustada, abraçou o meu corpo sendo examinada pela mulher muito delicada que a fez ri algumas vezes. — irei pedir alguns exames, tem a opção de não fazer aqui no hospital, mas dependo do resultado urgente para que lhe dê um diagnóstico preciso mãe. 

Peguei todas as solicitação, sai com Alice da sala mole em meus braços, fizemos os exames ali mesmo que a senhora Ivone pagou. — Seu amigo esta aqui? — Afirmou sentada na poltrona, entreguei Alice para a minha tia, fomos para o quarto. Bateu na porta, simplesmente bateu na porta. — Não quero ver ninguém.—A voz veio de dentro, sorri ao escutar. — Esta aborrecido? 

Afirmou me olhando, abrindo a porta. Olhei para o senhor alto na cama, os cabelos grisalhos, os olhos verdes, o olhei virando a cabeça ele parece tanto com alguém. — Trouxe mais uma vitima para o senhor, quer apostar comigo que esta dura mais que as outras? — Me olhou da cama, fez uma expressão de desdém.  — Nossa o que eu fiz pra o senhor? Não quer saber nem mesmo o meu nome? 

Não me olhou, cruzei meus braços fui para o lado que virou para mim ignorar. — Bom dia, senhor eu me chamo Lizandra Albuquerque, a sua amiga disse que o senhor colocou três acompanhantes pra sair daqui correndo, apostou que eu vou ser a quarta, que eu não vou entender o que senhor vai dizer por que sou muito lesada. 

Vi seus olhos verdes me olhar. — Você até é bonita, mas muito desarrumada saiu de onde? — Sorri ao escutar sua voz. — venho da Vila Augusta e o senhor? — Estendi minha mão para cumprimentar-lo, apenas olhou. — Onde fica isso? — Fiz um pouco o trajeto com o dedo. — Do outro lado da cidade mais ou menos. 

— Senhor Tyler. — Olhei para a senhor Ivone, por fim para o homem na cama. — Esta é a moça que falou com o senhor ontem, a que invadiu a entrevista fazendo o seu filho parar a loucura que iria fazer. — Negou deitado na cama. — A outra garota parecia um palhaço. — Sorri constantando que sim. — Eles são muito exigentes com maquiagem senhor Tyler, eu passei a noite anterior inteira acordada com a minha filha doente em casa, a minha única saída foi reforçar na maquiagem.

Passou a lingua nos lábios ressecados, enchi um copo da água lhe ajudei a beber. — Obrigado. — Me olhou no rosto. — Melhor sem a maquiagem. — Sorri ao lhe ouvir. — obrigado, fico feliz que esteja bem, fiquei preocupada, perguntei a todos pelo seu endereço, mas estavam mais interessado na fofoca do dia, só me restou interromper a fofoca do dia. 

— Fez bem, você me ajudou duas vezes. — Suspirou me olhando. — E onde esta sua filha? — Sorri ao ouvir a pergunta. — Lá fora com a minha tia, acabou de ser examinada pela pediatra, esta com febre a dias, se sente muito cansada, com dor nos ossos,  nasceram manchas vermelhas em seu no corpo, estamos aguardando os resultados que sairão hoje. 

— Tem quanto tempo? — Arqueei a sobrancelha sem entender. — O que? — Me olhou repreensivo. — A sua bebê? — Disse meio estressado. — Ah tem três anos e dois meses. — Assentiu deitado. — Aceitaria qualquer trabalho por ela? — Sorri afirmando. — Sim senhor, a minha filha é o que eu mais amo na vida. — Mordeu o lábio inferior olhando para cima. — Esta bem, o trabalho é seu, a minha única exigência é que não deixe meu filho entrar aqui dentro. 

— Oxi! Seu filho? Mas ... mas é seu filho? — Me olhou, passei o dedo selando a minha boca com seu olhar. — Olhei para a senhora Ivone com um sorriso na boca. — ok, parece que se entenderam.... — Seu telefone começou a tocar, sorriu sem graça para atender. — É ele para saber como estou, filho ingrato. — Reclamou deitado na cama.

Sai para falar com a minha tia, foram para casa por fim. Fiquei no hospital com o senhor Tyler, mal humorado mas encontrei maneiras de contér seu mal humor por horas, fiz massagens em seus pés, aparei sua barba com um tesoura que arrumaram na recepção, não queria comer, insistir, apenas revirou os olhos quando fiz aviãozinho na sua boca. — Você não é normal garota. — Sorri alegando que sim.  — O senhor  acha isso senhor Tyler? — Me olhou confirmando. — Tenho certeza, espero não enlouquecer com você esses dias. 

— Espero que não, o senhor não tem ideia do que o seu filho faria comigo, quando ele ouviu seu nome na hora que eu fui perguntar sobre isso, ele me puxou quase me desmontando toda, bati com tudo no peito dele até a minha cara doeu, perguntou sério se era verdade quando afirmei, saiu rosnando que era o pai dele, não ouviu mais nada, o carrão dele saiu voando da empresa. — Sorriu ao me ouvir. 

— É um menino idiota! Apenas um menino crescido garota. — Neguei, o filho dele dá medo. — Senhorita Lizandra? — A recepcionista bateu na porta me chamando. — Senhorita? Não é casada? — Neguei pra ele. — Não estou esperando o pai da minha filha voltar pra que a gente se case. 

— onde ele esta? — Limpei as minhas mãos na calça, dando de ombros. — Foi embora quando lhe disse que estava grávida. Ficou com medo de se tornar pai cedo. — Gargalhou alto, após me ouvir. — E você esta esperando ele ainda? — Afirmei assinando os termos.

— Estou, deve ter terminado a faculdade agora, quando ele voltar irá assumir as despesas e eu vou tentar terminar a minha, isso se... — A mulher me entregou os resultados dos exames. — obrigado. — Lhe vi curioso na cama. 

— Quer ir no banheiro? — Negou me olhando. — Quando Ivone disse que é lesa, esqueceu de acrescentar sua estupidez, Lizandra. — Sentei na poltrona olhando os resultados, não entendi nada escrito. — Vá procurar a pediatra para lhe dizer logo o que esta pobre criança tem. Se sobreviveu até hoje com uma mãe como você, nada a matará. — Sorri saindo do quarto, voltei para dá um beijo em sua testa. — Claro que não, volto já.

Me empurrou após beija-lo. Cheguei a recepção, a pediatra estava sozinha na sala, lhe entreguei os resultados dos exames, avaliou varias vezes, pesquisou no livro e no celular. — A senhora não sabe o que ela tem? — Me olhou com uma expressão lamentavel. — Infelizmente sim senhorita Lizandra, o pai da Maria Alice mora com a senhorita? — Neguei de pé. — Sente-se, o que eu preciso lhe dizer é grave e a senhorita precisa ter muita atenção.

Sentei afirmando. — A sua filha tem leucemia mieloise aguda, senhorita Lizandra, este é um tipo de câncer do sangue em que ocorre uma produção excessiva de glóbulos brancos imaturos ou de células formadoras de sangue da linhagem mieloide pela medula óssea.  — Neguei sentada na cadeira, ela apenas lamentou olhando para os papeis.  — o tratamento deve começar imediatamente, para que não perca a sua filha, pode ser fatal é perigoso, posso acompanha-la além do hospital, mas ... 

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