Capítulo 7 — Coisa nova
Freya
Jamerson voltou como quem não queria nada, mas eu sabia que ele ainda estava desconfiado de mim.
— Já saquei que ainda não acreditou em mim, mas isso ainda não anula a minha pergunta. — Apoiei os cotovelos na mesa e procurei o encarar, deixando ele totalmente sem jeito naquele momento.
— Ísis é minha irmã mais nova, é meio que inevitável não ser assim com ela. Só quero o que é melhor pra ela, tá ligada?
— Humm… tô ligada! — Meu ânimo era zero para o momento, eu só queria estar deitada na minha cama, assistindo algum filme meloso e tomando alguma coisa que me deixasse embriagada o suficiente, a ponto de fazer eu esquecer essa vida de merda que eu tenho.
— Você não tem ninguém por você? Se eu fosse teu namorado, não iria te querer dando bobeira por aí. — Quase me engasguei com a cerveja que estava em minha boca. — Eu te deixo nervosa?
— Não viaja! — Respondi enxugando a boca com o guardanapo, enquanto ele me olhava descaradamente.
Eu não sabia mais o que falar ou o que dizer, ele tinha uma carta cara de mau, mas nada que me abalasse.
A mulher do baile estava vindo em nossa direção, com um short cravado no meio das pernas, um top menor que os seios e o cabelo solto, deixando exposto o mega hair que já havia passado da hora de trocar.
— Aê, Boca. Então é assim que tu diz que não dá pra me ver? — Sua voz alterada e irritante estava me tirando do sério e se tem uma coisa que eu tô boa hora: é pra fazer barraco.
— Se manda mina, a gente não tem nada. — Nem precisou que eu me alterasse, Jamerson já estava por si só.
Com um caráter duvidoso, ele levantou e segurou seu braço, deixando visível que estava apertando.
— Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não quero mais comer você? Eu já enjoei, Alice. Tô querendo coisa nova. — A "coisa nova" seria eu? Porque se for, ele vai se ferrar e muito.
— Vai me largar assim? Depois que eu quase dei minha vida por você? — Ela insistia e isso me deixava curiosa, porque será que ela quase lhe deu a vida? Curioso!
— Achei uma pena que não foi o alvo. Agora sai daqui, isso aqui é comemoração em família, pilantra não entra. — Não precisou de muito para ela ir embora, chorando baixinho e olhando para trás vez ou outra, enquanto todos continuavam a se divertir.
Levantei para ir ao banheiro e tive minha mão segurada. Tive um leve susto e quando virei para olhar para trás, percebi que havia um homem me olhando de longe, cheio de tatuagens e deixando destacando seus olhos tão azuis quanto a água de um lago limpo.
— Tô ligada na sua caminhada. — Foram suas palavras antes de soltar minha mão.
O banheiro era dentro de casa, mas senti que não estava sozinha quando entrei e, como suspeitei, aquele homem estava bem atrás de mim. Ele abriu a geladeira, encheu um copo com água e bebeu de uma só vez, deixando aquele toque de suspense no ar.
— Você foi corajosa, fiquei sabendo do que rolou. — Sem rodeios, ele disse, me deixando sem jeito.
— Valeu?! — Minha cara não negava, eu já estava meia alegre por conta da cerveja e quando estou assim, meu nível de ser idiota atinge o hard. — Mas acho que qualquer pessoa faria isso por um amigo, você não?
— Não. Não tenho amigos justamente para que isso não venha acontecer. Não vou poder fazer nada se eu tiver longe na hora, sorte que você estava lá. — Hum… sincero, gostei!
— Melhor assim, a gente nunca sabe quando vai estar longe. — Olhando ele mais de perto, lembrei que se tratava do mesmo homem a quem fizeram a comemoração naquele dia, só que agora ele estava menos feio.
— O que te trouxe aqui hoje? Todo mundo já viu que você não é o tipo de pessoa que frequenta esses lugares.
— Ísis que me trouxe aqui, mas não tenho nada contra a quem mora em comunidade, por quê? — Minha mão foi na cintura, fazendo uma cara de interrogação, esperando por uma resposta idi0ta.
Jamerson entrou na cozinha antes de cara responder, entrei no banheiro de uma vez e ouvir a conversa dos dois através da porta. Não foi nada demais. Sair e já não o vi mais lá, mas quem estava escorado na mesa de frente para o banheiro era Jamerson, maldito Boca.
Jamerson
Bernardo não era do tipo que perdia, mas ele estava no meu morro, onde as leis sou eu quem faço e aqui todos tem que seguir, ou eu não me chamo Boca. Eu não tenho nada com a ruivinha, mas não quero que ninguém aqui toque nela, desde que ela esteja com a Ísis e sob meu comando. Ela era fraca pra beber, notório que já estava ficando alterada e isso não era nenhuma novidade. Aproveitei e passei a visão aí Bernardo, em não tocar em nada do que me pertence, isso inclui Freya.
— Eu acho que já deu a minha hora. — Meia tonta e rindo á toa, ela me olhou sexy e estava subindo as escadas quando segurei seu cabelo, a puxando para meus braços.
— Não vai me dar nem um beijo de despedida? Não é isso que você também quer? — Sussurrei em seu ouvido, abraçando nela por trás, sentindo sua cabeça encostada em meu peito.
— Não… não é isso que eu quero. Eu não sou seu fantoche, muito menos sua "coisa nova".
— Pode ser mais que isso. — Respondi colocando a mão por baixo da sua blusa, sentindo o bico do seii enrijecido, enquanto ela gemia baixinho com a sensação do toque.
Ela me deixava duro, eu quero f0der ela em todas as posições, mas ela é mais resistente do que eu pensei que fosse ser.
— Eu não quero ser nada sua, dá licença. — Soltando dos meus braços bruscamente, ela subiu as escadas correndo e quase escorregou no último degrau, mas não olhou para trás em nenhum momento.