Capítulo 2 Um prostituta encantador
Cambaleei para longe do bar, atravessando a multidão em direção a ele.
O desejo era avassalador, um pensamento selvagem e incontrolável que fazia minha garganta apertar e meu corpo esquentar, meu sangue fervendo com um canto interno alto de “Eu o quero, eu o quero”. Mas que droga esse álcool! Ele entorpeceu meus nervos e roubou meu equilíbrio. Tropecei em uma cadeira e, de repente, tudo ao meu redor parecia girar e balançar.
Droga, tive que admitir que estava bêbado, mas não deixei que isso me impedisse.
Quando me esforcei para recuperar o equilíbrio e olhei para cima, o homem havia desaparecido.
Irritado, mas não desanimado, eu sabia onde encontrá-lo. O bar tinha um lounge perto do palco onde os acompanhantes masculinos ficavam quando não estavam recebendo clientes. Eu sabia disso porque foi lá que conheci Nico quando ele era um deles no bar, quando tinha dezessete anos. Eu o havia salvado quando ele estava sendo condenado ao ostracismo e espancado. Agora ele havia me traído. Mas não importa, eu logo corrigiria esse erro. Tudo o que eu precisava era de um homem melhor do que ele, desde que eu tivesse dinheiro suficiente em minha carteira.
Tropeçando na multidão, passei com força pelas pessoas que estavam bloqueando meu caminho. Os homens me faziam convites ambíguos, e mãos úmidas de desejo tocavam minhas nádegas, que eu afastava com um tapa. Em meio aos xingamentos dos homens e aos olhares invejosos e zombeteiros das mulheres, mantive minha cabeça erguida em meio à multidão. Finalmente, quando cheguei desajeitadamente ao salão, vi aquele homem saindo. As luzes tremeluzentes do bar iluminavam seu corpo e, através de meus olhos bêbados, finalmente consegui ver a cor de seus olhos, âmbar.
Dei um passo à frente e tropecei em meus próprios pés, caindo direto nele, e o forte cheiro de sua colônia amadeirada misturado ao calor de seu corpo me envolveu instantaneamente, fazendo minha cabeça girar ainda mais.
— Seus olhos são lindos. — Eu disse tonta, estendendo a mão para tocar seus olhos, mas ele rapidamente agarrou meu pulso. — Quero fazer sexo com você. — Eu disse ao soltar minha mão e tocar seu peito.
Oh, seu peito era largo, e os músculos sob a camisa eram firmes e elásticos. Engoli com força. Isso era muito tentador; eu queria arrancar sua camisa.
— Quero fazer sexo com você. — Repeti. Então, sua mão estava em meu queixo, levantando-o enquanto a luz passava por seus olhos, revelando a ferocidade e a nitidez escondidas no âmbar. Meu couro cabeludo formigou com o perigo que sua expressão revelava.
— Você está pronta, garota? — Seus lábios se moveram, com o cheiro inebriante de álcool escapando deles. Seu olhar ficou mais predatório, seu aperto de mão mais forte. Eu estremeci involuntariamente, meus instintos gritando para que eu corresse, mas seus braços envolveram minha cintura macia, puxando-me com força para seu abraço. Sua força era imensa, seus bíceps tinham a forma mais perfeita que eu já havia sonhado, e o poder bruto fez minha alma tremer ainda mais.
— Eu poderia...
Mas sua cabeça se aproximou mais, não me dando chance de recusar, seus lábios quentes e macios pressionando os meus. Minha cabeça explodiu como fogos de artifício, a exibição deslumbrante me cegou. Eu me perdi, controlada pela direção de sua força, ficando na ponta dos pés, forçada a suportar seu beijo apaixonado e feroz.
Foi emocionante. Ele era tão diferente de Nico, e eu estava um pouco fora de sincronia com seu ritmo. Minha resposta inexperiente o deixou insatisfeito, e ele queria mais, sua língua separando meus dentes.
Sua língua girava dentro da minha boca, sugando minha língua macia, um pouco dolorida e levemente entorpecida, a saliva que não conseguíamos engolir a tempo escapava de nossos lábios entrelaçados.
Eu estava ofegante, completamente à mercê dele, com o cérebro embaçado pela falta de oxigênio. Meu corpo estava reagindo de forma incontrolável. O instinto de sobrevivência me fez empurrar contra seus ombros largos, mas minha força era insignificante para ele. Minhas tentativas fracas só pareciam excitá-lo ainda mais. Suas mãos passeavam por baixo das minhas roupas, amassando com força a carne macia da minha cintura. Suas palmas ásperas pareciam eletricidade percorrendo minha pele, fazendo-me estremecer.
— Pare... — Consegui implorar em um breve momento, quando ele parou para respirar. — Deixe eu respirar... Ah!
Com uma das mãos, ele afastou minha saia e agarrou minhas nádegas rechonchudas através da calcinha, levantando-me sem esforço. Minha visão se elevou repentinamente, senti-me tonta, meu pescoço estava fraco demais para sustentar minha cabeça. Arrotei, com o cheiro de álcool pesado no ar. O homem riu, claramente divertido.
Ele apertou meu traseiro com força.
— Qual é o seu nome?
Eu estava bêbada demais para esconder qualquer coisa.
— Sienna, e você?
— Antonio, sou seu homem para esta noite.
Seu tom determinado despertou minha competitividade.
— Sienna, eu sou sua mulher. — Retruquei.
Antonio fez uma pausa, depois soltou uma risada fria que me arrepiou a espinha.
— Se essa é a sua decisão. — Ele sussurrou com calor em meu ouvido, deixando-me momentaneamente atordoada.
De repente, senti um calafrio; minha roupa íntima foi puxada para baixo, pendurada frouxamente em meus tornozelos. As luzes da pista de dança do bar ocasionalmente iluminavam nosso canto. Não muito longe de nós, dançarinas com pouca roupa balançavam sedutoramente, atraindo mãos lascivas e olhares de admiração dos homens que tentavam tocar seus seios macios e fartos.
Em meio à multidão, minha saia fina foi empurrada até a cintura, minhas pernas nuas envolvendo firmemente a cintura estreita e musculosa de Antonio. Sua excitação pressionava ameaçadoramente contra meu ponto sensível.
— Não, aqui não... — Eu ofeguei, minhas inibições embotadas pelo álcool voltando abruptamente, — Nós poderíamos ir para um quarto... Quero dizer, aqui está muito cheio... Eu...
O que eu estava dizendo? A presença crescente entre minhas pernas aqueceu minhas bochechas, minha respiração ficou quente, como se eu estivesse com febre, meus mamilos endureceram.
Antonio me empurrou de volta contra uma parede fria, seu olhar luxurioso e perigoso enquanto avançava. As pontas de seus dedos ásperos traçaram a pele macia da parte interna da minha coxa, satisfeitos com minha reação trêmula.
— Achei que você gostaria de mostrar a todos como você me acalma com seu corpo, Sienna.
— Não — respondi nervosa, bem ciente do número de pessoas ao nosso redor. A pista de dança estava muito próxima; bastava um pouco de atenção dali e minha parte inferior do corpo exposta estaria à vista de todos.
Eu não conseguia suportar a ideia daqueles olhares lascivos e nojentos em minhas coxas. Abracei Antonio com mais força e nossos corpos ficaram ainda mais próximos. Eu o adverti:
— Você deve fazer o que seu cliente diz. Você é um prostituta profissional.
— Prostituta? — A expressão de Antônio se tornou ameaçadora, ele franziu a testa.
— Ei, Antônio!
Alguém chamou seu nome. Instintivamente, virei-me para olhar, mas Antonio estava dominador demais, sua mão grande segurando minha nuca, pressionando meu rosto contra seu peito.
Assustada, pensei em fugir quando, de repente, um tiro silenciou momentaneamente o bar barulhento. Logo em seguida, o caos se instalou com gritos, choros, mais tiros e o som de mesas e cadeiras caindo no chão, tudo se misturando. Minha mente, ainda embaçada pelo álcool, fez com que tudo parecesse um pesadelo. Senti Antonio me segurando enquanto corríamos em meio à multidão em direção à porta dos fundos do bar.
— Para onde você está me levando? — perguntei, ansiosa.
Ele me colocou no chão e percebi que estava descalça, pois só tinha tido tempo de colocar minha roupa de baixo. Agora, segurando meus sapatos de salto alto, comecei a correr enquanto Antonio me puxava. Foi então que notei a arma em sua mão.
Uma arma?
De repente, percebi que poderia estar errada. Talvez Antonio não fosse apenas um prostituta comum.