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Como odiar um CEO em 48 horas

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Roseanautora
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Notas

Resumo

Ela era dona de si e sabia exatamente o que queria. Ele era dono da porra toda e achava que podia qualquer coisa. Ela tinha algo que ele queria, mas não sabia. Ele tinha o que ela sempre sonhou, mas não fazia ideia de como conseguir. Ela mentiu por amor. Ele não perdoava ninguém. Ela o odiou desde a primeira vez que o viu. Ele tentou destruí-la de todas as formas possíveis. Bárbara Novaes jamais imaginou que sua pacata vida virasse de cabeça para baixo de uma hora para outra, quando um pedido em leito de morte faria com que seu principal objetivo fosse entrar na vida do CEO mais conhecido do país. Heitor Casanova nunca viu uma mulher tão perseguidora e insistente quanto Bárbara. Mas não passou pela sua cabeça que ela não queria o mesmo que todas: "ele". O laço que os unia, obrigaria os dois a conviver sob o mesmo teto, com um único objetivo em comum: proteger o que mais amavam. Seria possível a raiva mútua se transformar em amor? Eles admitiriam os sentimentos novos que surgiam, os quais não eram capazes de aceitar? E venceriam juntos todos os obstáculos que seriam criados para impedir este relacionamento de acontecer???

romanceCEObilionário

Quanto tempo tenho de vida?

- Lamento informar que a senhorita está com endometriose. – disse o médico.

Endometriose. Ok, eu já tinha ouvido falar. Mas jamais busquei o significado no Google.

- E... Isso é grave? – perguntei, preocupada.

- A endometriose é quando o endométrio, que é esta mucosa... – mostrou na espécie de brinquedo que ele tinha contendo um útero e todas as suas partes que tinha sobre a mesa. – Que reveste a parte interna do seu útero, cresce em outras regiões do corpo...

- Como assim? – arqueei a sobrancelha, em pânico.

- Calma... Vou tirar todas as suas dúvidas. Continuando: mensalmente o endométrio fica mais espesso para que um óvulo, depois de fecundado, possa se implantar nele. Quando não há gravidez, ele descama e é expelido na menstruação. A endometriose é quando algumas dessas células não são expelidas e caem nos ovários ou cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e sangrar. Então elas podem se espalhar por outras partes do corpo, como por exemplo intestino, bexiga, peritônio... – ele ia mostrando cada órgão que falava com a caneta, no seu protótipo feminino plástico.

- Quais as causas? – fiquei curiosa.

- As causas ainda não são completamente conhecidas. Mas dois fatores que se levam em conta atualmente é que possa ser genética. Sua mãe tem?

- Eu não sei... Minha mãe já morreu. Talvez até pudesse ter desenvolvido, mas não tenho como saber. Mas minha avó com certeza não.

- Outra hipótese é que esteja relacionada a possíveis deficiências do sistema imunológico.

- Então minhas cólicas intensas e que parecem me matar são por este motivo?

- Basicamente, sim.

- Sente dores durante as relações sexuais?

- Eu... Não tenho relações sexuais a algum tempo.

Ele me olhou parecendo surpreso:

- E... Quando tinha relações... Sentia dores?

- Por vezes... Mas não posso levar isso em conta. Meu parceiro era... Como posso explicar... – tentei encontrar as palavras certas.

- Bem, não precisa me explicar, senhorita Novaes. Então, sentia dores, isso?

Assenti, com a cabeça, certa de que ele não queria ouvir minha história de oito ano ao lado de Jardel.

- A senhorita é jovem. Esta doença impacta na gravidez. Ou seja, é uma das causas que mais dificulta que isso aconteça. Mas claro que pode ser revertida com um tratamento adequado. Como não tem relações sexuais a um tempo, como me relatou, não deve ter interesse em engravidar por enquanto, estou certo?

Assenti com um gesto de cabeça, novamente. Minha voz não saiu e eu tentava fazer com que os mil pensamentos que passavam pela minha cabeça não me deixassem completamente louca, já que eu estava zonza.

Eu queria engravidar? Sinceramente, nunca pensei nisso. Minha vida era focada em estudo, trabalho e um ex namorado que não valia nem que eu perdesse tempo pensando nele.

Mas ao mesmo tempo, talvez eu não quisesse ter um filho com Jardel. Eu era jovem... Ok, nem tanto. Mas eu esperava encontrar outra pessoa um dia, não sei exatamente quando. E se ele também não tivesse filhos? Então... Nunca teríamos um bebê?

Meu instinto materno hoje era zero. Mas talvez no futuro não fosse. Como eu saberia? Por hora, pouco me importava em engravidar ou não. Eu estava doente...

- Quanto tempo tenho de vida? – me ouvi perguntando, olhando para o nada.

Ouvi a gargalhada do médico, enquanto ele se recostava na cadeira, limpando as lágrimas que caíam dos seus olhos.

- Doutor, está rindo de mim? – perguntei aturdida.

- Me desculpe, senhorita Novaes. Mas realmente achei engraçada sua pergunta. Achei que tinha me feito entender que há tratamento.

- Então não vou viver com isso para sempre, estou certa?

- Embora não descobrimos no início da doença, já que a senhorita não vai ao ginecologista a... – ele olhou no computador. – Quatro anos?

- Sim... Mas eu posso justificar.

- Pode?

- Eu... Estava cheia de trabalho. Fazendo uma especialização. Muito estudo. E ainda tinha um namorado... E ele me trazia muita dor de cabeça, acredite.

- Então... Em 365 dias no ano, encontrar 30 minutos para visitar o médico e fazer o preventivo era tão difícil assim?

Suspirei, me recostando no encosto da cadeira:

- Parece mentira, mas esqueci de mim por um tempo... Focando em outra pessoa.

- Sempre deve focar em você também, senhorita Novaes.

- Eu sei, doutor. E acredite, todos me falaram isso.

- Bem, vou prescrever alguns medicamentos para controlar a dor durante o período menstrual e para evitarmos a progressão da doença. Iremos acompanhando regularmente e não podemos descartar uma cirurgia para retirar áreas afetadas.

- Eu... Nunca fiz uma cirurgia...

- Só uma hipótese... Caso faça o tratamento da mesma forma que procura seu ginecologista, por exemplo.