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Capítulo 4

ORQUÍDEA NARRANDO

Eu tinha arrumado um emprego com ajuda da minha madrinha, estou feliz, emocionada, angustiada tudo ao mesmo tempo. Minha tia que era aposentada vai cuidar de Jasmine enquanto eu trabalho, eu ainda tinha um pouco de dinheiro que tinha na conta da minha mãe e já tinha entrado com os papeis para que pelo menos a Jasmine ganhasse a pensão da minha mãe.

Eu iria fazer tudo pela minha irmã, Jasmine era tudo que eu tinha. Minha mãe fazia de tudo por nós duas, trabalhava muito e nunca deixou falta nada, ela nos amava acima de qualquer coisa e sei que a melhor escolha da vida dela, foi a gente. Então eu devia a ela cuidar da minha mãe, foi a promessa que eu fiz á ela em seu leito de morte, que estaria ao lado de Jasmine para o resto de minha vida, que jamais largaria a mão de minha irmã.

- Aqui está tudo anotado, como funciona o leite, os horários, o que ela pode comer – eu falo para minha tia – a pomada, fraldas e lenços aqui também.

- Fique tranquila – ela fala – eu vou cuidar muito bem dela. Cuidei de sua mãe quando ela nasceu como irmã mais velha.

- Obrigada tia por está me ajudando- eu falo – por ter saído da sua casa e está morando aqui e dividindo o aluguel comigo. Eu não sei o que seria de nós sem seu apoio.

- Fique tranquila minha querida – ela fala – estarei aqui ao seu lado.

- Obrigada – eu sorrio.

Eu pego Jasmine no colo e beijo ela muito, eu sinto um aperto tão forte em meu coração por deixar ela, mas eu não entendia o porquê desse aperto, sabendo que em algumas horas estaria de volta e ficaria com ela.

- Mãe – ela chama toda enrolada.

Fazia dias que ela chamava a nossa mãe, assim como eu, Jasmine também era muito apegada com nossa mãe. Até porque, era nós três sempre.

Meus olhos se enche de lagrima vendo-a chamar por nossa mãe, ela sentia muita falta dela, eu abraço minha irmã forte.

- Agora é nós duas pequena – eu falo abraçando-a – estaremos juntas para sempre.

Mesmo algo me dizendo que não deveria deixar minha irmã, eu a deixo no colo da minha tia e saio para fora da casa, olho para o pátio vendo as orquídeas e os Jasmim de minha mãe plantado em seu pequeno jardim de vasos de flores e abro um sorriso, minha mãe era apaixonada por rosas, flores e plantas, por isso colocou nossos nomes de Orquídea e Jasmine, toda vez que eu olhava para cá, eu lembrava dela e abria um sorriso. Eu a sentia perto de mim.

Eu saio caminhando em direção ao ponto de ônibus, queria chegar cedo no meu primeiro dia de trabalho e mostrar que eu era eficiente para eles me contratarem fixa no emprego, eu precisava achar uma forma de ganhar dinheiro e sustentar a minha irmã.

RAFAEL LOPES NARRANDO

Era um pouco mais de onze horas da manhã quando pousamos na Venezuela.

- Chamou a polícia? – eu pergunto para Yago.

- Sim, estão todos indo para o endereço, oficial de justiça também – ele fala.

- ótimo – eu falo – quero essa mulher presa, o que ela fez foi sequestro.

- Até que enfim, você vai encontrar sua filha – ele fala.

- Estou esperando a chegada dela a quase dois anos, nove meses de gestação e um ano de vida dela – eu falo – essa espera acabou, vou ter a minha filhinha comigo – eu sorrio.

Entramos dentro do carro e vamos em direção ao endereço, chegando lá era uma casa simples com um pequeno jardim na frente, a polícia e oficial de justiça já estão nos esperando. Entramos para dentro do pátio e quando a polícia bate na porta uma senhora com uma menina no colo abre a porta.

- Minha filha – eu falo sorrindo vendo aquela menina tão linda, pele branquinha, olhos verdes, os cabelos loiros que sorri em minha direção.

- Quem são vocês? – ela pergunta.

- Essa criança se chama Jasmine? – O oficial de justiça pergunta.

- Sim – a senhora responde.

- Eu sou o pai dela e vim buscar a minha filha – eu falo e aquela senhora me olha espantada.

- O que a senhora é dela? – O oficial de justiça questiona.

- Tia – ela fala.

- Cadê a senhora Márcia Alcaria? – Oficial justiça pergunta.

A senhora está nervosa, eu a encaro e percebo isso.

- Não está, por favor não leve a menina – ela fala.

- Por favor, entregue a menina ao pai – Oficial de justiça fala – aqui está todos os papeis que fala sobre o acordo que Marcia fez com o senhor Rafael Lopes. – A senhora parece olhar todos aqueles papeis confusos – esses papeis deve ser entregue a responsável pela criança. Ela responderá por crime de sequestro.

A senhora começa a chorar, gaguejar e não saia do lugar.

- Me dê a minha filha – eu falo pegando a bebê de seu colo.

- Precisa pegar as coisas dela – a senhora fala – espere a irmã dela chegar.

- Precisamos de nada, eu tenho tudo. Estou esperando a minha filha a mais de um ano – eu falo para ela – estamos juntos minha pequena.

Aquela menina tão indefesa e linda sorri para mim e eu abro um sorriso para ela, eu sei que ela sentiu que eu era o seu pai.

- Ninguém vai nos separar meu amor – eu falo sorrindo para ela.

Entramos dentro do carro enquanto aquela senhora gritava desesperada, ela começa a passar mal e um policial a acode

- Ela é linda – Yago fala.

Eu só sabia olhar para minha filha em meus braços que finalmente eu tinha conseguido encontrar ela, nós vamos embora em direção a Londres.

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