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4

Dário Albertini!

Esse é o nome do homem que comprou minha vida, para ser sincera esperava que fosse alguém mais velho com seus 50 ou até 60 anos mas quando notei que a mesa apenas tinha dois rapazes jovens fiquei surpresa. Os dois são muito bonitos, disso não posso deixar de mencionar mas o meu dono é mais bonito ainda com os cabelos loiros até altura do ombro, olhar intenso e expressão firme me deixavam um pouco assustada e curiosa.

Assustada no sentido de não saber como será com ele, e curiosa para saber o motivo de um homem tão bonito, rico e até esse momento sexualmente atraente comprou uma "criança" como eu. Tem alguma coisa muito errada nele posso sentir, o sorriso dele é sombrio como se quisesse passar algum recado por ele. A cada vez que tentava mexer meu corpo em seu colo mais Dário segurava minha cintura de maneira possessiva olhando para todos os lados mas sua atenção era na mesa do outro lado. Os homens dessa mesa também não paravam de olhar em nossa direção, via ódio, raiva e até uma certa inveja vinda daquela mesa mas resolvi ficar calada apenas ouvindo com atenção tudo que pudesse me ajudar a entender como funciona a cabeça do meu dono.

- Fala sério, irmão, se não parar de olhar assim pra mesa do Tolentino não garanto que sairemos vivos daqui hoje.

- Tem medo daqueles merdas, Saulo? Eles sabem que não podem encostar em nós, temos uma bela mulher em nossa mesa e está incomodado com os fodidos da família Tolentino?

O irmão do meu dono que acabei descobrindo que se chamava Saulo se levantou bem nervoso por sinal.

- Dário, não vou morrer por causa de uma boceta, estou indo embora com meus soldados, espero que a trepada realmente compense os 20 milhões que você gastou hoje, irmão!

Definitivamente meu dono estava se lixando com o pensamento do irmão, apesar de parecer mais velho Dário é mais inconsequente e pouco se importa com o que os outros vão achar ou pensar ao contrário do irmão que é bem mais consciente e ajuizado.

- Tenha uma boa noite, Saulo!

Algo dentro de mim estremeceu como se o irmão de Dário ter indo embora não fosse algo bom. Sempre tive esses pressentimentos desde de criança, lembro da vez que Nicolas tentou me ver tomando banho mas consegui evitar trancando a porta do meu quarto, como se minha mente pudesse antecipar coisas ruins ou apenas seria instinto de sobrevivência mesmo.

- Meu brinquedo, preciso saber algumas coisas sobre você.

- Pode perguntar, senhor.

Ele começou a passar seu dedo indicador lentamente no meio dos meus seios, meu corpo todo se arrepiou com aquele simples gesto, Dário percebeu isso sorrindo da mesma forma sombria de antes, nunca fui tocada assim por um homem por isso reagi assim.

- Sei que é virgem pelo que Nicolas mencionou, mas preciso saber se usa algum método contraceptivo?

Desde de muito nova tomo anticoncepcional, uma exigência feita por Lucrécia. Ela costuma dizer que homens como este que comprou à mim não tem filhos fora do casamento pois são considerados bastardos, sendo excluídos do convívio familiar do pai.

- Sim, desde dos 12 anos utilizou pílula anticoncepcional.

- Ótimo! Portanto com você não farei uso de preservativo, já faz um bom tempo que não sinto o contato quente de uma boceta sem uma maldita camisinha para atrapalhar.

Tentei disfarçar o nervosismo mas foi impossível, como ele queria ter relações comigo sem proteção? Enquanto as infecções sexualmente transmissíveis, estarei exposta à elas? Por mais que tenha dito que faz muito tempo que não tem relações sem preservativo, não acredito nisso!

- Meu brinquedo, parece preocupada. O que houve?

- Relações sexuais sem preservativo não são aconselháveis! Apesar de ser virgem posso ter algum tipo de doença no sangue sexualmente transmissível, e acabar passando isso para o senhor.

Eu não tinha nada, Nicolas e Lucrécia me submetia a exames de saúde periódicos para descobrir se tinha algo no sangue e nunca apareceu nada mesmo assim precisava argumentar de alguma maneira.

- Interessante, meu brinquedo, imagino que para Nicolas ter leiloado você é porque é limpa e já submeteu você à vários exames! Seu argumento é bom ainda assim terei relações com você sem proteção mesmo não querendo, meu brinquedo. A sua vida pertence à mim!

Apenas acenei com a cabeça concordando com tudo como Lucrécia ensinou tão bem, sorrio como se estivesse aceitado mas por dentro quero dar um soco no meu senhor, é muito irresponsável me expor à doenças e se expor também.

- Quantos anos tem, meu brinquedo?

- 18, fiz à um mês.

Eu queria perguntar a idade dele, se era casado ou se tinha filhos mas preferi ficar calada, Lucrécia falou que homens odeiam mulheres que questionam demais portanto apenas vou ouvir e responder as perguntas que forem feitas à mim.

- É bem nova mas para o que quero fazer está excelente, acredito que saiba o que vai acontecer com você, não sabe?

- Bom, imagino que irá ter relações comigo até se cansar depois vai enjoar de mim como já é o comum de homens como o senhor e me jogar em qualquer sarjeta suja das ruas da cidade. Estou certa?

Os homens enjoam fácil das mulheres, principalmente esse que me comprou. Não tenho medo de ser jogada em uma sarjeta suja, quanto que não volte pra mansão Ferraz, não ligo, Dário pode até me usar como anfitriã sexual para seus aliados que não vou importar mas não suportaria voltar pra cá para ser estuprada por Nicolas, tenho muito nojo dele. Lucrécia me explicou que muitos homens como Dário possuem mulheres para servir não só à eles mais também seus aliados na cama, ou até mesmo serem prostitutas e darem lucro para eles. Tinha um leque de opções para o que poderia acontecer comigo, em todas  ficaria muito mal.

- Gostei de você, meu brinquedo, é uma mulher bastante realista, quem dera todas fossem como você!

Á cada mesa que ia se esvaziando mas apreensiva ficava, como se dentro de mim houvesse algo me avisando que alguma coisa ruim vai acontecer comigo mas disfarcei bem o que estava sentindo.

- Fique aqui, irei conversar com Nicolas.

Dário me sentou na cadeira indo até Nicolas e Lucrécia com certeza para ter mais informações sobre mim. Fiquei lá observando a sala que ia se esvaziando um à um dos bandidos mais perigosos da cidade estavam indo embora não sem antes olhar pra mim como se quisesse dizer algo à mim ou até mesmo me roubar do meu senhor. Mas apenas um teve coragem de vir até mim.

- Boa noite, queria ver mais de perto a bela mulher que Dário roubou de mim!

- Boa noite, senhor! Bom não vejo dessa forma, aqui era um leilão portanto quem desse o maior lance ficaria comigo, o senhor deu um lance excelente mas pensou melhor e viu que não compensava gastar tanto dinheiro comigo.

O homem começou a rir, devo admitir que também é um espécime bonito mas também é perigoso quase que em igualdade com meu senhor.

- Tem razão, minha linda! Mas penso que teria sido muito melhor pra você que eu ganhasse o leilão, Dário é um homem bem perigoso mas disso sei que sabe contudo vou lhe dar uma informação valiosa sobre ele.

O tal homem que não sabia quem era olhava pra mim de cima em baixo como se pudesse me comer viva em cima dessa mesa. Parecia incomodado por ter perdido o leilão mas pela forma que falou parecia saber algo sério sobre meu dono.

- Ele vai matar você hoje como faz com toda mulher que se deita com ele mas não se preocupe, a morte no seu caso seria uma bênção já que se ficar viva não garanto que continuará linda como agora!

Gosto de viver mas não tenho medo da morte, se estava escrito no meu destino que seria morta nas mãos de Dário não poderia mudar nada.

- Essa informação não é tão valiosa assim como mencionou, afinal de contas, um dia todos vamos morrer se hoje for o dia da minha morte não poderei evitar mesmo que tive sido leiloada ao senhor, poderia morrer do mesmo jeito. Além disso, ser linda é só um item do pacote, não é nada excepcional, sei que no meio em que vivi há mulheres muito mais lindas que eu, também não serei bonita para sempre. Tudo acaba inclusive à beleza!

- É uma grande pena que irá morrer hoje, Cecília, será uma grande perda!

O homem fingiu estar lastimável por mim mas consigo ver o cinismo em seus olhos, já não gostei dele.

- Nuno Tolentino, que honra! Como tem passado?

Dário apareceu atrás dele cumprimentando de maneira debochada como se houvesse alguma tensão entre eles.

- Não melhor que você, Dário Albertini! Contou para ela que hoje é o último dia de vida dela?

- Nuno, sabe que até gosto de você! Além de ser louco o bastante pra estar conversando com algo que pertence à mim agora você virou adivinho. Mas me diga, quando vai superar o fato de que sou melhor que você em tudo?

Sentia o ódio que emanava de Nuno enquanto Dário dizia tudo aquilo, é nítido que eles se odeiam.

- Pode demorar mas vai pagar pelo que fez com Florência, seu desgraçado!

- Sua amante? Aquela traidora maldita com quem você se esfregava? Devo dizer que foi maravilhoso arrancar cada mecha de cabelo daquela infeliz mas o melhor foi matá-la e jogar o que sobrou dela na porta da sua mansão, com certeza foi extremamente satisfatório, apenas lamento não ter visto sua cara quando viu o que fiz com sua puta. Se tem amor por sua vida, desapareça daqui, só não arranco seu coração agora pela maldita trégua entre nossas famílias, caso contrário, com certeza não teria um coração agora!

O homem que acabei sabendo que se chamava Nuno estava bufando de ódio depois do que Dário falou, apenas fiquei quieta ouvindo e observando mas por dentro de mim sabia que realmente seria a próxima vítima de Dário.

- Nuno, vamos embora, não se esqueça da trégua, prometeu à nosso pai!

O homem estava pronto para ir para cima do meu dono mas um outro rapaz o impediu de fazer isso.

- Escute seu irmão, Nuno, não se esqueça da trégua, seu bosta!

O outro rapaz saiu arrastando o irmão que gritava feito um louco como se estivesse possuído por vários demônios, foi realmente assustador.

- Meu brinquedo, o que ele disse para você?

- A mesma coisa que falou para o senhor com a diferença que em outras palavras!

Não ia desafiar esse homem por causa de uma guerra que parece existir bem antes de mim mas também minha deusa interior ficou curiosa para saber quem era Florência.

- Tem resposta para tudo, não é mesmo?

- Não tenho, mas como a pergunta foi simples consegui responder!

Ele começou a rir como se tivesse contado uma boa piada, Dário colocou vários papéis em cima da mesa olhando cada um com atenção enquanto sorria pra mim.

- Você possui uma excelente saúde, não tem nenhuma doença e o mais importante é limpa! Como sei que é uma garota esperta, irei explicar como será sua vida de agora em diante: Terá que me servir onde e quando quiser, gosto de foder com força portanto esteja sempre preparada, não suporto frescura se é minha tem que fazer tudo que mandar. Sua vida e tudo que é pertence à mim mas não sou seu portanto se quiser ficar com outras mulheres terá que aceitar isso, estamos entendidos?

Balancei a cabeça em concordância não ia dar motivos para que ele ficasse nervoso ou bravo, vou prolongar os dias da minha existência fazendo o que sei fazer de melhor, fingir que sou submissa e obediente.

- É uma órfã, meu brinquedo! Não tem ninguém por você, e vai continuar não tendo, não me veja como seu salvador ou algo do gênero, estou mais para seu algoz. Peço para não confundir as coisas entre nós pois quando me cansar de você irá pra algum clube de prostituição ou à matarei! Entendeu?

Aquilo de certa forma era um alívio para mim, ele não ia me devolver para Nicolas como aquele imbecil vivia dizendo. "Quando o seu dono enjoar de você vai voltar para cá, e não vai poder fugir de mim" lembro dele dizer isso depois que comecei a trancar a porta do meu quarto. Não me importo com a morte e nem com a vida de prostituta, pois em ambos os caminhos não ficarei perto desse infeliz do Nicolas e nem terei que ver Lucrécia rastejando por ele por toda vida em enquanto sou estuprada por ele.

- Parece feliz com seu destino, meu brinquedo?

- A palavra certa, senhor, não é felicidade, ainda não sei descrever o que sinto apenas sei que fui criada e educada a vida inteira para servi-lo. Não deve se preocupar com cobranças, sentimentos ou qualquer coisa que venha de mim, antes de mim o senhor já era Dário Albertini e vai continuar sendo o que é depois de mim. Sou sua para fazer o que quiser seja para bem, seja para mal!

Minha alma havia sido vendida ao Diabo, não havia opções para fuga portanto seria o que ele quisesse, quando quisesse e faria o possível para tentar sobreviver durante o processo doloroso que com certeza será minha vida a partir de agora.

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