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Capítulo 5 - Tradição

Tradição…

Narrado por Amy

Eu saio da biblioteca a correr e vou direto para o meu quarto.

Entro e fecho a porta para não ser incomodada por ninguém.

Casar? Devem ser todos malucos. E logo com aquele janota do Alexander.

Faço uma careta.

Estou perto da janela, e vejo toda a vegetação ali em frente, esta paisagem é tão bonita, tão calma.

E eu estou tão irritada com tudo isto.

Batem à porta.

Amy: - Não quero falar com ninguém - grito.

Nani: - Amy, sou eu.

É a minha Nani.

Corro para abrir a porta do meu quarto, e deixo a minha ama querida entrar.

Ela entra, eu coloco a cabeça fora da porta, e vejo que não há ninguém no corredor para me atormentar, fecho imediatamente a porta, olho para ela e abraço-a.

Amy: -Tu já viste o que o meu pai me quer fazer, Nani! - eu digo, não me contendo mais e choro.

Ela me deixa chorar no seu ombro.

Um pouco depois, a Nani afasta-me um pouco, e olha para mim.

Nani: -Anda cá minha menina, anda a sentar-te - diz carinhosamente.

Sentamo-nos na borda da cama e a Nani suspira.

Nani: -Amy - começa ela - Tu sabes que isso é tradição das vossas famílias, não percebo porque estás tão abalada com isso. Tu sabias que este dia mais tarde ou mais cedo havia de chegar minha querida.

Sim, eu sabia, mas sempre pensei que o meu pai não me obrigaria a casar, e muito menos sabia que existia um contrato assinado para esse fim.

Amy: -Eu sempre pensei que o meu pai quebraria essa tradição estúpida, nunca me falou muito disso, e então pensei que nunca se ia concretizar - eu digo.

Nani: -Sempre ouvi nesta casa, que enquanto houver Harrison e Thompson a tradição nunca se pode quebrar Amy.

Eu suspiro desiludida.

Amy: -Tu viste o filho dos Harrison? - pergunto irritada.

Nani: -Ah eu vi - diz a Nani toda derretida - um autêntico deus.

Amy: -NANI - ralho - ele é uma besta isso sim - cruzo os meus braços e viro a cara para o lado.

Nani ri a bom rir.

Nani: -Que besta maravilhosa que lhe calhou menina.

?

Clarear as ideias…

Narrado por Alexander

Eu saio da biblioteca com vontade de matar alguém.

Mas que merda foi essa que acabou de acontecer?

A passos largos dirijo-me para o meu carro, estou farto disto e vou embora. A festa para mim já deu.

Entro no carro com toda a fúria, bato com a porta do carro e coloco as mãos no volante e aperto com tanta força que fico com os nós dos dedos brancos.

Encosto a cabeça ao volante a pensar em tudo aquilo.

"Mas que porcaria havia de acontecer?" - penso.

Ligo o carro e arranco.

Paro numa pequena praia, não muito longe dali.

Saio do carro e vou direto para a praia, arregaço as calças e descalço-me, ando pela areia, isto me acalma, não sei bem porquê, mas sempre que me sinto nervoso e faço isto, sinto-me um pouco melhor.

Começo a pensar nesta história, desde cedo que os meus pais me disseram, que eu não podia arranjar namorada para casar, conhecia bem a tradição e sabia que um dia tinha que casar com aquela que me estava prometida desde sempre.

O que não sabia, era que a prometida seria a filha do amigo dos pais, George Thompson.

Sempre tinha pensado como seria a minha futura esposa, mas nunca tinha imaginado que me sairia uma desbocada, sim, é isso que a Amy Thompson é, uma autêntica parva desbocada.

Que sorte a minha.

?

Charles, o advogado…

Charles entrou no escritório do Sr. George no dia a seguir à festa.

Charles: -Amigo George, que cara é essa? - disse o advogado mal entrou.

George bufou chateado.

George: -Ontem na festa falámos sobre o contrato de casamento à Amy e ao Alexander.

Charles percebeu então o mau humor do amigo.

Charles: -E pela tua cara não correu nada bem, acertei?

George levantou-se de um salto.

George: -Eles detestaram-se Charles - disse exasperado com as mãos no ar.

Charles: - E porquê é que eles se detestaram? - pergunta o Charles.

George: - Parece que tiveram um desentendimento qualquer no jardim antes de nós os apresentarmos, o Alexander chamou-lhe macaca por ela estar pendurada numa árvore.

Charles: -AHAHAHAHAH - gargalhou com vontade o advogado.

George olhou para ele surpreso.

George: -E tu ris-te Charles? Francamente.

Charles: -Que queres que te diga! - continuava a rir - estou a imaginar a cena, a Amy despreocupada como é, pendurada numa árvore e o snob do Alexander escandalizado por ver uma garota naqueles preparos, ahahahah desculpa George, mas não dá para não rir.

Charles divertia-se à grande, mas George não estava a gostar nada daquela situação, isso ia complicar o contrato.

George: -Esta animosidade deles vai atrapalhar os planos do casamento, não vês isso? - diz o George irritado.

Charles: -Vejo e não foi nada que eu não vos tivesse alertado - disse ficando sério o amigo advogado - onde já se viu, nesta altura da vida haver um contrato para casar dois jovens? Isto ia dar merda mesmo.

George: -Já falámos sobre isso milhões de vezes e tu continuas a bater na mesma tecla uma vida inteira - disse ao sentar-se desajeitado no sofá.

Charles: -Continuo e vou continuar. Tu ao menos foste preparando a Amy para isto? Não, não foste - acusa.

George: -Sabes bem que sim - disse meio abespinhado - eu sempre disse que ela estava prometida e que não arranjasse namorado.

Charles: -Dizias isso mas nunca a sério, dizias sempre a brincar, nunca muito sério. Devias ter tido uma conversa séria sobre o assunto, mas em vez disso foste deixando aqui e ali recados. Ah por favor George, agora aguenta.

George: -Tens a certeza que és mesmo meu amigo! - disse a semicerrar os olhos para o advogado.

Charles: -Os amigos são para isto mesmo, dizer as verdades doam ou não.

Ficaram calados por breves momentos.

Charles: -E já falaste com ela depois disso? - pergunta Charles.

George: -Ainda não - disse baixo olhando para o lado.

Charles: -Valha-me Deus George, e estás à espera do quê?? Jogas a bomba e foges? - ralhou Charles.

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