Prólogo
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Aleksander Petrov
Uma porta branca, se abre e atravessa a minha consciência nebulosa, seguida pela sensação de cair em câmera lenta. Vozes desconhecidas sussurram em algum lugar distante, gradualmente se tornando mais
altas, tão altas que se tornam ensurdecedoras, que quebram a minha mente como um vidro frágil, tudo se torna um borrão, um misto de sensações e vozes gritantes, tento calar a minha mente, me concentrar em uma única sensação, forço a minha mente, até que tudo que posso ouvir são gritos apressados.
-Querido Deus! Você está bem?- Escuto um suspiro suave à minha esquerda, parece a voz de anjo.
Eu tento abrir meus olhos, mas falho. Levo algumas tentativas antes de conseguir abrir minhas pálpebras, mas tudo que posso ver
são formas borradas.
- Aaaah! Me ajuda! - sussurro com o pouco resquício de força que me resta, mas inesperadamente vem a dor. Parece que fui esfaqueado por mil facas, com lâminas alojadas em minha pele. A sensação aguda, abrasadora e que abrange todo o
corpo envolve tudo.
- Calma, você vai ficar bem, eu vou pedir ajuda - O anjo sussurra suavemente, passando sua pele sedosa em minha face.
Eu engasgo com a respiração e tento falar, mas a única coisa que sai é um suspiro ofegante dolorido. Tento abrir os meus olhos novamente, para enxergar o pequeno anjo, mas a única coisa que consigo ver é um pequeno borrão de como sua face verdadeiramente é, e o vazio se fecha novamente. Os sons desaparecem lentamente e eu me deixo flutuar para longe. A última coisa de que me lembro são frases cortadas que interrompem
minha consciência desvanecida até não sobrar nada. Só a dor.
- Irmãos, o Pakhan ¹ ainda está vivo! -uma das vozes grita.
- Jesus! pressione algo sob seu rosto, precisamos parar o sangramento - sinto uma dor aguda em meu rosto, mais forte que a anterior.
- Não tenho certeza se ele vai conseguir - a última coisa que escuto, antes de me entregar a escuridão por fim.
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1. Pakhan: Autoridade máxima, na máfia Rússia;