Capítulo 6: Onde tudo Começa?
Os meses se passaram e com eles, chegou o tão esperado nascimento dos gêmeos que receberam os nomes de Apolo e Ártemis, como os deuses da mitologia grega e que eram irmãos gêmeos. Nasceram sem complicações e Robert esteve ao lado da sua amada até no momento do nascimento dos pequenos.
Realmente eram lindos. Agora ela chamada por Fênix, realmente se sentiu totalmente liberta da sensação de não poder conseguir chegar até o fim com sua gestação. Por causa da sua atual situação clínica, seus filhos nasceram de uma cesariana. Mas nada a impedia de estar mais radiante e feliz.
Ela em êxtase, não conseguia descansar um só minuto sem ver seus pequenos ali no quarto com ela e Robert. A porta logo se abre. Duas enfermeiras adentram com seus bercinhos e cada um dos seus pacotinhos envoltos nas mantas de cor rosa e azul. O poucos cabelos, mostravam a cor bem preta dos cabelos dela. Bochechas rosadas por suas peles serem tão alvas e sedosas. Estavam dormindo.
Ajeitando-se na cama e se recostando com o travesseiro entre as costas e cabeceira, ela os olha hipnotizada. Como dois serezinhos tão frágeis e indefesos, poderiam estar ali na presença dela e daquele homem que tanto demonstrou amor por eles três. Por mais que ela sentisse em seu coração o amor por ele, ela jamais falava “Eu te amo" com todas as letras. Ela tinha medo. Medo do desconhecido, medo do que poderia vir a frente. Medo de ter um fim pior do que haviam preparado para ela.
Por mais segurança que ele a proporcionasse, ela sentia o mesmo com Brian na época em que estavam juntos e por isso o medo ainda se fazia presente. Ela sempre demonstrava a Robert, todo seu sentimento que não expressava em palavras, mas em atitudes. Atitudes esta, que foi surpreendida em pela maternidade.
Ele retira uma pequena caixa de veludo preta com um pequeno laço vermelho na tampa. Ao abri-la, seus joelhos foram de encontro ao chão. Lágrimas nos olhos deles brotavam. A emoção aflorava naquele momento. Lucca, que já amava aquelas crianças como se fossem seus sobrinhos de sangue, entrava no momento mais importante que aqueles dois precisavam estar dando a mais na vida deles.
Ele se escora no batente da porta. Com um imenso sorriso por ver a felicidade ali estampada em meio aos dois.
- Sei que você me disse que não iria casar agora, mas quero realmente independente do que tenha em mente, que você seja o que no passado nos fora tirado. Fênix Esmeralda Donava, você aceita este homem que tanto lhe ama como esposo. Você quer casar comigo?
As emoções estão afloradas. Seus olhos marejados transbordam de felicidade em seu coração. Lágrimas que não queriam rolar por seu rosto, pareciam cachoeiras. Estendendo suas mãos de encontro ao seu loiro de olhos penetrantes e profundos como o oceano de tão azuis que aguarda sua resposta com imensa ansiedade, se levanta com um sorriso em súplica para sua amada se sentando na beirada da cama.
- É claro que eu aceito meu querido.
Ele beija suavemente entre os nós dos seus dedos e desliza na mesma seu lindo anel de noivado. O anel em ouro branco com uma linda esmeralda no mesmo. Ela faz o mesmo na mão de Robert que não se cabia em felicidade por aquele momento.
Subitamente, ele se inclina em direção ao seu rosto e em um beijo calmo e cheio de emoção e amor, selam sua união que em breve seria concretizada.
Lucca, escorado no batente da porta, caminha adentrando no quarto e pigarreando, atraindo a atenção do casal de apaixonados. Ao se entreolharem envergonhados pelo flagra, os olham sorrindo e o mesmo lhes retribui e logo, seu olhar desvia em direção aos pequenos berços em que estavam os mais lindos bebês da maternidade.
- Desculpem ter atrapalhado, mas realmente não podia deixar de ver meus sobrinhos. E não imaginava que presenciaria tal cena. – Seu riso é nasalado ao olhar para Robert que sabia bem o que seu irmão estava se referindo.
- Lucas, meu irmão, hoje sou o homem mais feliz do mundo. Em breve, esta linda mulher será minha esposa, temos lindos filhos que em breve terão irmãos e não há mais nada que eu possa querer se não ser feliz.
Fênix e Lucca se entreolharam pelo que Robert acabara de falar, mas para ela, era um susto a mais por ter mais filhos, o que ainda não estava previsto em seus planos por enquanto.
- Meu querido, não acha que está rápido demais essa história de mais irmãos para os meninos?
Os irmãos gargalham e ele se levanta chegando perto dela depositando-lhe um beijo na testa.
- Não agora minha bela dama. Mas você não quer mais filhos?
- Claro que sim meu querido, mas pelo menos depois da vingança concretizada.
Coçando a cabeça, ele franze o cenho e a olha com pesar.
- Minha bela dama, tem certeza que ainda quer levar a frente essa vingança?
- Sim. Tenho absoluta certeza. Não quero mais ninguém sofrendo o que eu sofri e até pior. Mas, queria te fazer um pedido.
Arqueando seu sobrolho, ele se mantêm em silêncio, mas assente o que ela pretende pedir.
- Quero que nosso casamento seja uma cerimônia simples, íntima, somente com um juiz de paz e sem ser na igreja por enquanto.
Desviando seu olhar daquela bela dama, ele olha para seu irmão em interrogativa em que o mesmo franzindo seus lábios, retribui o olhar ergue seus braços em rendição por não querer se meter na história deles, ele olha novamente para sua amada.
- Por que não quer por enquanto na igreja?
Coçando sua testa cabisbaixa, ela ergue seu rosto em direção ao dele e se encontram os olhos daqueles enamorados.
- Uma pessoa como eu que tem ainda o objetivo de me vingar, não posso ser hipócrita de ter uma cerimônia religiosa com um ódio ainda no coração.
Ele sorri a puxando para ela que recosta seu rosto em seu peitoral. Assentindo com seu pedido, ele não pode deixar de se sentir aliviado por ser esse o propósito.
Por mais que ela lhe demonstre seus sentimentos por ele que não eram mais um gostar, querer e desejar e sim um amar, ele se sentia inseguro em ainda não ter ouvido dela as palavras que para ele falar à ela, era sempre com uma intensidade da qual ele almejava receber por ela um dia saindo de seus lábios carnudos.
- Tudo bem minha bela dama. Será como quiser.
Após esta conversa, começaram os preparativos para a cerimônia que aconteceria em um mês após seu restabelecimento pós parto. Dois dias depois, ela e seus pequenos já estavam de volta em casa. Tudo corria muito bem. A felicidade, finalmente estava em seu coração transbordando, mas não por completo. Ela nutria ainda seu ódio para se vingar daqueles que a largaram a sua própria sorte em que não só poderia ter morrido, como também seus filhos.
O tempo passou, chegou o grande dia do casamento deles. A felicidade era ânimo para todos pensarem em buscar com quem a compartilhar da mesma felicidade como eles faziam. Tudo foi simples, aconchegante e somente com a presença de familiares e alguns amigos e parceiros de negócios importantes de Robert e Arnald.
Brian também fora convidado. Como se encontrava recluso e com remorso sem coragem de encarar o pai de sua amada, não compareceu. Somente mandou um cartão e um cheque como presente de casamento da agora sobrinha de Arnald e seu marido. Fênix, sentiu-se aliviada por sua ausência, afinal, ainda não era o momento de se encontrarem e principalmente em um momento tão mágico e feliz deles.
Passaram após o casamento, uma semana na Itália conforme prometido por seu esposo. Cada vez mais, estavam intensamente unidos. Mais apaixonados.
Fênix, assumiu os negócios da família na filial da Grécia em Atenas. Uma mudança radical durante a lua de mel foi feita. Seus cabelos agora eram na altura do meio das costas pintados de ruivo. Um ruivo que aos raios de sol iluminarem, se faziam brilharem em um dourado.
Linda, elegante e perspicaz. A empresa que era uma grande construtora durante seu comando, alcançou vários patamares e contratos milionários. Ela era a fonte de evolução e orgulho de seu marido e Arnald. Nos momentos familiares, o chamava de pai, mas em público, era tio. Com isso, o tempo se passou. Três anos.
Três absolutos anos em que sua vida virou de ponta a cabeça e que agora era a hora de voltar aos trilhos de vez. Apolo e Ártemis, duas crianças adoráveis, amorosos e bem parecidos com sua mãe. Mas os olhos, eram inconfundíveis. Eram dele. Juntamente com ela e seus filhos, duas babás viajavam com eles rumo a Tessália. Ela assumiria a matriz. Seu esposo chegaria em breve após resolver questões da sua empresa Flin.
- Tio, chegamos no aeroporto.
Um barulho se fazia presente do outro lado da linha em que seu pai/tio falava com ela.
- Estou na obra, mas o motorista já está ai.
- Ok, nos vemos em breve então.
Ao encerrar a ligação e caminhar rumo aos seus filhos que estavam com as babás, ela esbarra em alguém. Ele a molha com seu café, ela derruba seu celular no chão. Eles se abaixam como em sincronia.
- Me desculpe senhorita, você está bem?
Essa voz era irreconhecível. Seu coração parou por um momento ao ouvi-la. Ela só voltou aos sentidos, quando ele entregou-lhe seu celular que acabava de pegar.
Ela assente.
- Sim estou bem. Obrigada.
Ao se erguerem do chão, seus olhos se encontram. Ele se sente paralisado como se visse um fantasma em sua frente. Ela engole em seco por não esperar encontra-lo ali. Ele balbucia.
- Es-me-ral-da.
Ela respira fundo mantendo o controle de suas emoções e dispara.
- Creio que o senhor me confundiu.
Ele nega.
- Te reconheceria de olhos fechados. Seu cabelo, seu rosto, seu nariz podem estar diferentes, mas seus olhos não.
Seu sorriso de escárnio deixa evidente seu descontentamento.
- Senhor, creio que se confundiu com licença.
Ao se virar para ir embora dali, seu braço foi segurado por ele. Ela o fita com um olhar indiferente.
- Espere. Eu sei que é você.
- Me solte. Já disse que não sou quem diz, como é mesmo o nome dela?
Ele sorri desacreditado e sussurra em seu ouvido.
- Não finja Esmeralda. Te procurei por longos três anos e só agora está aqui. É que não vou te deixar partir.
Ela o olha incrédula tentando o afastar dela.
Percebendo a demora de Fênix e Apolo um pouco impaciente por estar cansado e já chegado o motorista até eles, ela avista sua chefe em uma situação constrangedora. Ao pedir licença para todos, ela caminha até ela para sua salvação.
-Senhora Fênix, o motorista já chegou.
Ao olharem a babá em frente a eles, ela consegue soltar seu braço daquele aperto. Ele se sentia confuso.
- Fênix?
- Sim, eu disse ao senhor que me confundiu com essa tal Esmeralda que para ela estar tão sumida da sua vista, deve ser porque fez algo muito grave com ela não acha?
Uma raiva se instala nas expressões daquele homem. O despertar de um sentimento de ira por aquelas palavras o fizeram ranger os dentes antes de a responder.
- Não fale sobre algo que não sabe senhora Fênix. De certa forma, jamais você seria ela mesmo, ela era diferente.
Um sorriso de deboche ela soltou olhando para ele e caminhando em direção a saída com sua babá ao lado. Lágrimas de raiva foram despejadas por ela. Ele falava que ela era diferente. Sim, Esmeralda era tola, boba, ingênua. Ela por outro lado, renasceu o oposto para quem merecia sua ira e ódio.
Após um percurso de vinte minutos, chegaram a mansão Flin Donava. Ela não ficaria na casa do seu pai e sim na sua agora casa com seus filhos e marido. Se instalaram e se acomodaram em um local aconchegante e grande. Ainda estremecida com um encontro não programado, ligou para seu marido que logo se manteve preocupado por ela estar com princípio de síndrome do pânico. Acalmou aquela que tanto ama, e tranquilizou-a que chegaria na manhã seguinte por já ter resolvido tudo o que precisava.
Como prometido e pedido por ela, Arnald organizou uma cerimônia de posse da sua querida filha/sobrinha para dentro de três dias. Todos os importantes empresários, acionistas, clientes e fornecedores estariam em peso nesta cerimônia.
Segura do que faria a seguir e do que viria já que seu marido chegaria na manhã seguinte, nada daria errado e estaria amparada por aqueles que a amam.