
Resumo
Apolo Galanis sempre amou em segredo Estela Esposito, a bela irmã mais velha de seu melhor amigo. Após uma noite de paixão inesperada, o que deveria ser apenas uma lembrança distante se transforma em uma espiral de desejo, segredos e chantagem. Dividida entre o medo de destruir sua família e a irresistível atração por Apolo, Estela se vê presa em um romance proibido, que só se intensifica quando uma gravidez inesperada ameaça revelar tudo. Agora, Apolo não medirá esforços para protegê-la e conquistar seu amor, mesmo que isso signifique enfrentar seu melhor amigo. Será que esse amor secreto sobreviverá ao escândalo?
Capítulo 1
Capítulo 1
|APOLO|
Eu me chamo Apolo Galanis, sou um homem de vinte anos, tenho cabelos castanhos, olhos castanhos e um metro e oitenta de altura. Desde que me lembro, nunca tive dificuldade em chamar a atenção de garotas. Não que eu faça algo de especial para isso acontecer, mas, por algum motivo, as pessoas parecem me notar. Talvez seja pelo meu charme e beleza naturais, penso comigo mesmo com bom humor. No entanto, há uma pessoa que sempre esteve além de qualquer outro interesse passageiro ou olhar curioso. Estela Esposito. A irmã mais velha do meu melhor amigo, Rodrigo.
Estela é… diferente. Não é apenas por sua beleza, que é algo inegável. Ela é uma bela loira, com olhos verdes que parecem mudar de tom dependendo da luz, como se pudessem mergulhar no âmbar ou na esmeralda. Seu rosto tem um formato de coração, delicado, perfeito. Ela tem uma graça suave, natural, com um metro e sessenta de altura, cada movimento dela é uma dança discreta, cada sorriso é como se o mundo fizesse uma pausa para assistir.
Eu a conheço desde que era um moleque, mas foi aos dezoito anos que algo mudou. Eu me lembro exatamente quando percebi o quanto ela mexia comigo. Rodrigo e eu estávamos jogando videogame no apartamento dela, ela ainda morava com o irmão na época, e Estela entrou na sala, toda casual, com aquela voz que me deixou paralisado. Era tão suave, tão gentil. E desde então, eu nunca mais fui o mesmo.
Eu deveria ter afastado esses pensamentos. Afinal, Rodrigo é meu melhor amigo, quase um irmão para mim. Ele confiaria em mim com os olhos fechados, mas como eu poderia confessar que, secretamente, espantei todos os caras que tentaram se aproximar dela? Sim, eu fiz isso. Não que ela tenha percebido. Estela, com toda a sua doçura e delicadeza, nunca notaria algo assim. Mas eu fiz. Não podia suportar a ideia de alguém tocando-a, de alguém tomando o que, em algum lugar obscuro do meu coração, eu sempre senti que deveria ser meu.
Eu nunca quis ser esse tipo de cara. O ciumento, o possessivo. Mas quando se trata de Estela, tudo em mim desmorona. Quando a vejo sorrir, ou quando ela está concentrada em algum livro, ou até mesmo quando apenas ouço sua risada suave ecoando pelo corredor, é como se o mundo ficasse mais silencioso, mais claro. Como se ela fosse a única pessoa capaz de preencher um vazio que eu nunca soube que existia até conhecê-la.
Às vezes, eu tento imaginar como seria falar com ela sobre isso. Confessar o quanto ela significa para mim. Dizer a ela que, desde os meus 18 anos, eu não consigo parar de pensar nela, que cada garota com quem saí depois parecia insignificante. Mas como eu poderia fazer isso? Para ela, sou apenas o amigo mais novo do irmão. Sou um garoto para ela. Estela sempre me tratou como o “amiguinho” de Rodrigo, o que só torna tudo pior.
Ela tem 26 anos agora, e sei que, para ela, essa diferença de idade deve parecer absurda. Mas para mim? Para mim, essa distância não existe. Só consigo pensar no quanto ela é perfeita, o quanto quero segurá-la, protegê-la… amar ela, de verdade. Tenho ciúmes de qualquer um que ouse se aproximar dela, mas ela nunca notou. E talvez isso seja bom, porque não quero que ela pense que sou um louco, um obsessivo. Apenas não consigo evitar.
Hoje, mais uma vez, estou esperando para sair com Rodrigo, mas, claro, é ela que eu quero ver. Ela que faz meu coração acelerar como se eu fosse um adolescente bobo toda vez que passa pela porta. Seu perfume, aquele floral suave, sempre me deixa atordoado. Já decorei todos os detalhes do rosto dela, desde o formato delicado do queixo até o jeito que seus olhos cintilam quando ela está feliz. E, honestamente, eu faria qualquer coisa para ser a razão por trás daquele brilho.
Ela sempre pareceu inalcançável. Linda, delicada, e tão diferente de qualquer mulher que eu já conheci. Nunca tive a coragem de me aproximar de verdade. Rodrigo sempre foi muito protetor com ela, e o que eu faria? Dizer que estou apaixonado pela irmã dele? Que venho guardando esse segredo há alguns anos? Nem pensar. Rodrigo é meu irmão de outra mãe, e a última coisa que quero é arruinar nossa amizade. Mas o desejo, esse desejo louco e crescente por ela, me consome um pouco mais a cada dia. A cada sorriso, a cada toque acidental quando estamos perto um do outro.
Quando penso em Estela, é mais do que atração. Eu sei que a desejo, claro. Como não? Mas é mais do que isso. Eu quero mais. Quero a Estela de verdade. Quero conhecer os seus medos, suas esperanças. Quero estar ao lado dela quando o mundo desabar e ser aquele que a levanta de novo. Ela é doce, tímida, delicada de uma maneira que as outras garotas nunca foram. E, ao mesmo tempo, Estela é forte, mesmo que ela não veja isso em si mesma. E isso me mata. Como alguém tão perfeita pode não perceber o quanto vale?
Nos últimos meses, tem sido mais difícil controlá-lo. Eu a vejo quase todos os dias, afinal, sou vizinho dela agora. A proximidade é uma tortura. A cada vez que passo pela porta do seu apartamento, meu coração dá um salto. E quando ela abre a porta, sorri e me cumprimenta, eu sinto que vou desmoronar.
Eu me pergunto se ela já pensou em mim dessa maneira. Se, em algum momento, ela já se perguntou como seria estar comigo, mesmo que só por um segundo. O que ela faria se soubesse dos sentimentos que escondo? Dos pensamentos que tenho quando a vejo de longe, rindo e conversando com Rodrigo ou com qualquer outra pessoa. A verdade é que eu quero ser o homem que ela olha com aquele mesmo brilho nos olhos. Mas ainda não sou.
Há alguns anos que vivo com esse segredo queimando no meu peito, tentando enterrar os sentimentos que só aumentam. Mas agora, sinto que algo precisa mudar. Eu não posso mais viver nessa angústia. Estela é a única pessoa que realmente importa, e não quero continuar observando de longe, enquanto ela continua a não perceber o que realmente sinto.
Mas o que posso fazer? Como posso me aproximar sem destruí-la, sem destruir tudo o que temos?