Capítulo 5
- Isso. - Eu respondo. Tentei pesquisar na internet, mas com o passar dos anos você não pode mais confiar nas respostas e nas coisas que encontra online. Os governos manipulam informações altamente influentes, e talvez seja por isso que tudo que encontrei veio com manchetes como "Monstros da natureza/Desprezo pela evolução/Bestas fora de controle...".
— Bem, a maioria dos alfas fica um pouco chateada durante a lua cheia. As unhas tendem a crescer, as presas ficam maiores e o instinto de agressão, territorialidade e proteção fica ainda pior. Mas há aqueles que são mais selvagens, mais impulsivos, estes ultrapassam o nível da transformação e se tornam lobisomens, um alfa que é meio lobo, meio homem fisicamente. É incrivelmente raro e dura apenas algumas horas.
—E aqueles que se transformam sem lua cheia?
– sem lua cheia? Isso provavelmente é impossível, Naveen. — Francisco solta uma risada engraçada, como se eu tivesse contado algo engraçado para ele.
—Mas e se isso acontecesse?
—Ninguém seria tão selvagem assim, garoto, mas se fosse, seria incrivelmente perigoso. — Ele responde, me fazendo engolir saliva e olhar novamente para a floresta, como se sentisse dois olhos avermelhados me olhando de longe, mas tenho certeza que é só o medo me fazendo sentir coisas estranhas.
— Bem… Vamos comer, garoto? Maria fez uma torta de carne como só ela sabe fazer. — Francisco se levanta da cadeira de balanço e inclina levemente a cabeça em direção à porta, então eu também me levanto do banco e o sigo em direção à casa.
O jantar é ótimo e especial, como tudo aqui na fazenda. Todos os que aqui vivem comem juntos à volta da enorme mesa de madeira, rindo e contando histórias (ou melhor: ouvindo Francisco contar as suas aventuras, que provavelmente têm um toque de exagero quando as conta).
Como é típico no país, todo mundo vai dormir cedo, então subo para o meu quarto pouco depois da meia-noite e deito na cama de solteiro, que range com o meu peso, apesar de ser incrivelmente confortável. O quarto é iluminado apenas pela luz amarelada que vem do banheiro, pois a porta está entreaberta, deixando o ambiente aqui agradável e confortável.
Desmaio logo depois, me perdendo em pensamentos e aproveitando o cobertor quentinho, mesmo tendo o sono um pouco leve.
Não sei quanto tempo dormi, mas acordei em algum momento da manhã com um som estranho vindo lá de baixo, no quintal, que me fez sair rapidamente da cama e ir para a cama velha e um tanto manchada. janela de vidro, vestindo apenas a calça do pijama xadrez.
Olho através do vidro e tento encontrar o que está fazendo barulho, embora tenha uma boa ideia de quem seja.
Encontro o lobisomem acinzentado perto das árvores, onde a luz das luminárias da varanda ilumina totalmente seu corpo enorme e musculoso. Ele está olhando diretamente para a mansão. Ou melhor ainda: olhando diretamente para a minha janela. Para mim.
Enquanto desço rapidamente as escadas, termino de vestir a blusa do pijama e me certifico de não cair de cara no chão. Parte de mim está morrendo de medo de que ele arrombe a porta e ataque todos aqui, mas sei que ele não fará isso. Pelo menos... acho que não.
A casa está extremamente silenciosa e o som dos meus passos no chão de madeira faz mais barulho do que o necessário. Se eu soubesse onde o Francisco guardava a espingarda, iria atrás dela (e mesmo que não saiba atirar, isso me assustaria um pouco).
Meus chinelos mantêm meus pés aquecidos, mas mesmo assim um arrepio percorre minha espinha.
Abro a porta e silenciosamente me pergunto o que diabos estou fazendo. Assim que saio para a varanda de madeira, uma brisa fria me atinge diretamente, e não preciso olhar para a esquerda para saber que ele está exatamente onde estava antes, alguns minutos atrás (quando estou considerando o que fazer). fazer sobre isso).
Ao pular da varanda e caminhar em direção a ela, realmente considero o estado da minha saúde mental. Ou sou absurdamente corajoso ou absurdamente louco.
- Ei! É melhor você parar de me seguir, olha! — Fico na frente dele e aponto para sua cara de lobo, percebendo agora o erro de cálculo desumano que cometi, pois havia esquecido o quão grande ele é, e que pode me partir ao meio com um simples tapa. O alfa selvagem permanece no mesmo lugar, completamente imóvel, exceto pelos olhos, que estão em mim.
- Meu. - Ele diz, simplesmente. A voz rouca e animalesca faz os cabelos da minha nuca se arrepiarem. A noite torna tudo ainda mais assustador e os olhos parecem brilhar no escuro.
- Kkkkk. Eu não sou seu. —Respondo dando um passo para trás e sentindo a brisa fria me atingir em cheio. Ele dá um passo à frente para diminuir a distância que acabei de abrir, e como seus passos são absurdamente mais longos, ele apenas bate no meu peito.
— Uau, sim. —Suas mãos grandes agarram minha cintura e me puxam em sua direção na velocidade da luz, antes que eu possa reagir ou até pensar em correr. Ele me joga por cima do ombro como um saco de batatas, me fazendo pendurar em suas costas absurdamente largas.
—P-Coloque-me no chão agora!! — Rosno e dou um soco no ombro dele, mas o desgraçado simplesmente começa a correr pela floresta como um lobo de verdade, usando as mãos e os pés.
— A-ah!!! — O medo de cair me faz envolver seu torso com as pernas e agarrar seu pelo com as mãos, deitando em cima dele com o rosto pressionado contra seu sedoso pelo cinza. Está absurdamente quente e, embora agora esteja correndo a toda velocidade pela floresta fria e escura, seu calor me envolve completamente e faz todo o frio derreter.