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Capítulo 10 Ninguém Pode Machucar Você

Após o conflito com Martin, no dia seguinte, Alice se move de casa.

Henrique manda Levi que a busque. Ao sair, Alice não se contém de virar para trás e olhar para essa casa: Este é o momento em que ela está acompanhada pela dor vinda do fundo de seu coração.

Seja como for, se trata de um lugar em que ela vive há vinte anos. Portanto, ao sair, uma sensação de relutância à saída está repleta do corpo dela.

Contudo, a tristeza não demora muito tempo.

Esta casa, para ela, não há nada que vale a pena comemorar.

A vivenda de Henrique se chama Vila Alameda Real, que se situa na parte mais próspera do sul da zona urbana. Lá, todas as vivendas formam uma região tranquila, onde o ambiente está lindíssimo e as infra-estruturas são completas, as quais providenciam uma capacidade de top pela privacidade. Daí resulta que os preços das vivendas sejam muito altos: Mesmo que você tenha massa suficiente, não se garante que pode comprar uma casa aqui. Quem tem como residir aqui são aqueles grandes impulsos que não só possuem dinheiro, mas também poder.

Quando Levi e Alice chegam à vivenda, Henrique também está lá.

Hoje, ele veste um terno listrado azul-escuro: É bem feito e de acordo com simples listras e a gravata delicada que se veem, parece que ele é um nobre. Um par de pupilas pretas como tinta são estreitos e profundos. E a parte entre suas sobrancelhas e seus olhos estão irradiando uma sensação de frio, fazendo com que se produza uma sensação de que ninguém se possa aproximar de ele.

Alice ainda não reage: O homem é tão elegante que sempre exala seu charme inadvertidamente.

“Suas bagagens somente são estas?”

Henrique se aproxima dela, apontando as três bagagens atrás dela e pergunta.

Alice volta e sorri, “Não chegam para você?”

“O espaço de seu quarto é grande. Aquilo que você traz é um pouco menos. Todavia, não faz mal, se quiser, pode comprar o que quer.”

Henrique solicita as empregadas domésticas para mover as bagagens de Alice para cima. Depois, ele inclina sua cabeça para olhar para ela e franze seu sobrolho, “Porque é que seu rosto está pálido? Não dormiu bem ontem à noite?”

Demoram uns segundos para Alice reagir a pergunta de Henrique. Ela acena com sua cabeça e diz, “Sim. Não dormi bem ontem à noite.”

Seu coração está tão frio que não consegue adormecer.

Henrique olha para ela com um olhar suave, parecendo que já sabia que ela tinha sido injustiçada. Por isso, ele estende sua mão e amima gentilmente o rosto dela, dizendo, “A partir de agora, ninguém pode ferir você.”

Sua palma é grande, a qual está repleta do aconchego convincente.

Alice sorri e responde, “Eu acredito em si.”

“Então, quer visitar seu quarto?”

Retirada sua mão, Henrique lhe dá a proposta, com uma profundidade nos olhos que não se pode entender.

Sem hesitação, Alice acena com sua cabeça, “Bem.”

As duas pessoas, uma à frente da outra, sobem as escadas. O quarto é muito amplo, com uma decoração luxuosa mas não vulgar, magnífica mas com um perfil baixo. Tudo isto se adapta perfeitamente ao estilo de Henrique.

Alice olha em redor de si e descobre que o quarto foi decorado de novo: Para além dos objetos que se adaptam à preferência dos homens, existe algo decorado especialmente para mulheres. Nomeadamente, o armário do quarto está meio vazio, o que significa que o armário é preparado para ela.

“Meu amor, você gosta do quarto?”

Tirando partido do tempo em que Alice está a visitar o quarto, Henrique vai ao balcão e traz dois copos de vinho. Um deles é para Alice.

Alice pega o copo, com os ouvidos que se tornam quentes e o rosto que se torna vermelho por causa da timidez, dizendo, “Este...é nosso quarto?”

“Com certeza. Somos casados!”

Henrique bebe um pouco de vinho. Parece que isso é um assunto muito normal.

A cara de Alice se torna cada vez mais vermelha. Ela não consegue deixar de olhar para a cama diante dela.

Se trata de uma cama de casal típica: O cobertor da cama é novo e todos os componentes da cama são bem organizados. Lá cima do cobertor, se escreve um “Feliz casamento”, o que transmite um sentimento de ambiguidade.

No início, Alice pensava que o quarto era preparado para ela própria. Contudo, obviamente, sua ideia foi justificada como negativa neste momento. A imagem à frente dela está transmitindo uma mensagem clara a ela, é que a partir de agora, eles vão dormir na mesma cama.

Pensando nisso, o rosto de Alice se torna cada vez mais quente, como se houvesse um fogo dançando no rosto. Ela se sente vergonhosa agora. Quanto a seu pescoço lindo, está coberto por uma capa vermelha.

Ao ver a azáfama de Alice, Henrique sorri e não se contêm de levantar o queixo dela, dizendo, “Meu amor, se bem que tivesse dito que não eu iria infringir suas vontades, neste caso, com sua beleza, o compromisso me deixa em dilema.”

Seu tom é rouco e como se fosse o ritmo dum violoncelo, bonito e incrível.

O ar de ambiguidade sopra ao rosto, incluindo uma aroma de água-de-colônia fresca. Aqui, a atmosfera está cheio de hormônio, charme e sensualidade.

Batendo-lhe o coração, ela fica cada vez mais nervosa, de corpo a alma.

Alice é uma menina esperta. Por isso, sem dúvidas algumas, fica a saber a intenção de Henrique. Com efeito, isso não é nada difícil de saber: Seus olhos estão irradiando uma sensação de calor, o qual Henrique está tentando reprimir.

Inconscientemente, Alice engole sua saliva e está nervosíssima, não sabendo como reagir.

Ao ver o desempenho dela, aparece um sorriso no rosto de Henrique e depois, sob o olhar surpreso de Alice, solta a mão e diz, “Meu amor, não se preocupe, como já referi, não irei fazer aquilo que você não queria. Isso não é um disparate.”

Ouvidas suas palavras, Alice fica mais relaxada, e agradece secretamente sua gentileza e educação.

No entanto, como eles são casados, é Henrique que tem contribuído para sustentar a relação, seja o jantar da noite de casamento, seja o quarto preparado para ela, seja o apoio na empresa...

Em relação ao casamento, foi a intenção dela própria. Neste caso, ela quase não faz nada. Pelo contrário, é ele que tem condescendido com ela.

Porquê?

Ao pensar nisso, Alice aperta seus dentes, como se tivesse decidido algo importante em sua vida, e estende sua mão para agarrar o canto da roupa dele.

“Quê?”

Henrique vira para trás e olha para Alice com um olhar surpreso.

A cabeça de Alice está um pouco inclinada, com seus olhos olhando para o chão, e lhe dizendo, “Aliás, se realmente quiser, não...não faz mal. Somos casados, e isso vai acontecer...mais cedo ou mais tarde. Daí eu aceito alguns...contatos corporais seus...”

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