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deixa - me
ser sua amiga...
a que vai
dar vida aos seus dias
a que vai
colorir a sua vida
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Aula começou e nada do Bruno aparecer, sei que ele já tem costume de gazear, mais matar aula logo no primeiro dia de aula é foda.
- Como primeiro dia de aula hoje vou deixar vocês sossegados, contanto que isso não chegue nos ouvidos da direção. - O professor Mário diz.
Agradeço mentalmente essa bondade do senhor.
Bruno e seus amigos aparecem quinze minutos depois com cara de paisagem.
Ele está fingindo ser quem não é pra se encaixar nessa bosta de popularidade, que se dane isso.
- O Bruno tá bem?- Fernanda pergunta enquanto ele se sentava no seu lugar de sempre.
- É claro que ele tá bem, ele tá ótimo. - digo irônica.
A verdade é que eu odeio ele se envolvendo com essas oferecidas do colégio. Bruno que sempre foi tão esperto, ficando com essas galinhas que nem sabe se dá ao valor.
A aula do professor Mário acaba e logo em seguida o professor Fernando entra, considero essa umas das piores aulas, motivo? é matemática. Nada entra na minha cabeça, as vezes eu me pergunto como consegui chegar ao terceiro ano do ensino médio sem saber de nada.
- Matemática não - Denise resmunga e abaixa a cabeça sobre a mesa.
- Parece que as aulas dele demoram dois séculos. - Bruno comenta falando comigo.
Concordo, as piores aulas demoram sempre mais. Bruno se levanta e pega a cadeira para se sentar ao meu lado. Fico feliz por isso, ele ultimamente tava tão afastado de mim.
- Tô com saudades do meu peixinho - ele diz fazendo biquinho e me beliscando. Peixinho era um apelido que ele havia me colocado quando tínhamos dez anos, quando eu sem querer cai na piscina e me afoguei. E desde esse dia o mesmo só me chama de peixinho quando por algum motivo sabe que estou triste com ele.
- Sai Bruno, presta atenção na aula - digo tentando me fazer de difícil.
- Sai Bruno, presta atenção na aula - ele fala afinando a voz para me imitar. - até parece que tu prestar atenção e se presta entende alguma coisa? - diz, e logo em seguida volta a me beliscar.
Era impossível ficar zangada com ele por muito tempo.
- Não gostei dessa calcinha de renda que você tá usando. - ele comenta baixinho no meu ouvido.
Meu coração acelera com sua revelação e o olho sem entender o porquê disso. Ele nunca tinha comentando sobre nada relacionado a minhas peças íntimas ou sobre meu corpo.
- Tudo isso é pro Luan? - continua.
- Talvez.. - digo sorrindo. tinha uma quedinha pelo Luan, mas não era nada demais. O idiota pediu pra ficar comigo e por algum motivo eu disse que não.
- Comigo você nem iria precisar usar isso, até porque eu iria tirar tudo. - diz baixinho e isso fez os pelos dos meus braços se arrepiarem.
- Ridículo - dou um soco de leve em seu ombro.
- Você gostou que eu sei. - ele passa a mão no ombro e logo em seguida se levanta levando sua cadeira de volta para o lugar.
Minha sorte é que ele nem imagina o poder que tem sobre mim.
Tento prestar a atenção na aula, mas falho toda vez que vejo Bruno conversar ou sorrir com seus amigos. Ele não faz meu tipo, do mesmo jeito que eu não faço o dele. E eu repetia aquelas palavras na minha cabeça como se fosse adiantar.