Capítulo 6
Capítulo 6
Não demora muito para chegarem na cidade. Jack estava determinado a fazer esse dia especial para ela. Vai mostrar a ela que merece coisas boas e confortáveis.
— Pronta para a aventura? — Jack perguntou com um sorriso enquanto segurava a porta da caminhonete aberta para ela sair.
Charlotte sorriu, mas havia uma leve sombra de ansiedade em seus olhos.
— Sim, estou pronta.
Ele havia estacionado a caminhonete na frente de uma loja de roupas.
— Primeiro, vamos comprar algumas roupas novas para você — disse ele, pegando na mão dela e a guiando para dentro da loja.
Ela não conseguiu esboçar nenhum tipo de reação por ter sido pega de surpresa.
Dentro da loja, Charlotte ficou maravilhada com a variedade de tecidos e roupas que nunca pensou que um dia teria. Jack a incentivou a escolher o que quisesse. Após algumas horas, Charlotte tinha uma pilha de roupas novas: vestidos, calças confortáveis, blusas de várias cores e estilos.
— Você merece o melhor — Jack disse, vendo o brilho nos olhos dela e o rubor nas bochechas, que a deixava ainda mais bela.
Depois das roupas, foram até uma loja de calçados. Insistiu para que ela experimentasse vários pares. Ela escolheu sapatilhas, botas e alguns sapatos. Sentiu-se mimada pela primeira vez em muito tempo.
— Agora, tenho uma surpresa para você — Jack disse, guiando-a para fora da loja e em direção a uma estrebaria próxima.
Quando chegaram, Charlotte viu vários cavalos, um mais lindo que o outro. Ficou encantada por um cavalo magnífico, de pelagem marrom, com uma crina preta brilhante. Ela passou a mão no focinho do animal enquanto Jack conversava com um vendedor.
— Esse é seu, Charlotte. Quero que você tenha seu próprio cavalo para explorar a fazenda — disse Jack, observando a expressão de surpresa e alegria que se espalhou pelo rosto dela.
— Oh, Jack, ele é lindo! — Charlotte exclamou, aproximando-se lentamente do cavalo e estendendo a mão para acariciar seu focinho.
— Seu nome é Brown. Achei que combinaria com você — disse Jack, sorrindo.
Charlotte subiu na sela com a ajuda de Jack, sentindo uma liberdade e alegria que não experimentava há anos. Ela cavalgou em volta do estábulo, rindo como uma criança.
— Obrigada, Jack. Eu não sei como agradecer — disse Charlotte, descendo do cavalo e abraçando Jack impulsivamente.
Ele retribuiu o abraço, sentindo uma onda de calor percorrer o corpo como chamas sem controle.
— Quero que você se sinta em casa. Quero que saiba que aqui, você é valorizada.
Ela ergue os olhos e um leve sorriso se forma em seus lábios. Suspirando pela proximidade agradece mais uma vez e volta a fazer carinho no cavalo enquanto o noivo fecha negócio com o vendedor.
O dia terminou com um passeio tranquilo de volta à fazenda. Charlotte estava cansada, mas feliz.
— Estive pensando. Caso não se importe, podemos nos casar apenas no cartório por enquanto. Como já estamos morando juntos, não quero que pensem mal de você.
— Claro, não tem problema — respondeu Charlotte.
— Com o tempo, se você quiser, podemos casar na igreja. Não se sinta pressionada. Não quero que nosso casamento seja uma mentira. Acredito que, com o tempo, podemos nos apaixonar e talvez nos amar.
Ela ficou surpresa e entreabriu os lábios, mas não conseguiu dizer nada. Apenas concordou com a cabeça.
Ao chegarem à fazenda, Jack ajudou Charlotte a descarregar as compras e guardar tudo. Brown chegou logo depois, foi levado para o estábulo, onde Charlotte passou algum tempo acariciando-o e falando suavemente com o cavalo.
— Hoje foi um dia incrível — Charlotte disse, entrando na casa com Jack.
— E muitos dias incríveis ainda virão — Jack prometeu, sentindo-se mais determinado a fazer de Charlotte a mulher mais feliz do Texas.
***
No dia seguinte, tomam o café da manhã na sala de jantar. O aroma de café fresco e pão assado preenchia o ar, um aroma que Charlotte está começando a apreciar. A tranquilidade foi interrompida quando um dos peões entrou apressado no casarão.
— Senhor Jack, Clayton está aguardando por você lá fora — disse o peão, tirando o chapéu em sinal de respeito.
A mandíbula de Jack se contraiu de raiva, e ele agradeceu ao funcionário, que saiu em seguida. Jack respirou fundo, tentando controlar a ira que borbulhava dentro de si. Caminhou até o escritório, abriu a gaveta da mesa e pegou seu revólver, escondendo-o nas costas antes de sair.
— Fique aqui, Charlotte. Preciso resolver isso — disse ele, tentando manter a voz calma.
Charlotte assentiu, sentindo uma onda de nervosismo ao vê-lo tão tenso.
Jack saiu do casarão e caminhou em direção a Clayton, que estava parado do lado de fora, com um sorriso satisfeito no rosto.
— Clayton, o que você quer? — Jack perguntou, tentando manter a calma.
— Vim ver minha filha e pegar os trezentos mil dólares que você me prometeu. Afinal, ela já está morando com você — disse Clayton, sem rodeios.
Jack respirou fundo, tentando conter a raiva.
— Você não tem vergonha, não é? Primeiro tenta vender sua própria filha, e agora vem cobrar mais dinheiro?
— Negócios são negócios, Jack. Não vamos complicar as coisas — Clayton respondeu, ainda sorrindo.
Jack deu um passo à frente, sua voz baixa e ameaçadora.
— Você já tem sua parte do acordo. Se ousar machucar Charlotte de qualquer forma, eu mesmo cuidarei de você. Quanto ao dinheiro, você terá que esperar. Não vou entregar uma quantia dessas sem um motivo justo. Ainda não estamos casados.
Clayton recuou um pouco, percebendo a seriedade no olhar de Jack.
— Tudo bem, Jack. Vou esperar, mas não por muito tempo. Lembre-se disso.
Jack observou Clayton se afastar, sentindo a tensão diminuir, mas sabendo que a ameaça não havia desaparecido. Ele voltou para o casarão, encontrando Charlotte ainda na sala de jantar, seus olhos cheios de preocupação.
— Está tudo bem? — ela perguntou, tentando esconder o medo na voz.
— Sim, tudo resolvido por enquanto — disse Jack, tentando sorrir para tranquilizá-la. — Vamos continuar com nosso dia, ok?
Charlotte assentiu, aliviada, mas ainda preocupada. Jack estava sendo superprotetor, e isso a confortava um pouco. Absolutamente tudo o que seu pai havia dito sobre Jack ser um homem horrível com as mulheres caíra por terra. Ele estava sendo perfeito até o presente momento.
Ela se aproximou dele, que estendeu a mão, e ela aceitou com um sorriso. Segurando a mão dela, seguiram até o estábulo.
No caminho, um dos funcionários observava o casal, especialmente a mulher jovem do patrão.
— Rapaz... Que moça bonita... — disse ele a um dos colegas que o ajudava no celeiro. — Essas calças de montaria, as botas, o chapéu e a blusa branca a deixaram muito sexy.
— Cuidado com o que você diz — respondeu o colega, olhando ao redor para se certificar de que ninguém os estava ouvindo.
— Ela é uma gracinha.
— Para com isso, Jesse. Que ninguém te escute. O patrão é muito boa pessoa, mas não mexe com a mulher dele. Tenho certeza de que, se você ousar tocar nela, ficará sem uma mão.
— Ele não ousaria.
— Você está aqui há um mês. Estou aqui há anos. Ele tem o pavio curto.
Jesse não deu muita importância ao conselho do homem de meia idade. Ganhara o primeiro lugar no tiro ao alvo nos últimos três anos. Não se intimidaria com tanta facilidade.