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APAIXONADA PELO MEU CUNHADO - Livro 1

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Faty Souza
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Notas

Resumo

Deise sempre sonhou com um casamento por amor, mas seu destino foi selado por uma assinatura. Forçada a casar-se com Lucas, um homem frio e ambicioso, devido a uma dívida misteriosa de seu pai, ela vê seus planos de liberdade e felicidade desmoronarem. O contrato que deveria garantir a segurança financeira da família, na verdade, compromete sua herança e a prende em uma união sem afeto, repleta de silêncios e obrigações. Ao mudar-se para a imponente mansão da família Duarte, Deise se vê cercada por luxo, regras e olhares julgadores. Mas é na figura de Miguel, o cunhado gentil e carismático, que ela encontra abrigo e compreensão. Entre conversas sinceras e momentos inesperados, a amizade entre eles floresce com intensidade. E então, um beijo proibido muda tudo. O gesto impulsivo desencadeia uma série de consequências imprevisíveis: traições, ameaças veladas, segredos do passado vindo à tona e um jogo perigoso de interesses envolvendo poder, lealdade e amor. Deise passa a ser perseguida, odiada por aqueles que antes se diziam aliados, e se vê no centro de uma trama onde sua vida e sua sanidade estão em risco. Enquanto tenta entender os sentimentos que a consomem por Miguel, ela se pergunta: até onde vai à lealdade de um homem que se diz seu protetor? Ele é realmente confiável ou apenas mais uma peça no jogo cruel iniciado por seu pai e por um passado que ela desconhece? "APAIXONADA PELO MEU CUNHADO" é um romance intenso e emocionalmente explosivo, onde o amor nasce em meio ao proibido, e cada revelação aproxima Deise da verdade – e do perigo. Um enredo repleto de paixão, mistério e escolhas que exigem coragem, mostrando que, às vezes, amar é o maior risco de todos.

amorromanceCEORomance doce / Amor fofo Astuto / ManipuladorFrio/IndiferenteCasamento arranjado

1. DESPERTANDO UMA PAIXÃO

PALAVRAS DA AUTORA

Escrever esta história foi como mergulhar em um turbilhão de emoções intensas, onde cada página carrega um peso de sentimentos profundos, dilemas morais e escolhas impossíveis. Deise não é apenas uma personagem; ela representa tantas pessoas que, em algum momento da vida, sentiram-se presas a um destino que não escolheram, obrigadas a abrir mão dos próprios sonhos para carregar o fardo de outros.

Neste romance, quis explorar o lado mais sombrio do amor, aquele que desafia barreiras, que nasce onde não deveria e que se torna perigoso ao tocar corações errados. Mas, acima de tudo, esta é uma história sobre coragem—sobre uma mulher que, apesar das amarras impostas pelo destino, ousa desafiar as regras para buscar sua verdadeira felicidade.

Prepare-se para sentir o frio da incerteza, o calor da paixão proibida e o peso das consequências de cada decisão. Cada reviravolta é um lembrete de que o amor pode ser tão cruel quanto libertador. Espero que, ao virar a última página, você sinta o impacto dessa jornada tanto quanto eu senti ao escrevê-la.

Com carinho,

Fátima Souza

CAPÍTULO 1 - DESPERTANDO UMA PAIXÃO

O anoitecer caía suavemente sobre Nova Iorque. Do lado de fora da mansão Duarte, os flocos de neve rodopiavam com delicadeza no ar, cobrindo a cidade com um manto branco e luminoso. O silêncio da noite era quebrado apenas pelo som abafado do vento e o ocasional estalo dos galhos congelados.

Deise Duarte observava esse espetáculo natural pela janela da sala de estar, os braços cruzados e a testa encostada no vidro gelado. Seus olhos vagavam por entre os flocos que caíam como se buscassem, ali fora, uma resposta que o coração já sabia, mas se recusava a aceitar. Estava casada havia quase um ano com um homem que não amava, e a dor daquela decisão pesava como correntes em sua alma.

Ela havia sido obrigada a se casar com Lucas Duarte, o filho mais velho de uma das famílias mais influentes da cidade. Um contrato, uma dívida misteriosa de seu pai com os Duarte, e uma assinatura em um pedaço de papel bastaram para selar seu destino.

A tristeza a dominava a ponto de seus olhos se encherem de lágrimas silenciosas. O peso da solidão, do vazio em seu peito e da constante sensação de aprisionamento ameaçavam afogá-la. Foi então que o som da campainha a despertou do transe.

— Deise! — chamou uma voz masculina do outro lado da porta.

Ela se recompôs, enxugou discretamente as lágrimas e caminhou com calma até a entrada. Ao abrir, encontrou Miguel Duarte, o irmão mais novo de Lucas, parado na soleira com uma expressão calorosa.

— Miguel... — disse ela, surpresa, forçando um sorriso. — Não esperava vê-lo esta noite.

— Desculpe te incomodar novamente. Eu tinha dito que ficaria com o Matias hoje, mas surgiu uma emergência no hospital. Eu terei que substituir um cirurgião e trata-se de uma criança, por isso é tão urgente. Será que você pode ficar com o Matias está... — Ele deu um meio sorriso cansado, tirando os flocos de neve do casaco.

Antes que pudesse continuar, Deise se adiantou.

— Eu cuido dele, Miguel, fique tranquilo.

— Deise, eu realmente aprecio isso. Ele está dormindo no carro, eu vou buscá-lo.

Miguel era um homem de presença marcante. Tinha vinte e nove anos, viúvo, pai de um menino adorável de cinco anos, e trabalhava como cirurgião no Mount Sinai Hospital. Os cabelos claros bem penteados contrastavam com a pele bronzeada e os olhos azuis intensos, que pareciam enxergar além do que os outros viam. Um homem que lhe despertava suspiros, mesmo sem tentar.

Pouco tempo depois, ele voltou com o menino nos braços e o levou até um dos quartos de hóspedes. Quando retornou, seu olhar encontrou o de Deise. Houve um silêncio momentâneo e, por um instante, ambos pareceram esquecer o mundo ao redor.

— Ele já comeu e deve dormir até amanhã. Talvez eu demore para voltar.

— Não se preocupe. Fique o tempo que precisar.

Miguel sorriu, e Deise o observou enquanto ele se afastava. Seu coração acelerava de uma forma estranha e desconfortável. O que sentia por Miguel parecia proibido, Inaceitável. Mas ainda assim... era real.

Ela suspirou e seguiu para o quarto onde Matias dormia tranquilamente. Enquanto caminhava se lembrava da última conversa que teve com seu pai antes de assinar aquele contrato. Seu pai estava no leito de um hospital e logo seria encaminhado para uma cirurgia delicada. Mas a dívida, a pressão, o pedido desesperado... Ele havia hipotecado sua liberdade, sua vida, para salvar um império afundado em segredos. Para salvar a si.

Lucas, seu marido, era um homem de trinta e cinco anos, charmoso e bem-sucedido, mas arrogante, violento e frio como o gelo. Nunca a tocara. Nunca sequer dividira um quarto com ela, como era exigido no contrato. Para Deise, aquilo não era um casamento — era uma transação. E cada dia ao lado dele a fazia se sentir menos viva.

O toque do telefone interrompeu seus pensamentos. Ela atendeu com a voz contida.

— Deise. — Era Lucas, sempre direto. — A reunião com os franceses vai demorar mais do que o esperado. Eu só devo ir para casa manhã. Esteja em casa quando eu chegar, pois precisamos conversar.

— Tudo bem. — respondeu ela, intrigada com o telefonema.

Ele nunca ligava. Era o tipo de homem que avisaria por mensagem seca e fria, mas aquela atitude lhe deixou intrigada. Não era a primeira vez que ele agia estranho com ela. Alguma coisa estava acontecendo e ela precisava saber o que era.

Na manhã seguinte, Deise foi despertada pela insistência da campainha. Ainda usando o roupão de seda, caminhou até a entrada e, para sua surpresa, era Miguel novamente.

— Desculpe te acordar tão cedo.

— Não se preocupe. Seu irmão chegará a qualquer momento. Eu já deveria estar de pé. Vou para cozinha preparar um café. Você quer? — perguntou, caminhando até a cozinha.

— Sim, um café cairia bem. Lucas continua dormindo?

— Sim, dormindo como um anjo.

Enquanto conversavam, Miguel a acompanhava com os olhos. Ela sentia o peso daquele olhar... um calor invisível que queimava sua pele. Deise tentou ignorar, mas seu corpo traía a razão. Ela sabia que não era a primeira vez. Os olhares de Miguel tinham uma intensidade diferente, um desejo contido, feroz e silencioso.

— Aqui está. — disse ela, servindo o café. — Quer leite?

— Não, assim está ótimo. — Ele tomou um gole e mudou o rumo da conversa: — Você disse que meu irmão está chegando?

— Sim. Ele ligou ontem. Achei tão estranho... o Lucas nunca me avisa de nada. Nem quando vai sair ou chegar e nos últimos dias tem se aproximado.

Ela suspirou, mexeu um pouco o café para adoçá-lo e perguntou:

— Você vai participar da reunião hoje à noite?

— Não. Claro que não!

— Seu pai deve chegar logo.

— Deise... — disse Miguel, agora mais sério. — Sinceramente, não me importo com meu pai ou com a empresa dele. Tenho minha vida, meu filho, meu trabalho. É tudo o que importa para mim.

— Desculpe... eu não devia...

Miguel se aproximou devagar. Seus dedos tocaram o rosto dela com ternura, acariciando uma mecha de cabelo que caía sobre a testa. Deise estremeceu. Seu corpo reagiu ao toque dele de forma involuntária, indesejada... mas verdadeira.

— Sinto muito. Não quis ser rude. Só... eu me preocupo com você, Deise. Sei que, o que meu pai fez com sua família é imperdoável. Mas quero que saiba que eu não sou como eles. Não faço parte dessa família há muito tempo.

Agora, ele estava tão perto que ela podia sentir a respiração dele em sua pele. Os olhos azuis a perfuravam com um misto de desejo e dor. E quando sua mão deslizou pelos cabelos dela, Deise sentiu algo em seu peito explodir — uma emoção contida, reprimida, impossível de ignorar. Eles se entreolharam e a boca de Miguel se aproximou da dela. Deise fechou os olhos por um instante, quase cedendo. Mas o rangido repentino da porta os despertou.

Miguel recuou imediatamente, reassumindo a compostura. Sentou-se de novo à mesa no exato momento em que Maria, a governanta, entrou sorrindo.

— Bom dia, Sra. Duarte! Bom dia, senhor Miguel!

— Maria... não esperava vê-la tão cedo. — disse Deise, ainda tentando recuperar o fôlego.

— Desculpe, senhora. O senhor Duarte me ligou dizendo que estava a caminho e precisava que eu viesse imediatamente.

— Entendi. — respondeu Deise, fria. Seus olhos encontraram os de Miguel, e naquele breve instante, ambos sabiam que algo havia mudado. Algo que não podia ser mais ignorado.

— Eu preciso ir... com licença. — Deise falou por fim, seguindo para o quarto, deixando atrás de si um silêncio carregado de tensão e desejo.