A fisioterapeuta

Dois dias já tinham se passado, Petra estava a caminho do hospital, hoje seu marido iria ter a primeira sessão de fisioterapia e ela queria acompanhar tudo de perto.

Joseph o motorista da sua sogra estava levando-a, Rebekah foi até a casa da nora de manhã cedo e fez questão de escolher uma roupa para a mesma usar. Petra achava aquilo ridículo, ela não queria que ninguém se metesse mais na sua vida, ela mal tinha se livrado de seu pai e já estava com outra pessoa pegando no seu pé.

Petra já estava chegando a seu limite, mas para evitar brigas, decidiu vestir a roupa e assim sair logo daquela casa, pois se ficasse mais alguns minutos ali, certeza que ela teria uma briga feia com Rebekah.

A roupa que Petra estava usando era um vestido de seda branco com alças finas, um casaco cor nude por cima e um salto braco. Seu cabelo ficou solto, mas claro, sua sogra ainda fez questão de fazer alguma crítica sobre ele.

— Chegamos, senhora. — diz Joseph após parar no estacionamento do hospital.

— Obrigada, Joseph. — diz Petra sorrindo. — Pode ir, irei demorar aqui, te ligo quando eu quiser ir para casa.

Ele acenou em concordância, assim Petra saiu do carro e seguiu em direção à entrada do hospital.

. . .

Petra observava enquanto Bryan passava por sua primeira sessão de fisioterapia. Sua fisioterapeuta, uma mulher jovem e atraente, estava tocando seu corpo com muita atenção. Petra não conseguia tirar os olhos da cena, a mesma estava sentindo algo estranho, um sentimento estranho estava se aflorando.

Ela queria gritar para que a mulher parasse de tocar Bryan daquele jeito. A loira alta e esbelta, parecia estar tocando o corpo de Bryan de forma muito suspeita. Petra sentia aquele sentimento estranho aumentar à cada medida que a sessão continuava.

Era difícil para Petra explicar a si mesma por que estava tão preocupada, afinal, ela casou com Bryan por que foi obrigada.

Soltou um suspiro de irritação e se remexer desconfortável naquela poltrona, na qual estava acomodada enquanto observava tudo atentamente. Petra não querendo mais ficar olhando aquela cena que estava mexendo com seu psicológico, Petra pegou um livro que ela levava na sua bolsa e começou a ler, mas estava difícil se concentrar, porque sempre que a fisioterapeuta se aproximava demais dele, Petra sentia um aperto no peito.

Ela tentou afastar os pensamentos negativos da mente e continuar lendo seu livro, mas seus olhos continuavam a ser atraídos para o outro lado da sala.

Finalmente, a sessão de fisioterapia acabou, Petra se levantou enquanto deixava seu livro sobre a poltrona e andava até onde Bryan estava deitado.

Ao se aproximar, a mulher guardava suas coisas na sua bolsa, então, após terminar, a fisioterapeuta deu a ele um sorriso brilhante e tocou no braço dele fazendo um carinho antes de sair. Petra sentiu uma onda de raiva, mas tentou se controlar.

— Bryan, ela estava tocando você de forma muito suspeita. Não sabia que os fisioterapeutas trabalhavam tocando seus pacientes de forma tão íntima. — Petra disse com um tom de voz um pouco mais alto do que pretendia.

— O que você quer dizer? Ela só estava fazendo o seu trabalho de fisioterapia. — respondeu Bryan, confuso.

Petra não pôde evitar soltar um suspiro alto e dar um tapa na própria testa.

— Está com ciúmes? — pergunta Bryan sorrindo de lado enquanto encarava sua esposa.

Petra olhou incrédula para ele.

— Eu? — perguntou ela apontando para si mesma. — com ciúmes de você?

Agora Petra tinha um sorrindo nos lábios enquanto apontava para o marido.

— Sim. — diz Bryan segurando o casaco de Petra e abrindo-o para que ele pudesse ver o vestido que ela estava usando, aquela roupa de seda ficava lindo no corpo de Petra, e Bryan não pode evitar ficar excitado com aquilo. — você está muito gostosa nesse vestido.

Petra lhe deu um tapa na mão e se afastou, fechando o casaco.

— Seu safado. — diz Petra andando até a poltrona e pegando seu livro, e logo em seguida o guardando na bolsa.

— Só estou falando a verdade, esposa. — diz ele fazendo Petra revirar os olhos. — aonde está indo?

— Embora. — diz Petra.

— Não... — diz ele rapidamente. — quer dizer, fica mais um pouco, estou cansado de ficar sozinho.

— E você quer que eu fique aqui conversando com você? — pergunta ela e ele assentiu. — certo.

Petra novamente deixou sua bolsa sobre a poltrona e andou até a cama, onde se sentou ao lado de seu marido, o mesmo olhava para ela com um sorriso.

— Então, quer conversar sobre o quê? — pergunta ela.

— Como não nos conhecemos bem, e somos basicamente casados. Eu achei que seria bom a gente conversar e se conhecer. — diz ele, fazendo Petra assentir em concordância.

— O que você quer saber sobre mim? — Pergunta Petra se acomodando melhor na cama.

— Tudo, quero que me conte tudo sobre você. — diz ele curioso.

— Não tenho nada de interessante para falar. — diz Petra envergonhada.

— Tenho certeza que tem. — diz Bryan sorrindo, ela acaba segurando na mão de Petra e automaticamente eles param de rir e ficam se encarando.

Os olhos deles não se desgrudam, o silêncio é palpável enquanto eles se encaram. Bryan aperta a mão dela que suspira, mas não se afasta.

— Tenho certeza que tudo sobre você é interessante, Petra. — diz ele baixinho, com a voz rouca.

— Eu gosto de ler. — diz Petra e Bryan sorri lindamente para ela.

— Eu percebi, não é todo mundo que anda com um livro na bolsa. — diz ele, e agora é a vez de Petra rir.

— Eu amo plantas e cuidar do jardim, afinal, eu plantei rosas no jardim da nossa casa. — diz Petra, suas bochechas ficaram vermelhas decido a suas palavras.

— Nossa casa? — pergunta ele sorrindo.

— Sim, sua mãe me levou para uma casa e disse que ficaríamos lá, eu gostei, ainda mais pelo jardim, onde eu poderei cuidar das minhas plantas e ler meus livros em um lugar calmo. — diz ela agora sorrindo.

Bryan olha atentamente para o sorriso de Petra, ele era lindo. De repente ele sente seu coração acelerado e um frio na barriga, seu olhar desce para sua mão e a de Petra que ainda estavam juntas. Ele nunca tinha se sentido assim. Era tudo estranho e novo.