Prólogo

Minhas mãos ainda estavam trêmulas ao segurar o teste de gravidez positivo! Que comprei na farmácia para tirar essa enorme dúvida, eu não queria acreditar. Porque aquilo estava acontecendo comigo!? Como explicarei isso ao meu pai? Assim que ele souber dessa notícia, vai me colocar no olho da rua e me chamar de irresponsável e de como fui capaz de sujar o nome de nossa família. Meu Deus!? E agora o que eu faço?

Estou grávida de um homem pelo qual me apaixonei por algumas semanas, e que após dormir comigo sumiu no dia seguinte! Típico de cafajeste, não sei como pude acreditar que um cara como ele, fosse diferente dos demais; tão carinhoso e atencioso. Me deixei enganar pelo caráter de Bryan e o pior é que agora estou carregando um filho seu, e mal sei onde ele mora, ou tenho o seu endereço. Minha amiga Pérola ao perceber o meu desespero e nervosismo pega o teste da minha mão analisando e comenta perplexa!

— Meu Deus! Maribel, deu positivo e agora o quê você vai fazer?

— Eu não sei, Pérola! Meu pai vai me matar… Quando souber disso, e o pior não é nada é que não faço ideia onde o Bryan mora, ou tenho o seu endereço para contato. — confessei aquilo de maneira triste e chorosa, pois eu sabia que a desgraça estava me rodando, como fui tão descuidada assim? Pérola, então novamente responde sendo solidária.

— Não se culpe, sozinha Maribel! Quem nunca se iludiu com um príncipe encantado e no final descobriu ser um sapo? Você sabe que eu mesmo sou a prova disso! Esqueceu que cheguei da mesma maneira? Porém, eu dei mais sorte né, amiga? Não engravidei, o problema é que seu Júlio ficará possesso quando descobrir sobre sua gravidez!

— E você pensa que eu não sei, Pérola? Ele ficará completamente decepcionado, pois, sempre teve muito orgulho de mim, por está lutando para vencer na vida e me tornar uma médica! E agora cai uma bomba dessas, eu realmente não faço ideia do que fazer! — me sentei na cama e comecei a chorar e Pérola tentava me consolar. Como odiava o Bryan, porque ele fez isso comigo? Que desgraçado.

— Amiga! A única coisa que lhe resta agora é contar a verdade! E começa a se preparar para as consequências, porque elas virão!

— Nem me fale, nisso Pérola! O problema é que estou pensando se devo levar essa gravidez adiante? Não seria melhor que eu a interrompesse? — Pérola me olhou de maneira triste, mas entendia o meu lado e apenas respondeu.

— Amiga, isso é uma escolha só sua e depende apenas de você! Mas lembre-se que se fizer isso agora, no futuro mais adiante você pode se arrepender dessa decisão…

Mais uma vez não deixo de derramar lágrimas que destino cruel ao qual estou sendo colocada a prova. Não sei o que será de mim, e muito menos o que esperar para o futuro dessa criança. Depois do ocorrido, decidi jogar fora o teste de gravidez! Minha irmã, Micaela não pode sequer desconfiar da minha gravidez, pois seria a primeira a me envenenar para o nosso pai. Sempre foi uma invejosa, pois queria conquistar tudo que era meu, e não se importava de me derrubar para obter o que queria.

1 semana depois…

Alguns dias haviam se passado e sentia os sintomas da gravidez com toda a força sobre o meu corpo. A fraqueza que me dominava pela manhã e a sonolência o dia todo, era horrível! Minha mãe estava estranhando aquele meu comportamento, na hora em que ela colocou a comida na minha frente, o enjoo bateu e tive que colocar tudo para fora, corri rapidamente até o banheiro e assim que dou descarga e lavava a minha boca ao sair do banheiro minha mãe está na porta me encarando e me questionou séria.

— Estou há dias, notando esse seu comportamento estranho! Agora me diga quem é o pai da criança? E não tente me enrolar, Maribel. Porque, eu já passei por isso e sei muito bem sobre o que estou lhe perguntando.

— Mãe, penso que a senhora está enganada! Estou passando mal, pois devo ter comido algo no restaurante que me fez mal! — minha mãe me lançou um sorriso sarcástico me olhando, como se ela fosse alguma idiota para ser enganada daquela maneira, e responde.

— Maribel, você acredita mesmo que pode me enganar? Filha, é melhor você me contar o que está acontecendo? Pois, se seu pai e Deus que me livre a sua irmã desconfiar! Ela fará sua caveira para ele.

Dona Vera me encarava seriamente enquanto engolia em seco. Como iria revelar que o pai do meu filho era um homem desconhecido para mim, e lhe dizer que acabei me envolvendo com um turista que me fez juras de amor por alguns dias, e após me levar para cama simplesmente sumiu no dia seguinte! E acordei sozinha no quarto de hotel.

— Esse é o problema, mãe! Eu não sei, onde está o pai do meu filho!

— Como assim? Você não sabe onde está o pai do seu filho, Maribel? Isso não existe, alguém colocou esse bebê aí dentro, porque você está protegendo tanto ele? — encarava dona Vera de maneira séria se havia algo que a minha mãe não gostava era que lhe fizesse de idiota, desviei os olhos e respondi.

— A única coisa que sei sobre ele, é que se chama Bryan, um homem muito bonito, era hóspede em um hotel aqui da cidade! Sempre frequentava o restaurante…

— Maribel, você está me dizendo que se envolveu com um cliente do seu trabalho? Como você é tão irresponsável dessa maneira, menina? Não percebe que um homem desses da forma que me descreveu só está de passagem pela cidade minha filha, não acredito nisso… — eu podia ver a decepção nos olhos da minha mãe, mas tudo não poderia ficar pior, quando ouvir aquela voz grossa se pronunciar atrás de nós duas.

— Não… você não fez essa vergonha para nossa família, Maribel? Logo você em quem eu depositava toda a minha fé e que seria o orgulho dessa família.

O olhar do meu pai era de raiva e desgosto por descobrir que a filha mais caprichosa e inteligente que ele possuía havia engravidado! Ele se aproximou furioso e perguntou me segurando entre seus braços me chacoalhando.

— Como você ousa? Me fazer uma coisa dessas, Maribel?! Logo você em quem coloquei todas as minhas fichas, a sua irmã já é uma perdida, mas você, porque fez isso comigo?

— Pai, me perdoa? Essas coisas acontecem! Eu jamais quis que fosse dessa maneira! Ele disse que me amava... — confessei aquelas palavras com lágrimas nos olhos e meu pai, simplesmente me acertou um, tapa me jogando no chão e respondeu com muito desgosto levando as mãos nos cabelos.

— E aí, a idiota caiu? O velho truque que esses homens com dinheiro usam! Você sabe muito bem que depois que eles conseguem o que querem descartam mulheres como você feito lixo. Bastou ele lhe dizer, então Maribel que te amava e você foi logo abrir as pernas para ele?

— Pai, por favor! Perdoa-me? Eu não queria fazer essa vergonha para a nossa família, eu sei que deveria ter pensado nas consequências, mas ele disse que vinha falar com você e pedir minha mão em casamento, todavia ele me enganou, fui uma tola! — podia perceber o quanto meu pai, estava machucado com aquela revelação e como se não bastasse mais nada, minha irmã Micaela, entra pela porta e comenta sorrindo.

— Ah! Então a santinha engravidou? Olha, posso ser o que for, mas ainda não trouxe nenhum neto para o senhor criar meu pai, eu sabia que você só tinha essa carinha de santinha Maribel. No fundo é muito pior que eu e ainda por cima uma burra, quem engravida de um cara que mal conhece?

— Cala essa sua boca! Não se meta nessa conversa Micaela! Pai, prometo que não desistirei dos meus sonhos... Eu ainda vou te dar muito orgulho, mesmo tendo essa criança, juro isso para o senhor! — ele deu uma risada nervosa, passando a mão nos cabelos e respondeu ríspido.

— Você pensa mesmo? Que terá esse bastardo para eu cuidar? Escuta uma coisa Maribel, eu quero que pegue todas as suas coisas e saia amanhã mesmo da minha casa. Só não vou te colocar para fora agora, porque já está bem tarde! Mas amanhã assim que o sol nascer, não quero ter a sua presença mais dentro da minha casa…

— Mas pai, para onde é que eu vou? Não faça isso comigo! por favor, eu te imploro. — ele simplesmente virou as costas e respondeu se afastando.

— Isso não é um problema, meu! Deveria ter pensado antes de abrir as pernas para um desconhecido que disse que te amava. Eu tenho vergonha de ser o seu pai!

Ele então some no corredor e minha mãe me olha com lágrimas nos olhos me abraçando, enquanto a minha irmã apenas rir com desdém da minha desgraça! Eu não sei o que farei da minha vida agora? É muito menos como criarei essa criança? Mas como amaldiçoou o dia em que Bryan entrou na minha vida.