Capítulo 8
*Chegamos à casa da Lena. Ela levou a Isa para o banheiro, deu-lhe banho, vestiu o pijama e a colocou na cama.
Depois foi colocar a Emma na cama em seu berço, minutos depois de pegá-la na casa da babá, que era sua vizinha.
Precisávamos conversar. Eu tinha que tomar uma decisão, se esqueceria esse beijo ou se iria até o fim.
Esperei que Lena tomasse banho. Então ela apareceu na sala com alguns lençóis. Provavelmente para consertar o sofá para que ela pudesse dormir.
- Precisamos conversar", eu digo quando ela termina de arrumar os móveis.
- Eu sei... - ela suspira - Não se preocupe, Nano, não vou contar a ninguém, não vou confundir as coisas e isso não vai acontecer de novo. Eu entendi direito? - Ele perguntou e eu assenti com a cabeça, nervosa. Ele foi para a cozinha, bebeu um pouco de água e foi para o quarto, mas antes disse "boa noite".
Por que diabos eu concordei? Não era o que eu queria. Não quero me esquecer daquele beijo.
Que besteira!
penso, passando as mãos pelo cabelo, nervosamente.
Talvez seja melhor assim. Quem sabe se é o universo que está nos impedindo de ir mais fundo nisso, machucando um ao outro.
Se a coisa certa a fazer é esquecer aquele beijo, por que ele não sai da minha cabeça? Por que sinto essa necessidade de entrar naquele quarto e tomar aqueles lábios para mim novamente?
Por que contratei aquela mulher para ser minha assistente? Por que meu senhor? Diga-me.
Para me livrar desses pensamentos, tento dormir, mas não consigo. Viro-me de um lado para o outro no sofá até conseguir descansar.
Acordo com o som do despertador, vejo no meu celular que já são:. Levanto-me e vou ao banheiro, depois me arrumo e dobro os lençóis.
Como dormi aqui como um favor, decido agradecer fazendo o café da manhã.
Assim que termino, Lena entra na cozinha com a pequena Emma no colo.
- O que está fazendo? - pergunta ela.
-Café da manhã - eu disse como se fosse óbvio.
- Você é uma visita, pare com isso", diz ela tentando tirar os talheres que estava usando para cozinhar das minhas mãos.
Sente-se bem à mesa e deixe-me terminar, certo, Emma? peço ao bebezinho que estava olhando para mim e que sorriu com o maior sorriso à minha pergunta.
Lena se senta na cadeira com a criança e brinca com ela.
Assim que termino meu café, ouço Isabella se aproximando.
- Bom dia, loirinha - diz Lena
- Então, não grite", diz ela colocando a mão na cabeça enquanto se senta à mesa.
-Ninguém mandou você encher a bunda de cachaça", Lena ri, enquanto Emma e eu rimos.
Quando chego à empresa com as duas, sinto muitos olhares fixos em nós, especialmente em Lena.
Isa me conta que estamos sendo alvo de fofocas desde o dia do apagão.
O dia transcorreu normalmente, como todos os dias. Lena me tratou normalmente, o que me irritou. Afinal de contas, aquele beijo não significou nada para ela?
Ao chegar em casa, encontro um intruso/Mike arrombando a minha geladeira.
- Você é muito folgado, sabia? - eu disse, indo até a geladeira e pegando uma cerveja, depois sentando no balcão.
- É porque eu amo você", brincou ele, mandando um beijo no ar, fazendo-me revirar os olhos.
-Eu beijei a Lena", confessei. Eu queria contar para alguém, era algo que me deixava feliz e ansioso ao mesmo tempo.
- Foi o quê?", disse ele, engasgando com a bebida. "Quando foi isso?", perguntou curioso.
- Ontem, no clube, quando eu estava procurando a Isa- eu disse enquanto olhava para a minha lata.
- E por que você está assim? Você deveria estar soltando fogos de artifício", ele diz confuso.
-É porque ela quer esquecer o beijo, como se ele não tivesse acontecido", eu digo, brincando com o lacre da lata. Fui um idiota em pensar que um novo amor estava batendo à minha porta - digo nervoso, passando as mãos pelo cabelo.
- Ei, fique calmo, cara - ela diz tentando me acalmar - Talvez ela esteja apenas insegura - ela diz isso, mas eu não entendo - Veja, você é o chefe dela e o irmão da melhor amiga dela. Talvez ela tenha medo de dar errado e acabar estragando tudo. E pelo que você me disse, ela perdeu o pai da filha há anos, ainda é recente. Quem sabe, talvez ela esteja insegura em relação a um novo romance", diz ela com um encolher de ombros.
- Você acha que é isso? - pergunto, ainda inseguro.
- Provavelmente porque o modo como ela olha para você é diferente e o modo como você olha para ela também é diferente. Apenas dê a ela espaço para pensar um pouco, mas seja cuidadoso, deixe suas intenções claras, caso contrário, você pode perdê-la. Como a anã é muito bonita, qualquer um daria tudo para tê-la ao seu lado. Apesar de ser um galinha, Mike parecia estar certo.
Vou para o meu quarto, tomo um banho e coloco algumas roupas.
Saio de casa e vou em direção ao cemitério. Antes de tomar qualquer atitude em relação à Lena, eu tinha que fazer alguma coisa.
Ver a Ana
Chego ao cemitério e me dirijo ao túmulo dela. Venho aqui sempre que preciso refletir e tomar uma decisão.
- Olá, querida - digo, ajoelhando-me diante de sua lápide - Já faz algum tempo que não venho aqui... - Suspiro - Encontrei outra pessoa... uma diferente das outras. Ela me trata bem, não pensa em fama ou dinheiro, além de ser uma mãe maravilhosa, é também uma grande amiga.
Antes de você morrer, você me pediu para ser feliz e seguir com a minha vida - falo enquanto enxugo as lágrimas que caem - finalmente encontrei alguém que me traz a mesma felicidade que eu sentia quando você estava vivo. Não pude deixar de vir aqui, tendo sua permissão para ir atrás dela. -
No exato momento em que falei, senti uma brisa bater em meu rosto. O vento me trouxe uma pétala de rosa vermelha. Elas eram as favoritas de Anne, e ali eu tinha a confirmação de que ela me deu permissão para tentar isso com Lena.
Sorri enquanto minhas lágrimas caíam.
E, naquele momento, senti o vento levar embora todas as minhas tristezas, tirando todo o peso de meus ombros.
Ali, no túmulo de minha falecida namorada, deixei o passado para trás. Pronto para começar minha vida de novo.
Despedi-me de Anne e fui para casa, sabendo o que faria com Lena.
Eu a conquistaria, mostraria a ela meus sentimentos e como ela me fazia sentir.
Eu cuidaria dela e da pequena Emma.