Mexendo com fogo
Quando meus pais se separaram, eu tive que tomar a decisão sobre com quem eu iria morar, que não foi muito difícil decidir, já que sempre fui mais apegada ao meu pai.
Eu poderia morar sozinha, mas meu pai não concordou.
Disse que eu primeiro deveria ter uma formação, e um emprego dentro da área que eu queria atuar, que é o Turismo.
Meu Pai tem casas ao redor da Europa, no Rio de Janeiro e em outros estados ao redor do Brasil, mas não fica por muito tempo em nenhuma dessas casas. Ele viaja todo o tempo, e em muitas dessas viagens eu o acompanho pra não me sentir sozinha em nossa casa principal na Europa.
Quando ele decidiu vim pro Brasil, eu adorei a ideia, pois ele sempre me falou que o Brasil é um país lindo, com várias praias onde o turismo é fator predominante, que seria ótimo pra minha carreira.
E apesar dos meus avós paternos morarem aqui, e meu pai ter vindo várias vezes tanto pra visitá-los, quanto a trabalho, eu nunca tinha vindo ao País depois de já ser adulta, só vim aqui algumas vezes quando ainda era criança, então não me lembrava de muita coisa.
Tinha apenas alguns meses que estávamos morando no Rio de Janeiro, quando o meu pai me falou sobre a história dele com uma mulher que ele amou muito na juventude dele, e que ela também morava no Brasil.
Fiquei comovida com tudo, e triste pela forma como os dois terminaram.
Eu amava a minha mãe, queria que tivesse dado certo o casamento dela com o meu pai, mas minha mãe é egoísta, quer tudo do jeito dela, e estava na cara que um dia esse casamento não suportaria a divergência de opiniões.
Então quando meu pai me falou que reencontrou esse antigo amor, eu não pude evitar ficar feliz por ele.
Meu pai é um máximo, a forma como ele conduziu a vida dele ao ponto dele ser o homem de sucesso que ele é hoje, é surreal, sem contar que ele conseguiu ser pra mim um pai amoroso e presente, mesmo tendo que viajar inúmeras vezes, eu me lembro dele me levar em muitas dessas viagens só pra ele poder acompanhar de perto o meu crescimento.
Ele é meu melhor amigo, com quem posso contar, e ele investe pesado no meu futuro, e nos meus estudos.
Por conta da minha vida corrida na busca de aprender novas línguas, eu não tinha tempo pra namorar, sair com amigas ou me divertir. No máximo, dava uns beijos na boca, e tinha uma noite ou outra de sexo.
Eu sempre fui muito desapegada, e sempre soube que minha beleza era uma verdadeira isca pros homens, alguns até babavam, mas nunca nenhum deles me chamou atenção ao ponto de eu querer tentar algo mais sério.
Quando finalmente o meu pai me apresentou a Laura, a mulher que um dia tinha conquistado o coração dele, eu pude entender o motivo dele nunca a ter esquecido.
Além de loira, alta e olhos verdes, ela era excepcionalmente linda, e tinha uma doçura no olhar que poucas vezes eu vi em alguém, e olha que sou muito observadora.
Conversamos e de cara adorei ela, e vi meu pai todo bobão admirando aquela mulher que ele tanto amou, e que tinha se tornado uma grande Arquiteta.
Meu pai estava fazendo planos pra abrir uma fial em Fortaleza- Ce, e foi assim que ele a reencontrou.
Vi ela apenas duas vezes, pois tive que ir visitar minha mãe na Europa que já estava a dias me cobrando isso.
Fui, e alguns dias depois meu pai me ligou dizendo que estava indo pra Fortaleza - Ce com a Laura, e que seria bom pra mim conhecer o lugar, pois lá tinha praias maravilhosas e o Turismo lá está em alta o ano todo.
Me apressei pra pegar o avião indo pro Rio, e sem descanso já na companhia do meu pai e da Laura, pegamos outro pra Fortaleza - Ce.
Iríamos ficar hospedados na casa da Laura, e quando chegamos, me deparei com uma casa enorme e incrivelmente linda, que já era de se esperar vindo de uma Arquiteta como ela.
Cheguei tão exausta que fui logo perguntando onde eu ficaria pra que eu pudesse finalmente dormir.
Subi as escadas em direção ao meu quarto, que era grande e perfeitamente projetado.
A funcionária da Laura me levou um lanche pois eu não quis almoçar, tomei um banho, lanchei e logo depois eu dormi.
Quando finalmente acordei, percebi que muitas horas haviam se passado.
Coloquei uma roupa básica, dei uma ajeitada no cabelo e desci pra encontrar meu pai.
Quando eu estava me aproximando da cozinha, não pude deixar de notar aquele cara lindo, com cabelos claros, os olhos pareciam com os da Laura, ele era bem definido, e nossos olhares se encontraram, e eu o vi me olhar de cima a baixo.
Senti o meu corpo inteiro arrepiar, mas tentei manter o equilíbrio quando meu pai me falou que ele era o Rodrigo, o filho da Laura.
Fui simpática, mas passei o jantar todo falando coisas de duplo sentido, eu não sei o que deu em mim, mas eu desejei absurdamente aquele cara.
- Então, o que você faz da vida Rodrigo?
Ouvi pacientemente ele falar da empresa dele e o que ele fazia, e quando ele devolveu a pergunta, eu não consegui me controlar.
- Sou atriz pornô.
Eu vi esse cara quase morrer engasgado com a comida. Meu pai logo caiu na gargalhada e eu não pude deixar de me divertir com toda a situação.
Eu adorava tirar onda com caras como ele, que aparentavam ser tranquilos em relação as mulheres, mas perdiam toda a confiança e equilíbrio em si mesmos quando conheciam uma garota cheia de atitudes como eu.
Bom, eu não tinha nada pra fazer mesmo, então eu tornaria a minha estadia naquela casa bem prazerosa e divertida.
Quando falei que era poliglota, ele tentou me testar com o Inglês, ele só não esperava que eu seria tão ousada ao falar das minhas habilidades com a língua.
Aquilo definitivamente estava ficando bem divertido.
Meu pai me repreendeu, é claro que ele também sabia Inglês e tinha entendido tudo o que eu disse.
Durante todo o jantar, o Rodrigo me olhou disfarçadamente, quando terminou, se levantou dizendo que iria subir e ligar pra namorada dele.
Eu percebi quando ele colocou um pouco mais de tonalidade na voz, ao pronunciar "namorada", ele estava me passando mesmo que indiretamente, um recado, talvez na tentativa de se manter longe das minhas investidas.
- Pobre Rodrigo, se ele soubesse que eu adoro uma brincadeira de gato e rato. Pensei.
O fato dele ter uma namorada, não me abalou de nenhuma forma.
Até então, eu só queria mexer com o psicológico dele.
Ele ativou isso em mim, quando me olhou com desejo.
Mas se um dia rolasse alguma coisa entre nós, ele seria o único culpado.
Eu sou solteira, quem deve respeito a alguém, é ele que é comprometido.
Respeito esse que duvido muito que ele tenha quando quase me comeu com os olhos.
Quando ele se ausentou, eu, meu pai e a Laura, ficamos conversando sobre as faculdades que tinham aqui em Fortaleza.
Fiquei bastante interessada a princípio.
Foi quando o meu pai deu a ideia de eu me formar aqui e pediu pra Laura me auxiliar nessa questão, foi daí que surgiu a proposta de eu passar um tempo na casa dela até eu me acostumar com a cidade.
É claro que o meu pai compraria uma casa pra mim, depois de ter certeza que eu não daria nenhum susto nele, me perdendo ou me metendo em encrenca.
Meu pai sempre foi muito protetor, e eu adorava isso nele. Isso fazia eu me sentir amada e bem cuidada.
Estávamos no meio da conversa quando um amigo do Rodrigo chegou.
O Rodrigo desceu as escadas e o cumprimentou, de início eu achei que o Rodrigo não estava esperando por ele, mas a minha audição é muito potente, e eu ouvi quando o amigo dele disse que ele estava fudido, e falou isso olhando pra mim.
Então ali mesmo eu soube que o Rodrigo havia chamado ele pra falar de mim.
Eles tentaram disfarçar e foram em direção ao quarto, subindo as escadas, quando soltei a minha pérola, sem conseguir controlar minha língua.
- É ele que é a sua namorada?
Vi o Rodrigo ficar vermelho de raiva, enquanto o amigo dele não se segurou e começou a rir descontroladamente.
Quando o Rodrigo disse que o cara era amante dele, foi a minha vez de rir.
Aquilo tava me divertindo horrores.
Quem vê, até pensa que eu sou atirada.
Mas eu não sou.
Eu tenho apenas uma forma diferente de me divertir.
Comecei a sentir sono, e disse que iria pro meu quarto, a Laura disse pra eu me sentir como se eu estivesse na minha casa e ficasse a vontade, eu adorava o jeito carinhoso com que ela me tratava.
Quando subi o amigo do Rodrigo ainda não tinha ido embora.
No dia seguinte, acordei e senti uma enorme preguiça de me trocar, fui escovar os dentes, e como no dia anterior o meu pai havia me dito que sairia bem cedo com a Laura, eu deduzi que eu estava sozinha em casa, já que o Rodrigo também tinha que ir pra empresa. Então decidi continuar de camisola e descer pra comer alguma coisa.
Me dei conta que eu estava enganada assim que entrei na cozinha e vi o Rodrigo, que fixou o olhar nos meus peitos, que estavam quase a amostra por conta da transparência do vestido.
Ele se mexeu na cadeira, como se estivesse incomodado, mas eu sabia que o nome daquele incômodo era excitação, provavelmente o pau dele queria sair das calças nessa hora.
Sentei na frente dele, agindo naturalmente, como se não estivesse percebendo a forma como ele ficou, o olhei e ele desviou o olhar pra comida.
Toda vez que ele fazia aquilo, eu sentia uma vontade incontrolável de mexer com a cabeça dele.
Então iniciei uma conversa.
- Bom dia Rodrigo.
Cadê sua namorada, não passou a noite com você?
Ele me respondeu irritado.
Eu sabia que o Demétrio era o melhor amigo dele, a Laura me passou toda a ficha do cara. Mas, era super divertido ver o Rodrigo com raiva.
Não gostei quando ele disse que me apresentaria a namorada dele, eu não queria conhecê-la.
Se eu gostasse dela, isso colocaria abaixo o meu plano de desestruturar o Rodrigo.
Acontece que o Rodrigo tinha se tornado um jogo prazeroso e divertido pra mim.
Ele ainda não sabia que eu passaria mais tempo com eles por conta da faculdade.
Quando eu falei, vi ele ficar branco, e o medo ficou estampado no rosto dele.
Mas quando ele me falou que pra ficar na casa dele eu precisava me vestir adequadamente, eu fumacei de ódio.
Eu poderia matar o Rodrigo naquele momento.
Não pensei em nada mais ousado do que me levantar e deixar o meu vestido com folga o suficiente pra ele ver os meus peitos com mais clareza e revelar pra ele que eu estava sem calcinha. Afinal, a própria Laura disse que eu poderia ficar a vontade.
Aquilo foi uma jogada de mestre.
Vi ele sujar toda a roupa dele com o café.
Até aquele momento, eu estava vestida daquele jeito por achar estar sozinha em casa, não foi nada pensado por maldade.
Mas depois do que ele disse, ele entrou mesmo sem querer em uma guerra comigo.
Eu era só uma brasa ardente antes disso acontecer, agora ele teria que lidar con uma combustão que iria tomar grandes proporções.
Ninguém iria ditar o que eu deveria vestir ou não.
Eu tinha levado roupas super comportadas e decentes pra aquela viajem, mas por conta do que ele falou, eu iria comprar meio mundo de roupas ousadas só pra provocá-lo e mostrar pra ele que quem manda no meu corpo sou eu.
Fui no meu quarto pegar um livro e voltei logo em seguida pra sala, deitei no sofá de bunda pra cima propositalmente e esperei o Rodrigo sair de casa.
Quando ele passou por mim, mais uma vez ele mandou eu me vestir, muito puto da vida, saiu igual foguete, na certa com medo de eu ver o pau duro dele.
Quando ele saiu, corri pro quarto, tomei um banho, me arrumei e chamei um taxi, pedindo pra ele me levar para o shopping mais próximo.
Corria um enorme risco de eu me perder, então preferi pegar o número do motorista que estava me levando, e combinei pra que ele mesmo fosse me buscar e me levar de volta pro endereço da Laura.
Chegando no shopping, sai procurando em cada loja, roupas chamativas, sexys, e ousadas.
Comprei, tênis, sapatilhas, saltos altos e sandálias de dedo baixas.
É claro que comprei roupas comportadas e estilosas também, afinal, roupas assim nunca eram demais.
Gastei uma pequena fortuna, mas sai de lá satisfeita, mas mal conseguia levar minhas sacolas, a sorte é que um rapaz muito atencioso e gato me ajudou.
Ele ficou conversando comigo até o taxi chegar. Ele pediu meu telefone, mas achei melhor eu pegar o dele.
Eu não sabia ao certo se queria conhecer alguém naquele momento. Talvez eu entrasse em contato quando eu estivesse sem nada pra fazer.
Cheguei na casa da Laura, e levei tudo pro meu quarto. Era tanta coisa que eu tive um trabalhão pra arrumar.
Quando tudo estava organizado, deixei separado um short bem curto e sugestivo, e uma blusa bem decotada pra usar a noite, quando o Rodrigo chegasse.
Quando a noite finalmente chegou, fui pra sala, porém o tempo foi passando e nada do cara chegar.
Foi quando a campanhia tocou e eu fui atender.
Dei de cara com uma loira muito bonita, que me olhou dos pés a cabeça, e eu mal consegui entender o que ela falava.
Até me dar conta que era a namorada do Rodrigo, foi a única coisa que ela conseguiu falar de maneira audível.
- O Rodrigo não está, volta depois.
Eu vi o olhos dela escurecerem de raiva, ela ficou olhando pro meu short como se me ver vestindo ele fosse o fim do mundo.
Ela deu as costas e saiu tirando o celular da bolsa, certamente pra ligar pra ele.
Fechei a porta e fui ler meu livro.
Eu sou apaixonada por livros de romance Hot.
Talvez deva ser por isso que minha mente é tão fértil.
Uma hora depois, a Laura e meu pai se juntaram a mim na sala.
Ficamos conversando sobre uma infinidade de coisas, começou a me dar fome e os chamei pra jantar.
Mas a Laura achou melhor esperarmos o Rodrigo chegar pra que pudéssemos falar sobre a minha estadia na casa deles.
Ele chegou algum tempo depois, com cara de poucos amigos, me encarou e olhou pro meu short, depois pediu pra que a mãe dele fosse conversar com ele depois do jantar.
Imediatamente percebi que o assunto seria eu.
Não consegui disfarçar a minha cara de raiva.
- Esse menino deve ser muito idiota por achar que pode controlar minhas roupas. Pensei.
Não adiantou nada termos esperado ele, acabou que ele não jantou com a gente.
Tudo bem que eu já havia falado pra ele que passaria mais tempo na casa deles, mas a Laura não sabia desse pequeno detalhe.
No dia seguinte, decidi me arrumar e ir visitar uma faculdade que eu havia pesquisado na Internet, coloquei uma das roupas comportadas que havia comprado no dia anterior e fui pra cozinha tomar uma água antes de ir, e acabei pegando o Rodrigo falando de mim pro Demétrio, dizendo que eu estava quase nua no dia anterior, e que tinha brigado com a namorada por conta disso.
Interrompi ele e me defendi, deixando bem claro que a namorada dele era uma surtada.
Ele nem retrucou, foi logo me perguntando onde eu iria.
Enquanto o amigo dele não escondia os olhares no meu corpo.
Quando dei uma resposta mau criada dizendo que o Rodrigo não era o meu pai, ele me disse que se eu me perdesse, não ligasse pra ninguém pedindo ajuda.
- Esse cara só pode viver no mundo da lua por achar que é possível a pessoa se perder hoje em dia tendo um GPS a disposição.
Eu poderia até me perder por algum momento, mas seria fácil eu reencontrar o caminho.
- Não se preocupe Rodrigo, é pra isso que existe GPS.
Eu estava com pouca paciência pra debater com o Rodrigo logo pela manhã. Dei as costas e fui resolver minhas coisas.
Achei a faculdade bem interessante e a estrutura era ótima, porém eu tinha tempo e iria pesquisar por outras.
Chegando em casa, tomei um banho e descansei um pouco,a noite coloquei um vestido colado e um decote bem exposto. O Rodrigo havia começado aquilo, então ele que aguentasse.
Quando desci as escadas, cruzei com a namorada do Rodrigo, que claramente tinha acabado de chorar.
Ela me olhou com tanto ódio, que parecia querer me matar. Porém, o Rodrigo a chamou e ela foi ao encontro dele.
Ficaram lá em cima por alguns minutos, quando ela desceu, eu quis mexer com ela, pois eu fazendo isso, mexeria com o Rodrigo também.
-Você que é a namorada do Rodrigo? Como você se chama?
Ela parou e por um minuto pensei que ela voaria em cima de mim.
Como o esperado, o Rodrigo mandou ela ignorar e continuar andando a chamando pelo nome.
É claro que eu já sabia o nome dela.
Mas queria ver até onde o controle do Rodrigo iria. Então eu continuei.
- Haaa, é Melissa né? Muito prazer.
Foi quando o Rodrigo saiu puxando ela pra que ela não me matasse.
Ela me mataria com certeza, se ele não tivesse tirado ela dali na velocidade da luz.
Quando eles saíram, não pude evitar a risada.
O Demétrio estava certo em alertar o amigo.
O Rodrigo estava fudido, ele só não sabia o quanto.
Ele mexeu com um fogo que certamente não saberá como apagar.