3
Capítulo 3
Mauro narrando
Eu chego no hospital e Ravi está dormindo no bercinho do quarto, eu entro e me aproximo de Leila e dou um beijo em sua testa.
— Como ele está?
— O médico disse que parece ser apenas uma gripe – ela suspira – eu nunca saio e quando eu saio acontece isso.
— Não é sua culpa. – ela me encara
— Eu não deveria ter deixado ele sozinho.
— Você se cobra de mais Leila – eu falo para ela. – você é presente na vida dele e da Alice 24h por dia e mesmo quando você estava trabalhando na delegacia, você também era, você é uma excelente mãe – ela abre um sorriso. – Cuidou da nossa pequena mesmo quando eu me dividia entre aqui e o Brasil, você não tem que se cobrar tanto.
— Obrigada por você ser o melhor marido do mundo – ela fala me beijando e eu correspondo o seu beijo e abraço ela.
— Você comeu algo?
— Estou sem fome – ela suspira – eu espero que ele fique bom até a viagem.
— Ele vai ficar sim.
— Eu recebi o e-mail e preciso me apresentar na delegacia.
— Eu acho que você deveria voltar – eu respondo e ela me encara.
— Eles querem me dar outra delegacia que não tenha nada haver com os morros.
— Isso eu acho que você tem que ficar distante mesmo – eu falo pensando nos meus negócios com Lk – você já sofreu muito em operações lá, tem que ficar em algo mais tranquilo.
— Eu acho que vou voltar.
— Eu vou está mais por casa, vou poder ajudar no seu retorno ao trabalho e com as crianças, até porque somos uma equipe, não é? – ela sorri e eu passo a mão em seu rosto – eu jamais vou esquecer todo apoio que você me deu para que eu ficase aqui fazendo minha pós, então eu vou te apoiar em tudo também.
— Eu amo você – ela fala
— Eu também.
— Vai comer algo, eu fico com Ravi.
— Tem uma lanchonete aqui embaixo – ela fala – eu já volto.
— Ok.
Leila sai do quarto e eu passo a mão pelos cabelinhos de Ravi, ele dormia tranquilo no berço, ele era uma criança calma bem ao contrário de Alice, não dava trabalho nenhum e era super apegado a mim e confesso que era muito apegado nele e na Alice também.
Eu tento ligar para Lisandra mas o telefone dar o tempo todo desligado e na caixa postal, deixo diversos recados mas nada dela retornar ou que eles chegue, o telefone do salão também nem chamava, falta algumas semanas para a gente ir embora e confesso que tudo que eu não queria era que a Lisandra tivesse descoberto a verdade.
Meu celular toca e era Lk.
— Mauro? – ele pergunta – Pode falar.
— Posso – eu respondo – estou no hospital com meu filho, mas ele está dormindo.
— Tudo bem?
— Sim, ele está melhorando – eu respondo
— Eu vou te enviar as fotos do espaço, já está tudo pronto.
— Já?
— Sim – ele fala e eu abro um sorriso – quando você retornar já vai estar cheio de peças para você enviar para o exterior.
— Eu já arrumei os compradores aqui, já está tudo no esquema Lucas – eu respondo – eu vou te enviar a relação das principais peças que preciso, para envio imediato assim que eu chegar no Brasil.
— Me envia, que eu já vou providenciar – ele fala – está tudo muito bem planejado e imbatível.
— Eu confio em você. – eu respondo
— Fico aguardando a sua relação.
— Eu vou tentar enviar agora – eu falo e desligo a chamada.
Eu me sento no sofá e olho para Ravi que continua dormindo, eu mando por mensagem todas as peças que eu já tinha encomenda e que venderia imediatamente, ele me responde com um certinho e eu guardo o celular quando Leila entra.
— Trouxe um café para você – eu sorrio para ela.
— Obrigado, senta aqui – eu falo me levantando
— Não precisa.
— Sim, precisa. Você precisa descansar – eu falo – eu fico de olho nele, você pode até ir para casa.
— Não, eu não vou sair do lado do meu filho, vai você.
— Eu também não vou sair daqui. Alice está bem com a babá, Ravi precisa de nós – eu falo e ela assente com a cabeça.