Capítulo 9
Durante aquele dia, as delegações chegaram ao Blue Herd. Eurides havia preparado a mansão para a chegada da rainha e não permitiu que Lamia interferisse em suas decisões. Para ela, destinada como companheira de seu filho, ela poderia ser a lua de sua matilha e não uma loba que menospreza as pessoas só porque é filha de um alfa. Embora Lamia não tivesse conseguido servir como lua da Blue Pack, ela estava animada para conhecer a rainha e se destacar entre as lobas para se tornar uma lua.
Os utilitários esportivos da delegação do Reino do Norte chegaram e atravessaram o bando até chegarem à mansão de Eros. Desde o momento em que Danna entrou no grupo, seu coração se apertou enquanto sua mente se inundava de lembranças de sua vida lá. Ela começou a suar frio e tentou se acalmar, mas seus olhos ficaram pretos.
Quando Eurides foi informado de que a comitiva real estava entrando no orgulho, seus olhos brilharam de excitação. Ele caminhou em direção à entrada da mansão e pensou: "Este será um encontro interessante.
Eros estava no salão de reuniões com um alfa que havia perdido suas terras. Quando lhe disseram que a rainha das Terras do Reino do Nascer do Sol havia chegado, ele suspirou pelo fato de uma matilha tão poderosa estar ali para ajudar. Ele pensou: "Obrigado, Deusa da Lua, por ouvir meus apelos".
Danna saiu da carruagem com Eos em seus braços, que já havia adormecido. Ela caminhou em direção a Eurides, que a aguardava com um sorriso no rosto.
"Luna Eurides, é um prazer ajudar no que for possível nesta região." Danna olhou para ela com um sorriso carismático que apertou o coração de Eurides. Ela sussurrou mentalmente: "Esta é a linda filha de Greta, a ômega que meu filho menosprezou, sua companheira. Vou lhe dar uma surra por ser um idiota".
A mansão era enorme e Eurides reservou a ala leste para a comitiva real, dando-lhes privacidade. Ela os deixou passar e, quando entraram, caminhou com eles até uma das extremidades da mansão. Os criados, ao verem Danna, a reconheceram. Os olhos de Gin se arregalaram e ela não conseguia acreditar em seus olhos. Ela sentiu raiva e mastigou em sua mente: "Como uma simples ômega como eu chegou a ser rainha?"
Danna olhou para ela com indiferença e depois voltou os olhos para Ophelia, que lhe deu um sorriso caloroso.
"Vossa Majestade, estas são as pessoas que estarão à sua disposição para atendê-lo".
"É muito gentil de sua parte, Luna Eurides, mas Maya se encarregará de selecionar a equipe que nos atenderá. Obrigada."
"Você me chama de Eurides. Apenas me chame de Eurides, tudo bem. Não tem problema", disse ela com alegria.
Eurides levou Danna e os outros para seus quartos e os dispensou para descansar.
Danna colocou a criança na cama e ligou para Maya.
"O que há de errado?", perguntou Maya calmamente.
"A loba que ficou me encarando é Gin. Ela é aliada da Lamia. Eu fui vítima de uma armadilha no passado. Tire-a dessa área e organize as pessoas que nos atenderão. Apoie-se em Ofélia, ela é uma boa loba e lhe dirá em quem confiar."
"Deixe isso em minhas mãos. Você descansa. Eu farei um tour antes de ir para o meu quarto."
Maya saiu do quarto de Danna e foi até a cozinha para falar com Ofelia e organizar a equipe para atendê-los.
A delegação real descansou durante a tarde. À noite, seria realizado um jantar para dar as boas-vindas à rainha e, no dia seguinte, começariam as reuniões para planejar a defesa da região.
No quarto, a rainha usava um lindo vestido preto que realçava suas curvas, enquanto a princesa usava um vestido rosa que a fazia parecer doce e meiga. Danna estava penteando o cabelo da filha quando ouviu uma batida na porta. Ela a abriu e seu rosto se contraiu.
"Então é verdade que o maldito ômega finge ser uma rainha", disse Lamia com desprezo.
Danna estava furiosa, não apenas por causa do que a mulher estava dizendo, mas também porque sua filha estava ouvindo.
"Quem lhe deu autorização para entrar nesta área?", perguntou ele em tom sério.
"Eu sou a lua desta manhã e você é um mero ômega. Você deve conhecer seu lugar. Eu sou um alfa e você deve abaixar a cabeça quando falar comigo. Sou a lua do Rebanho Azul e tudo o que você vê é meu. Eros me ama. Não pense que vou deixá-la ficar..." Antes que ela pudesse terminar, Danna deu dois passos em direção a ela e lhe deu um tapa forte.
Lamia caiu para trás, com as costas batendo no chão e estremecendo de dor.
"Saia de minha vista. Agora sou uma rainha e não estou disposta a perder meu tempo com você", disse Danna com repulsa.
Lamia, exasperada, levantou-se rapidamente e estava prestes a gritar quando ouviu uma voz.
"O que está fazendo aqui? Como ousa perturbar Sua Majestade em seu quarto? Você está proibida de entrar nessa área da mansão. Saia da minha frente imediatamente antes que eu a castigue", Eurides gritou, indignada, pois não sabia o que fazer com aquela loba estúpida.
Danna voltou-se para Eurides com o cenho franzido, expressando sua antipatia por Lamia.
"Vossa Majestade, quero me desculpar pela atitude dessa ridícula loba. Embora ela tenha sido marcada pelo meu filho, ela não é sua companheira. Foi o conselho de anciãos que a apoiou para ser lua, mas ela não tem poder ou voto nesta matilha. Eu não cedi minha posição de lua. Apenas a cederei à verdadeira companheira do meu filho. Portanto, ainda sou a lua da Blue Pack. Peço desculpas por esse incidente. Ele não voltará a acontecer".
Danna sentiu seu coração disparar. Ela suspeitava que Eurides sabia o que havia acontecido com ela. Naquele momento, Eos apareceu por trás de sua perna. Ele suspirou várias vezes antes de falar.
"Eurides, não vou tolerar esse desrespeito. Por causa de sua hospitalidade, deixarei passar esse episódio, mas da próxima vez não serei tolerante", disse ele com frieza.
"Minha rainha, eu entendo seu desconforto. Isso não acontecerá novamente." Ele olhou de volta para Lamia e a encarou antes de dizer: "Agora, retire-se".
Lamia bufou irritada e se virou para deixar o local.
"Olá, senhora. Nós nos encontramos novamente", Eos pulou por trás da saia de sua mãe.
"Princesinha, me chame de Ides para facilitar a pronúncia. Como você é linda", ela se agachou com um sorriso suave.
A moça modelava de maneira sedutora.
"Cachorita, ela é a dona de tudo isso. Você deve agradecê-la por seu lindo quarto e brinquedos."
Eurides tinha mais do que certeza de que aquela era sua neta. Todo o seu sangue tinha o cheiro de sua filha e aqueles olhos eram de sua família. Ela havia preparado o quarto com decorações de princesa cor-de-rosa e brinquedos para uma menina de cinco anos.
Eos se aproximou de Eurides com um sorriso divertido e, com uma voz tímida, disse:
"Ides, obrigado pelos brinquedos. Eu gosto muito deles e a maioria é a minha favorita".
Eurides estava à beira das lágrimas. Seu lobo uivou de alegria dentro dela e a reconheceu. Ele só pôde abraçá-la gentilmente e depois lhe deu um beijo na bochecha.
"Agora, vou deixá-los prontos", disse ele com um nó na garganta, levantou-se e deu as costas a eles para se perder no corredor.