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Capítulo 2

Capítulo 2

Um sentimento diferente.

Zayn toma um banho morno. A água tira a espuma do corpo bronzeado pelo sol do Oriente. O Sheik tem um físico de arrancar suspiros das mulheres, e seu membro é bem avantajado, algo de que pode se gabar, do jeito que as gulosas gostam.

Se não estivesse esperando aquele ser imprestável trazer a jovem ruiva, estaria no clube se enterrando no meio das pernas de uma bela dama. Ou de várias.

Mas a vontade de proteger a mocinha fala mais alto. Poderia, sim, ter deixado seu segurança os aguardando e ir se satisfazer, porém, algo dentro de seu ser lhe diz que deve esperar.

Termina o banho, coloca um roupão, segue para o quarto, veste uma roupa bem fresca e anda descalço pelo apartamento até a cozinha, onde toma um copo de chá gelado. Zayn até ponderou tomar um café bem quente, mas precisa esfriar seu corpo, pois não quer que a jovem se assuste com a raiva fervente que está do maldito traficante.

Na sala, aguarda olhando pela janela. Em poucos dias, irá se mudar para o resort. Lá é muito mais agradável, tanto a casa quanto o clima, pois Zayn não gosta muito de morar em apartamento.

Olha para o relógio na parede, está começando a ficar impaciente. São quase onze da noite e nada daquele ser aparecer. Se der meia-noite e a jovem não estiver em seu apartamento, Zayn o caçará, e não sobrará nada de seu corpo fedorento.

Passado algum tempo, olha novamente para o relógio na parede. Faltam dez minutos para começar a caça.

Segundos após seus pensamentos, escuta vozes no corredor. Um de seus seguranças entra no apartamento empurrando o traficante, enquanto outro carrega o corpo desmaiado da jovem, que está toda suja.

Desesperado e cheio de receio por talvez ter passado da meia-noite, o traficante começa a tagarelar:

— Senhor, não me mate... Por favor... — Ajoelhando à sua frente enquanto implora.

Mas Zayn nem ao menos o escuta. Fica parado, petrificado, no mesmo lugar. Observa o corpo da jovem, algo se acende em seu interior.

Apesar de estar encapuzada, cheia de fuligem e sujeira, a beleza do contorno de seu corpo atiça uma labareda há muito tempo adormecida. Sem entender o porquê está se comportando desse jeito, aproxima-se da jovem.

Percorre o olhar sem nenhuma pressa por seus lindos pés e tornozelos. O vestido que a moça usa é bem escandaloso, mostra as panturrilhas torneadas e as coxas roliças e firmes.

Zayn continua sua inspeção, sem conseguir deixar de demonstrar seu crescente interesse. O traficante gosta de ver o poderoso Sheik vidrado pela jovem mulher.

Os seios estão à mostra, o tecido do vestido cobre apenas os bicos, e ele se pega imaginando de que cor seriam. Engole em seco, passando a mão pelo rosto.

Suspira, tentando conter uma ereção. Sem sucesso, o que o faz se xingar mentalmente, pois está obcecado por uma moça de quem não viu nem o rosto.

Para não cometer uma loucura, precisará se livrar dela o mais rápido possível.

Curioso para ver o rosto da jovem, Zayn tira o tecido de sua cabeça. Ao vê-la, seus olhos brilham. Sente todo o seu corpo se arrepiar diante de tal beleza.

— Ela é tão... — começa a falar, hipnotizado.

Sorrindo com seus dentes de amálgama, o traficante fica satisfeito. Talvez o interesse do Sheik pela mulher o tire de seu caminho para continuar com o que faz de melhor na vida: traficar pessoas.

— Linda! Ela é linda demais! Eu tive problemas com os meus homens para não violarem a mercadoria.

A palavra “mercadoria” tira o Sheik de seus pensamentos mais impuros.

Com ódio do homem, pega a arma de seu segurança, no coldre das costas, e atira na janela, estilhaçando o vidro, e depois encosta o cano quente na bochecha do traficante, empurrando-o, até ficar preso contra a parede.

— Ahhh!

— Está avisado: se continuar com isso que chama de trabalho, eu vou atrás de você!

— Eu vou parar... — promete o traficante. O Sheik engatilha a arma. — Eu já parei! Eu já parei! — grita, desesperado, e urina nas calças.

— Saia daqui! Eu não quero mais ver a sua cara!

O homem sai correndo do apartamento. Zayn coloca a arma sobre a mesinha ao lado do sofá.

— Me dê a mulher — pede.

O segurança a entrega para o Sheik. Com a linda jovem nos braços, sente o peso de seu corpo e o calor que emana dele.

Por Alá! Estou perdido!, pensa, observando o rosto da mulher.

Segue até o quarto e deposita o corpo delicado sobre a cama imensa. Então, volta para a sala, onde os seguranças ainda aguardam suas ordens.

— Você, traga um médico. — Aponta para um deles. — E você, passe no resort e traga a minha querida nana — ordena ao outro.

— Sim, Sheik — diz um deles, dando um passo para trás e saindo imediatamente, acompanhado pelo outro, que acena com a cabeça antes de sair.

Zayn anda até o seu quarto, agora pode olhar para a mulher de cabelos de fogo detalhadamente.

O corpo da moça está coberto de sujeira, e ela tem olheiras fundas.

— O que fizeram com você? — pergunta, perturbado por vê-la tão maltratada.

Volta para a sala e faz uma ligação para um funcionário do resort que trabalha no período noturno.

— Naim, estou com um problema — revela para seu funcionário, amigo e confidente.

— O que houve, Zayn? Sua voz parece tensa. Conte-me o que aconteceu.

— Nem eu mesmo acredito no que está acontecendo. Sabe o traficante que se esconde no deserto?

— Sim, sei. Ainda está vivo, aquele maldito?

— Infelizmente sim. Ele me trouxe uma mulher que foi sequestrada, ela está desmaiada em meu quarto — fala e suspira.

— Sabe ao menos quem é ela? — Naim pergunta, muito curioso.

— Não, o idiota não me disse. E quando eu a vi, meu coração se apertou. Ela está muito debilitada. — Zayn omite a parte em que olhou para ela cheio de interesse.

— Deveria tê-lo matado. Mas não se preocupe, farei isso para o senhor.

— Não, deixe-o. Eu vou usá-lo para chegar ao sequestrador principal.

Um silêncio se instala, Zayn chega a pensar que a ligação foi interrompida.

— Naim? — chama.

— Mil perdões, Sheik. Fiquei imaginando como faria isso e acabei devaneando.

— Tudo no tempo certo, Naim. Estou aguardando o médico. Amanhã conversamos melhor.

— É claro, meu amigo. Boa noite.

Zayn desliga o celular, volta para o quarto, senta-se em uma poltrona na parte mais escura do cômodo, cruza os braços e fica observando a mulher.

O corpo inerte é iluminado pela claridade da imensa janela.

Aquele traficante de merda vai me levar até o mandante, nem que eu tenha que o torturar, pensa, nervoso.

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