De volta a Milão
"A verdadeira amizade prevalece quando ambos lembram e apreciam o que um fez pelo outro"
Juliano
É um novo dia, o verão está quente. Camile acordou com um pouco de dor de cabeça, porque o conhaque não tinha caído nada bem. Levanta-se na cama, estica os braços, esfrega os olhos, a dor de cabeça impede-a de se levantar completamente.
-Indio! - ela chama seu guarda-costas que está acordado há horas, esperando que ela acorde. Ele se levanta e vai para a sala.
Bate na porta antes de entrar.
-Vamos lá, o que você está esperando? Estou-te chamando- Ela responde imperativamente.
O homem abre a porta, ainda não levanta o rosto, não quer ter que olhar para ela nua de novo, talvez não consiga se conter dessa vez. Menos agora que ele sabe que ela quer outro homem que não seja ele.
- Diga-me, chefa. Ele ainda não a olha, ela se levanta, ele vê suas coxas nuas.
Ela pega o roupão de seda branca, cobre-se e fecha o roupão.
— Preciso de algo para acalmar esse desconforto. Sinto minha cabeça prestes a explodir.
-Vou trazer alguma coisa, patroa- Ele sai da sala, abre a geladeira executiva, pega um energético, põe um pouco da droga dele, sabe que isso vai tirar a ressaca.
Ele volta para a sala, entrega-lhe o copo. Camile bebeu de um só gole. Ela devolve o copo para ele.
-Agora desça e prepare o carro. Vou me aprontar. Eu quero ir ao shopping e me arrumar um pouco.
-Sim, chefa..
Sai da sala. Aquele energizador parecia ser muito eficaz, sua dor de cabeça havia melhorado rapidamente, ela até se sentia melhor. Ela se aprontou para sair, como nos seus melhores dias, quando Piero a mandava fazer compras para foder a garçonete. Essa lembrança a enfurece.
-Maldito traidor!- Ela se olha no espelho, pega sua bolsa e sai da suíte V.I.P.
Minutos depois, ela aparece no saguão do hotel, enquanto seu motorista e guarda-costas a observa de fora. O homem corre para abrir a porta do carro para ela. Ela sobe.
— Vamos ao ateliê do Juliano. Quero roupas novas e exclusivas.
O Índio dirige, enquanto vê seu amor impossível pelo espelho retrovisor. Ela percebe isso.
– Tem algo errado, índio?- Ela pergunta astutamente.
— Não, patroa, nada errado. Se sente melhor?
– Sim! Eu diria incrivelmente bem. Eu acho que sua poção é realmente mágica. — ao comentário de Camile, seu acompanhante sorri.
Durante a viagem, ela não volta a pronunciar uma palavra, parece distante e pensativa. O Índio, por outro lado, não consegue parar de se lembrar dela completamente nua diante dele, excitando-se com o som de seus gemidos, que ele gostaria que fossem causados pelas suas mãos e sua língua.
Ele para o carro em frente ao Ateliê do Juliano. Sai do carro para abrir a porta para ela e escoltá-la para dentro.
—Benvenuto cara mia, Camile! —Juliano cumprimenta uma das suas clientes mimadas com alguns beijos.
—Mio caro, mi sei mancata tanto (meu querido, estava com muitas saudades).
– Sinto muito por Piero. Fiquei sabendo no noticiário.
— Sim, é muito difícil para mim, saber que ele não estará mais ao meu lado. Um olhar de tristeza aparece em seus olhos.
– Opa! Sem tristeza, amor, porque acho que estou começando a chorar — Juliano a abraça para confortá-la — Diga-me o que você procura, em particular?- Pergunta seu designer pessoal.
—Roupas exclusivas, desenhadas especialmente para mim- Ela responde animadamente.
– Hum! Deixe-me ver. Acho que tenho uma coleção especial para você. Venha comigo.- Ele pega a mão dela e vai até o fundo da loja, enquanto Indio os segue. -Droga, diga ao seu guarda-costas para parar de nos seguir. Eu não vou sequestrar você.
-Espera aqui. -ordena ela.
Para seu pesar, o homem cumpre a ordem de Camile; ele nunca desobedeceria a uma ordem de seu empregador. Ela cruza os braços e fica na entrada do longo corredor.
– Olha que coisa fofa- Ele tira um vestido cinza, com um estilo muito parecido com o dela.
– Eu não vim atrás das roupas que a amante do mafioso usaria. Agora sou a rainha da máfia! Você tem algo pra mim?- Ela pergunta a ele mais gentilmente.
—Oh, my God! É claro, querida. Eu adoro essa nova Camile que está na minha frente agora. Deixe-me dizer-lhe que você será a padroeira mais elegante e sexy do planeta Terra. — ele caminha um pouco mais para dentro e levanta uma cortina vermelha— Você não sabe como esperei por este momento, minha querida.
Os trajes e vestidos que penduram em cada departamento acompanhados dos respetivos acessórios, malas e sapatos, são verdadeiramente únicos. Exatamente o que ela estava procurando.
– Eu acho que você me conhece melhor do que meu próprio ex.
– Você acha? Sua cumplicidade com Piero não é nem o olhar que havia entre os dois, no colégio.
Juliano não era italiano, nem apenas o designer estrela de Camille, era seu melhor amigo e confidente. Além disso, aquele que a salvou de ser descoberta por Piero quando ela descobriu que ele a havia traído e decidiu descontar em um de seus colegas de basquete ou em seu professor de literatura.
Flash back***
– Apresse-se, entre em seu cubículo. Avisarei se o diretor vier- Julio murmura para a sua colega.
– Obrigada, Júlio!— Ela caminha pelo corredor, olha para os dois lados e entra no cubículo, onde o professor Ivan revisa as provas que a turma onde está Camile acabou de fazer.
—Profe, vim ver minhas anotações —o homem um tanto nervoso se levanta, caminha até a porta e olha para os dois lados do corredor para verificar se não há nenhum colega que possa ver aquele aluno, entrando em seu escritório.
– O que você quer, Srta. Almendares?
— Você mais do que ninguém sabe o que eu quero, professor- A adolescente diz sedutoramente.
— Não é bom que você esteja aqui, Camile. Você pode me colocar em sérios problemas. Se descobrirem você aqui, não dirão que você veio aqui, mas que eu a persuadi.- Ivan responde, agitado e fazendo gestos exagerados com as mãos.
– E não era verdade?- Ela se aproxima dele.
– Não, claro que não. Mostrei-te apenas um dos poemas que me inspiraram pelo teu rosto, pela tua beleza- Ele se defende com esse argumento.
— Bem, que eu me lembre ele não disse nada assim não: "teus lábios são como uma maçã proibida, suculenta e apetitosa. Tenho vontade de mordê-la, saboreá-la" — ela recita.
– É uma metáfora, Camille...
– Metáfora? “Gostaria de apertar suas coxas e ter meu corpo entrelaçado entre elas como uma videira” — continua a jovem insistente, capaz de fazer de tudo para conseguir o que deseja no momento.
— É um símile, outra figura literária, pelo amor de Deus.- Ele coloca a mão na cabeça e anda pelo pequeno escritório.
— Profe, você e eu, sabemos o que isso significa, que você não quer admitir que é outra coisa.- Camile responde, chegando ainda mais perto, agarra-se ao pescoço dele e seus seios roçam em seu peito.
— Você tem que ir embora, Camile, eu não sou o homem de ferro não.- Ele tenta tirar os braços dela entrelaçados no seu pescoço mas ela resiste, colocando as mãos em volta do pescoço dele novamente.
– Vamos, professor. Ninguém tem que saber. Não consigo parar de pensar em você. Toda vez que você lê os poemas de Neruda na aula, minha vagina lateja de desejo. -Ela respirou perto de sua boca.
—Não está bem, você é menor de idade, eu sou seu professor e não sou... — os lábios dela aprisionam os dele, impedindo-o de terminar a frase.
Ivan não pode impedir que isso aconteça. Ele também a quer, embora tenha tentado não quebrar seu código de ética e moral. Camile sempre foi uma de suas alunas mais notáveis em sua classe, ela sempre lê os textos que ele passa, faz seus deveres de casa e intervém em todas as suas aulas.
Mas parece tarde demais para não ceder aos seus instintos masculinos. Ele deixa suas grandes mãos deslizarem pelas costas da jovem até suas nádegas. Camile pula e cruza as pernas sobre o quadril dele.
Ele a segura pelas nádegas, massageia e aperta com diferentes intensidades, promovendo nela sensações mais intensas. Ela começa a levantar os quadris com movimentos sinuosos, tocando o falo do professor com a meia-calça.
– É melhor pararmos- diz ele entre suspiros irregulares e respirações irregulares.
-Não podemos! Quero que escrevas dentro de mim, o teu melhor poema, que a tinta branca que carregas se derrame na minha barriga e tu tatues o teu nome na minha consciência.
-Caramba!- Ivan responde, vira-se, deita-a sobre a mesa, salta sobre ela e se move instintivamente para aumentar sua excitação.
Como pode, enquanto acaricia seus lábios verticais, com a outra mão consegue abaixar o zíper, tirar sua barra de força, enquanto ela o ajuda, afastando sua meia-calça e ele entra na caverna quente e úmida de Camile.
O prazer de ambos é imenso, é justamente o que é proibido que os leva ao limite da luxúria. Ivan faz movimentos circulares com o quadril, do lento ao intenso, do raso ao profundo. Ela geme de prazer, mordendo os lábios para não gritar, ele também permanece em silêncio, apenas o som de suas peles colidindo após cada movimento frenético de seus corpos é ouvido. Ambos atingem um orgasmo épico, ele tira seu falo e borrifa o monte púbico da garota especialista.
Minutos depois, Camile sai do cubículo visivelmente perturbada com o encontro sexual com seu professor.
– Como foi?- Ele pergunta à amiga com entusiasmo.
– Diz alguma coisa, esse cheiro?- Ela põe a mão na saia e, ainda com os dedos molhados, passa pelas bochechas do parceiro.
– Você é uma vadia... você cheira a alvejante puro.—ele enxuga o rosto com o antebraço— Grande ou pequeno?- Júlio pergunta com extrema curiosidade.
– Aquele homem é um garanhão- ela suspira.- Perfeito e ajustável.- Ela sorri maliciosamente.
— Vamos para a aula, a matemática insuportável deve estar chegando — ela se agarra ao antebraço dele, enquanto juntos entoam o clássico reggaeton:
—¡Qué perra, que perra! que perra, es mi amiga. ¡La real Lassie! ("Que vadia, que vadia!" Que vadia, ela é minha amiga. A verdadeira Lassie!) Eles riem alto.
Depois daquele primeiro encontro entre os dois, Camile não é apenas a melhor da turma de literatura, mas também a melhor amante que Ivan aos trinta anos, dobrando a idade daquela jovem, já teve.
— Então, Júlio anus (ano). Eu levo tudo isso. Prepare tudo– Ela lhe entrega o cartão preto do Centurião.
Juliano ajuda ao Indio a colocar as sacolas e caixas com os diferentes trajes no porta-malas do Mercedes Benz-AMG branco.
– Boa sorte, amiga! Não esqueça que estou aqui para o que precisar, sem exceção.
—Eu sei July, você é o melhor amigo que eu já tive. Obrigada!
— Obrigado por me dar a oportunidade de vir para a Itália, nunca vou esquecer isso — ele a abraça e beija cada uma de suas bochechas novamente.
– Sem lágrimas, vadias não choram- os dois caem na gargalhada, enquanto Indio espera por Camile, sem entender seus códigos de comunicação.
