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Capítulo 2
Jean Carlos narrando
Com a televisão do meu escritório ligado eu monitoro todos os passos de Sophia em seu quarto.
- Será que vai demorar para ela trocar de roupa? – Saimon pergunta quando entra.
- Poderia ir tomar banho de uma vez né – Samuel fala – diz que colocou câmera no banheiro também, pai.
- Coloquei meninos, apenas na parte do chuveiro e da banheira, assim conseguimos enviar as imagens para o cirurgião ver o que será preciso fazer para moldar ela – eu falo.
- Você realmente acha que ela vai ser a garota certa para o que queremos? – Samuel pergunta.
- Vamos ter que ver conforme for fazendo o treinamento – Saimon fala a ele – porém, seu histórico é bom, ela é uma indigente na Austrália, seus familiares todos acreditam que ela morreu, não existe ninguém procurando por ela.
- Saimon tem razão, isso já faz ela ganhar pontos, eu irei conversar com ela e vou fazê-la entender que para sobreviver ela terá que passar por um treinamento rigoroso – eu falo – mas ela terá tudo que ela sempre desejou na vida.
- Meu pai – Samuel fala – Espero que vocês dois esteja certo no que estão dizendo para a gente não perder tempo com uma mulher que pode nos trair no futuro.
- Quem passar pelo nosso treinamento meu irmão, nunca mais irá pensar por si mesmo – Saimon fala. – não terá mais desejo próprio e muito menos sentimentos.
A gente a observa no quarto, faz alguns dias já que ela está aqui e ela ainda está bastante assustada, nas refeições ela ainda não falava nada.
- Vamos entrar em ação o quanto antes – Eu falo. – Busque sua irmã Saimon.
- Não precisa pedir duas vezes papai – ele fala.
A vontade de criar um grupo de mulheres poderosas surgiu algum tempo conversando com Antonio e seu pai, era dificil se vingar e matar os nossos inimigos sem que alguém investigasse ou desconfiasse. Então começamos a investigar como era a forma mais rápida de chegar neles e percebemos que as mulheres consegue envolver um homem tão rapidamente que nem uma cobra envolve sua presa. A primeira seria Sophia que irá passar por todo o treinamento necessário, a gente iria tentar moldar ela da nossa forma e se desse certo, a gente iria fazer igual com outras mulheres e assim a gente teria armas humanas andando pelo mundo matando por nós, se uma fosse descoberta, a gente as matava e seria eliminada e depois treinaria mais uma em seu lugar, fazendo com que o ciclo nunca terminasse.
- Papai – Samuel fala se aproximando de mim. – o que vocês vão fazer com essa garota de verdade? Vocês vão machucar ela?
- Calma – eu falo para ele – vamos treinar ela para dor, para tortura, vamos dar uma nova chance de vida para ela, vamos treinar ela para matar, para obedecer e ser uma grande mulher.
- O senhor não acha que está brincando de mais de como ser Deus? – ele pergunta.
- Samuel para de ser bobo, você sabe o que a gente faz aqui, você sabe todos os inimigos que a gente tem, precisamos inovar e está a frente deles, daqui a pouco um deles entra por essa porta e mata a gente e ai eu quero ver como será.
- Ela não tem culpa de nada – Samuel fala.
- Ela é mulher e mulher nasceu para seguir as nossas ordens – eu falo a ele – você precisa aprender como se trata uma mulher Samuel.
Quando ele ia falar algo, a porta é aberta e era Saimon com Sophia.
- Chegamos papai – Saimon fala.
- Querida Sophia, você dormiu bem? – eu pergunto para ela.
- Sim – ela fala sorrindo.
- Estamos muito felizes de ter você aqui com a gente – eu falo para ela e me aproximo dela encostando a minha mão agora em seu queixo e fazendo seu rosto levantar-se para encarar os meus olhos.
- O senhor queria falar comigo – sinto um nervosismo em sua voz.
- Sim – eu respondo para ela sorrindo – Eu te tirei daquele orfanato porque vi em seus olhos que você era uma garota sonhadora, cheia de vida e que tinha muitos desejos para realizar nessa vida e um desses desejos era – eu a viro para ela se olhar para o espelho – ser livre e se tornar uma grande mulher no futuro.
Saimon e Samuel se senta no sofá e nos encara, ela se encara no espelho e depois me encara através dele, eu sorrio para ela passando as minhas mãos pelos seus ombros.
- Eu não estou entendendo o que você quer dizer – ela fala.
- Você perdeu os seus pais muito jovens, o governo tirou você de sua família quando decidiu não te enviar novamente para o Brasil, você deve ter muito rancor dentro do seu coração – eu encosto as minhas mãos em seus ombros, baixando a alça da sua blusa. – Eu quero te tornar uma mulher invencível, uma mulher que todos vão temer, vão elogiar, vão se espelhar e querer ser igual. Eu vejo potencial em você, você fará parte da nossa equipe, uma equipe que está sempre junto, batalhando junto. A gente quer o seu bem minha pequena Sophia – ela me encara – e você sabe disso – eu beijo o seu ombro e sinto que sua mão começa a tremer e eu viro ela novamente para mim – olha nos meus olhos e apenas me responda, se você confia em mim, confia que eu quero o seu bem e que eu quero te ensinar a ser uma mulher forte, uma mulher que vai conseguir se defender sozinha de todos que tentarem te fazer mal. Eu sei que você sofreu muito dentro daquele orfanato e eu quero mudar a sua vida a partir de hoje. – ela nem pisca os olhos – você confia em mim, pequena Sophia?
Eu passo a minha mão lentamente pelo seu rosto.
- Eu sei que os seus pais te amava de mais e vieram para cá querendo o seu bem, querendo te dar uma vida melhor – seus olhos se enche de lágrimas – você deve ter lembranças lindas com eles, então está na hora de você fazer com que eles sinta orgulho de você, você sabe que pode dar orgulho a eles não é mesmo? – ela assente – e você quer isso? – ela assente – então você confia em mim?
- Confio – ela responde e eu sorrio para ela.
- Saimon vai te levar para o treinamento – ela me encara – você vai sair de lá uma nova mulher.
Saimon se levanta e estende a sua mão para ela.
- Pelos seus pais e por você – eu falo para ela – me deixe orgulhoso da minha nova filha – ela me encara e depois encara Saimon.
- Vamos? – ele pergunta sorrindo para ela e ela pega em sua mão.
Ele a tira de dentro do escritório e a partir de agora, ela não teria mais contato com ninguém, a não ser com quem ela precisasse ter.
(...)
Um ano se passou e Sophia nunca mais saiu do quarto vermelho, ela vivia lá dentro e eu observava junto de Saimon, Samuel e Antonio todo o seu treinamento.
- Seus gritos de dor é música para o meu ouvido – Antonio fala.
- Ela resistiu os primeiros dias – Saimon fala – Até achamos que ela não iria conseguir aguentar tudo que foi estabelecido a ela.
- Sophia não vai me decepcionar – eu falo olhando para a tela da televisão – ela melhorou a sua mira rapidamente.
- Também, ela errou duas vezes e você mandou queimar ela – Samuel fala.
- É necessário aprender a lidar com a dor – Antonio fala para ele – Quando ela aprender a não sentir mais dor, ela vai estar pronta.
- Se ela for pega, descoberta, ela vai ser torturada e vamos ter que ter certeza que ela jamais vai abrir a boca e entregar a gente – Eu falo – ninguém pode saber que estamos por trás desse projeto.
Eu encaro Saimon que olhava para Sophia com outros olhares, eu sei que Saimon se encarregaria de moldar ela como a gente queria.
- O cirurgião enviou as mudanças que será feito nela – Saimon fala – apenas no corpo, ele disse que seu rosto é perfeito.
Ele pega as fotos dentro de um envelope e coloca sobre a mesa, eu as pego observando.
- Acredito que ainda não precise mexer em seus seios, ela ainda vai crescer e eles também vão – eu falo – até porque, ela é atraente da forma que é.
- Ela tem apenas 13 anos, eu concordo com meu pai – Samuel fala.
- É – Saimon fala – ela está ficando cada vez mais bonita, quando ver a metade dessas cirurgias serão descartas.
- O importante é ela se tornar uma assassina fria – Antonio fala – não podemos deixar com que ela tenha sentimentos, que ela se apaixone por alguém, porque se isso acontecer, todo o treinamento pode ir por água baixo.
Eu olho para as cenas no monitor da televisão e abro um sorriso em meu rosto, o meu plano estava começando a dar certo e eu em sinto satisfeito por isso.