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Capítulo 4

Capítulo 4

Eu já havia decidido, eu iria ir ao encontro de Wild Lincoln, o progenitor do meu pontinho. Eu achava que era, pelo menos.

O quê se deve vestir? Quero dizer, não que eu tenha muitas coisas, tudo que me sobrará foi alguns poucos dólares, meus documentos de imigração e algumas poucas roupas. Nada que eu pudesse usar para avisar um cara milionário, que aliás, eu nem sabia se era ele mesmo, que ia ser pai. Acho que não tem uma roupa exata, para algo assim. Dificilmente.

Acabei por optar por um jeans simples, sandálias de tiras e uma regata branca. Que Deus me ajudasse... Suspirei fundo, posicionado à bolsa sobre meu ombro, me olhando uma última vez pelo espelho manchado. Eu não passaria um dia a mais naquela pousada. Estava ficando sem opções, e também sem dinheiro. O jeito seria ir embora da cidade. Misingticity, parecia ser uma boa opção. A única opção no momento.

Eu decidi, eu contaria sobre o bebê, se fosse ele mesmo, e depois iria embora, sem olhar para trás. Independente da resposta do homem, eu iria construir outra vida para mim é meu pontinho, em outro lugar.

Mas minha consciência, não me deixaria quieta, se eu não avisasse, ao "cara de olhos azuis," que me engravidou em uma noite de bebedeira e muita loucura. Mesmo que isso me humilhasse ainda mais, eu estaria com a consciência tranquila e um pouco mais leve, e não ia me trazer problemas futuros, por exemplo, se meu pontinho perguntasse onde estava o seu pai ou algo assim, eu não precisaria dizer algo como quê ele não sabia de sua existência, já que eu poderia ter o procurado para avisá-lo de sua existência, mas não o fiz porque tinha medo, e era uma grande bundona, covarde. Definitivamente não.

Eu somente falaria que o pai não quis saber dele, e ficaria por isso. E o mais importante, com minha consciência um pouco mais leve.

Engoli em seco, saindo do quarto alugado da pousada, temerosa, eu nem sequer saí do lugar e já sentia meu coração apertado, pela ansiedade. Pedi à recepcionista gótica, para chamar um táxi para mim, e ela fizera, mas não antes de arrancar mais cinco dólares meus. Golpista descarada.

Desci do segundo andar da pousada, indo em direção da saída do lugar, passando em frente da recepcionista ladra, que me mandou um sonoro alegre, "volte sempre... " O que me fez ter vontade de dar um bons sopapos naquela babaca, provavelmente ela só queria que eu voltasse naquele lugar mixuruca, para que pudesse me arrancar mais dinheiro. Biscate. Apenas me contentei em fechar o rosto, para a garota, andando com passos rápidos para fora dali, onde já ouvia os barulhos insistentes de uma buzina,. Aparentemente o táxi chegará.

Me aproximei rapidamente do táxi amarelo, com o motorista magrelo e de cara escovada, que apertava sem interrupção, à buzina.

- Há... Oi? Moço? Pode, por favor... - Pedi, me referindo para que ele parasse de apertar aquela maldita buzina.

- Ah! Claro senhorita! Foi aqui que pediram um táxi?

- Sim, foi eu que pedi. - falei simplesmente. - Pode destravar para mim? - Perguntei, segurando a maçaneta da porta.

- Claro! Entra aí! - Disse, com uma expressão alegre, que não combinava nada com seu rosto escovado é de certo modo, cadavérico.

Entrei no táxi, colocando à bolsa, sobre meu colo, estava ainda mais ansiosa. - Para onde quer ir, senhorita? - Me perguntou ligando o carro.

- Sabe onde fica a casa de Wild Lincoln?

- Sei sim, aquilo é quase um mata fechada, dizem que é assombrado, eu não ponho os meus pés, nunca lá, não sei como o senhor Lincoln, pode morar em um lugar daquele jeito, um homem tão bom! Pena que ele anda com aquela seita deles. - Disse com a cara franzida, me olhando pelo retrovisor.

- Seita?! - Eu arregalei os olhos espantada. Mais essa agora... Uma seita! Sério isso?!

- Hô! Não se preocupe! - Riu alegremente, ao reparar no meu rosto assustado. - Todos são boas pessoas, e ajudam muito a cidade, dizem que é uma seita por se tratar dos descendentes da cidade, se reunindo, são bem exclusivos entre eles. Nada muito sério... Te garanto! Mas aquele lugar onde a casa do senhor Lincoln mora, é realmente assustadora. - Concluiu. - Mas é então, aonde pretende ir senhorita?

- Me chame de Liane, e bem... eu... - disse meio sem graça. - Gostaria de ir à casa do senhor Lincoln.

- O que? - Arregalou os olhos, me fazendo achar que os mesmos fossem pular de seu rosto. - A casa do senhor...

- Eu sei! É que é muito urgente... - O cortei rapidamente, apelando para o coração do taxista. - Eu... Eu preciso mesmo ver o senhor Lincoln, é realmente urgente. - Falei baixo, não encarando o taxista.

- Tão sério assim? - Perguntou curioso. Apenas acenei com a cabeça. - Tudo bem, vou levar a senhorita aonde deseja. - Falou firme, me fazendo o olhar com felicidade. Parece que finalmente encontrei meu anjo da guarda do dia, e ele era magro feito uma vara, com o rosto tão magro como de um cadáver, mas, mesmo assim, meu anjo.

O motorista guiou o carro pela rua, entrando e saindo de ruas nas quais eu nunca passei, um silêncio confortável havia no carro, me deixando embrenhada nos meus pensamentos confusos, e devaneios de medo.

- Chegamos. - Ouvi a voz do taxista me tirando bruscamente dos meus pensamentos. Eu olhei em volta para me familiarizar, estávamos em um caminho de pedra largas, já não podia mais ouvir o barulho da cidade ou mesmo da rodovia, o lugar daria para passar dois caminhões lado a lado, é logo no fim, do caminho de pedras, a "casa."

Não, não dava para chamar o lugar de casa, a mansão era enorme, de dois andares, com enormes colunas no estilo romanos de sustentação, era tudo de uma cor incrivelmente branca, com suas enormes janelas e portas de vidro fosco.... Era simplesmente linda.

- Nossa... - Falei baixinho, alheia à floresta, escura e silenciosa que rondava à mansão.

- É...- A voz do taxista, disse, me fazendo despertar do meu torpor. - Não parece muito assombrada não.

Apenas assenti, não sabendo o que falar.

- Quanto foi à corrida? - Perguntei, ainda sem parar de olhar à mansão, mas também sentindo algo, da floresta, à me observar. Um calafrio, desceu pelas minhas costas, me fazendo estremecer.

- Não vou te cobrar, querida! - Virei a cabeça bruscamente, para ele.

- Como não vai? O senhor me ajudou! - Levantei as sobrancelhas em sinal de surpresa. Quero dizer, era o trabalho dele.

- Não se preocupe, foi um prazer. Vejo que você precisa desses 15 dólares mais do que eu. - Apenas sorri sem jeito para o taxista, realmente, achará meu anjo. E bem, ele não estava exatamente errado.

Sai do carro, colocando a bolsa no meu ombro. Agradeci uma última vez ao motorista e rumei para a mansão à minha frente. Me aproximei da mansão, sentindo meu coração acelerar, já estava anoitecendo, o pôr do sol, jogava os últimos raios,de Sol, sobre as copas das árvores, fazendo que começasse a esfriar, quase imediatamente. Meio trêmula, toquei à campainha, sentindo o som da mesma me assustar. Quase que imediatamente, a porta abriu, me assustando ainda mais. Eu nem sequer chamei direito, era como se já estivessem me esperando. Como se soubessem que eu estava aqui mesmo antes de tocar a campainha.

- Em que posso ajudar? - Sua voz saiu grave. E ameaçadora.

Wild Lincoln, estava na minha frente, e eu reconheceria aqueles olhos azuis em qualquer lugar. Ele era o pai do meu bebê.

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