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EPISÓDIO 2

"Foi assim que tudo começou"

(19 de setembro de 2004, Jacksonville, Carolina do Norte)

(Capitão Richard Johns)

Cheguei cedo em casa, pois tinha umas coisas para fazer na base, se for domingo, mas quando você recebe uma ligação da base por algum problema, você deve ir.

    Eu queria estar com o pequeno Ricky, que com certeza está dando dores de cabeça à minha mãe. Ainda me parece incrível que ele seja apenas onze meses mais novo que Angel, aliás, onde minha princesa e meu filho James estarão.

    Obviamente, fiquei surpreso quando ligaram do clube esportivo em casa, principalmente quando me contaram que minha filhinha havia se envolvido em uma briga; e o que mais me surpreendeu foi o que vi no vídeo que me mostraram, mas não disse nada até ouvir o diretor do clube.

-Olha capitão, nós conhecemos muito bem o Ángel, por isso deixamos ela subir no escorregador, ela sabe nadar muito bem para a idade dela, além disso ela está sempre acompanhada do irmão, mas aconselhamos que você converse com ela. – O diretor do clube esportivo disse a ele depois de me mostrar o vídeo onde foi vista toda a cena da luta.

-Entendo diretor, ela deve saber se defender melhor, ela não deve depender tanto do James, quanto do James, ele deve aprender a não baixar a guarda, a mãe dele não vai gostar nada desse olho roxo. – digo a ele, saindo de seu escritório para levar meus filhos para casa, deixando para trás um diretor do centro esportivo muito surpreso.

-Anjo, acho que vou ter que te ensinar a se defender, não é bom você depender do James, uma garota está mais exposta aos perigos da vida por causa de sua condição de mulher e você, James, eu acho devemos treinar um pouco mais, como é possível que você se deixe ficar com um olho roxo? - Eu disse a eles dentro do carro.

-Mas pai, eram três contra mim e o Ángel, e a verdade é que ela não ajudou muito, só conseguiu agarrá-los por trás. – respondeu meu filho.

-Sim, mas deixei uma boa lembrança para os três, acho que não vão esquecer facilmente das minhas mordidas. – disse minha filha, o que me fez rir do tom orgulhoso que ela usava ao falar.

-Princesa, onde você conseguiu isso, isso não é jogar limpo, por que você os mordeu? - perguntei-lhe curioso.

-Porque o Tobias me empurrou duas vezes e me derrubou no chão, e como ele começou a brigar com o James e teve a ajuda do Louis e do Max, eu só intervim quando pude, vocês não me ensinam a lutar como o James.

-mas princesa, você é uma menina, mas você está certa, você deve aprender a se defender.

-Não é minha culpa que idiotas como Tobias me invejam.

Por que você diz que eles te invejam? - perguntei-lhe

-Pai, você está dormindo? Ou você não percebeu que estou em aulas avançadas, além de nadar e correr melhor que eles.

-Espera um minuto, me explique sobre as aulas avançadas- eu exijo

-Pergunte a Big Mama, ela aceita e eu só estudo o que ela me disse.

-E por que sua mãe não me contou nada? - Eu perguntei por

-Se você não percebeu, muito menos ela. – Angel respondeu saindo do carro, pois já havíamos chegado em casa, James muito discretamente saiu e sumiu.

Entrando em casa, ligo para minha mãe.

-Mãe voltamos, quero te perguntar uma coisa?

-o que aconteceu filho; por que eles ligaram desta vez? – perguntou o Coronel James Richard Jhons, meu pai.

-como o que, desta vez? Angel já esteve em apuros antes? - Eu perguntei por

-Bem, a verdade é que sim, há duas semanas um menino bateu nela e ela se defendeu com um bastão de ginástica e como quebrou, eu paguei por isso. – meu pai me respondeu sorrindo.

-como? Ele quebrou, então o que ele fez? Essa garota é um demônio, Ivanna venha aqui imediatamente. - grito chamando minha filha, que se aproximava da mão de minha mãe, que tinha ouvido a última coisa que eu disse.

-Richard Jhons, não grite porque o Ángel não é surdo, e eu também não, para gritar você vai com seu esquadrão até a base. – Minha mãe disse séria sem levantar a voz.

-mas mãe... - comecei a dizer

-Sem mas, quantas vezes no ano passado a princesa pediu para você ensiná-la a lutar como James, ela tem quase seis anos e os mais velhos abusam dela por ser pequena, então como você não a ensina, ela aprende sozinha, E você, meu jovem, não vai repreendê-la por se defender como pode. Então você cala a boca e paga a conta das avarias. – disse minha mãe e pegando minha filha pela mão saiu da sala, deixando-me atônito e com cara de criança repreendida e meu pai numa gargalhada estrondosa.

-Bem, o que foi que quebrou agora? Quanto você tem que pagar? – pergunta meu pai.

- Bem, só os pontos e as vacinas antitetânicas, ele pegou com mordidas. - o digo

-Acho que não devia tê-la levado comigo para ver a luta do Mickey Tyson.

-O que você diz, eles foram ver boxe, quando?

-Bom, toda vez que tem uma luta boa, é muito bom apostar.

-como? Apostas? Mas papai.

-Nada, é assim que ganho minhas aulas de patinação.

-como que aulas de patinação? - pergunto-lhe já um pouco exasperado

-Bem, apostamos para ver quem iria ganhar e ela ganhou, e bem, eu tenho que pagar as aulas de patinação no gelo. – Meu pai respondeu sorrindo como se o que ele disse fosse a coisa mais natural do mundo.

-O que acontece é que você a mima muito, agora aulas de patinação no gelo e na primavera eram aulas de equitação, e nada acaba.

-Você acha, ela é uma cavaleira muito boa e, aliás, ela tem o dia todo ocupado, ela continua treinando equitação e mês que vem tem uma competição, eu já falei com um amigo meu e ele vai emprestar um cavalo e se gostarmos, ele pode que eu comprei para ele, mesmo que ele insista que pode patrociná-la, veremos.

-Aí ele continua cavalgando, e você diz que vai ter uma competição, mas ele só tem cinco anos, em janeiro faz seis e estamos em setembro.

-Bem, o que posso te dizer, ela é uma garota especial, e muito inteligente, não a desafie para fazer algo, porque ela vai bater em você, você é o pai dela, mas você sai o tempo todo, e Estou aqui e a vi, sim ela está entediada, ela vai deixar o que a aborrece e procurar outra coisa, mas não antes de aprender bem, pois muitos fuzileiros navais gostariam de ter suas habilidades.

-O que você diz pai, você fala parcialmente, porque é a menina dos seus olhos.

-Pode ser, mas lembre-se do que estou te falando, nem você nem sua esposa estão com ela, então ela pergunta, e sua mãe analisa e se ela concordar, eu pago a conta, se dê um tempo para segui-la um dia, e verás que quem está exausto és tu. – Meu pai disse a ele naquele tom sábio, que nunca está errado.

-Mas pai, como você acha que vai me cansar, eu sou fuzileiro naval, tenho treinamento e também tenho que treinar o pelotão. – respondo sarcasticamente.

-Bem, se você diz, mas há uma razão que eu estou dizendo a você. – meu pai me diz ao ouvir a porta se abrir.

-Família estou de volta. - Disse uma voz feminina entrando no quarto, era minha esposa.

Olá querida, que bom que você chegou. - Eu disse quando a vi, ela trabalha nos escritórios de inteligência como analista.

-Olá amor, coronel, boa noite, tem reunião de família? – pergunta minha esposa

-Boa noite, Liz, como foi seu dia. - respondi ao meu pai.

Boa noite, Isabel, como vai? - perguntou minha mãe entrando na sala com Angel atrás.

-Boa noite Victoria, está tudo bem, embora você saiba que não posso discutir nada sobre o escritório. – diz minha esposa.

-Eu sei querida, não se preocupe, vamos jantar em trinta minutos, vá se lavar.

-Sim, obrigado, mas parece que tem alguma coisa aqui, o que aconteceu? – Liz pergunta a minha esposa

-Papai me repreendeu e Big Mom repreendeu ele. – disse Ángel inocentemente, ao que sua mãe, minha esposa me olhou espantada e chamei sua atenção levantando a voz.

-Ivana!!! – rugido

-Richard!!!- minha mãe chamou, e duas risadas foram ouvidas vindas de meu pai e minha esposa.

Depois de acalmar o riso, Elizabeth pergunta à nossa filha:

- Anjo e por que seu pai te repreendeu, explica?

-Bem, eu não sei, eu não fiz nada! – A garotinha respondeu docemente.

-Ivana!!! Tem certeza que não fez nada? - pergunto levantando a voz sem gritar, já estava ficando seriamente exasperado, pois não gostava que meu pai e minha esposa riam das broncas de minha mãe.

-Sim, eu não fiz nada, apenas me defendi, se você me ensinasse como James, se eu pudesse ter feito alguma coisa. – enfatizou o Ángel, e sua mãe, que não entendia nada, virou-se para me ver para que eu explicasse.

-Sua filha mordeu três crianças no centro esportivo, e acabei de saber pelo coronel que há duas semanas ela quebrou uma bengala de ginástica.

-Victoria Ángel Ivanna Jhons, isso não é comportamento de menina. – disse minha esposa.

-Elizabeth Jhons, não levante a voz, e você jovem é melhor contar toda a história e assumir a responsabilidade ou você vai para a cama sem jantar. - disse minha mãe, Elizabeth virou-se para me ver e perguntou.

- Vamos ver, alguém pode me explicar? Richard, o que você fez para minha sogra te mandar para a cama sem jantar?

-não olhe mais nada, aquele diabinho faz travessuras e o castigado sou eu! – resmungar

-Richard Jhons, minha filha não é um demônio – afirmou minha esposa.

-Richard Jhons, peça desculpas a minha princesa e a sua mãe senão você vai dormir sem jantar!!! – Meu pai disse sério, levantando-se da cadeira de onde até então estivera sentado observando a cena. E da escada ouve-se uma risada, e a voz do meu filho James dizendo.

-Já somos dois castigados, pelo menos eles vão me dar o jantar. - James entrou no quarto já banhado e trocado para o jantar.

Tiago, o que aconteceu com você? Por que você tem esse olho roxo? - perguntou minha esposa.

-Angel, vá buscar o saco de ervilhas no congelador para o seu irmão. - ordenou minha mãe

- Sim, grande mãe.

-Nada mãe, eu defendi a Angel de novo, mas como eram três, uma me acertou e ela os mordeu. – explicou meu filho de nove anos.

-Meu pequeno James, ele é um verdadeiro cavalheiro, veja que enfrentar três pequenos criminosos por defender sua irmã mais nova, isso merece um prêmio. – disse minha mãe, ao que meu filho sorriu.

-Nossa, qual será o sabor do meu prêmio? - perguntou meu filho Tiago

-Bem, como os três gostam do meu bolo de morango, fiz para hoje à noite e você terá uma fatia dupla. – minha mãe responde

"Yupi, que delícia de vovó!", gritou meu filho, sorrindo sob nosso olhar atento.

-James, como seu filho não faz nada, quero que você fale com William, e peça a ele que permita que a princesa aprenda a se defender com o Major Stuart. - Disse minha mãe com aquele tom de voz que não admite resposta.

-Sim querida, eu falo com o William. – Foi a única coisa que meu pai disse.

-Mas mãe, já que você acha que incomodaram o General, ele é o comandante da base, ele não vai aceitar que o Major Stuart ensine o Ángel, ele é o encarregado de treinar os integrantes da base no combate corpo a corpo e ele é especialista em artes marciais; Vou te ensinar algo quando puder. - Eu disse-lhes.

-Se William quiser comer meu assado de novo, ele aceitará, assim como Stuart. - disse minha mãe com muita certeza.

-Bem, isso já me dá o que negociar com eles. – disse meu pai

-Sério, eles vão irritar o comandante da base. – perguntou minha esposa.

-Querida Liz, não vou permitir que aqueles rufiões voltem a abusar da minha princesa, e como meu filho não quer ensiná-la e eu já ensinei o que foi treinado na minha época, sim, prefiro que um especialista o faça. - respondeu meu pai, o coronel com muita confiança.

-Bem, resolvido o assunto, todos se lavem, eu sirvo o jantar. – disse minha mãe

-Espera aí moço, você ainda não pediu desculpas. disse o coronel.

-Me desculpe Angel, eu não deveria ter me incomodado, mãe, me desculpe. - eu disse não ficando para outro.

-Tudo bem, vai se lavar, sua mãe vai servir o jantar, e como castigo você vai ter que lavar a laje, e não quebrar nada. – disse o coronel, avançando em direção ao refeitório, pegando minha filha pela mão.

Eu, Capitão Richard Jhons, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, chefe da melhor unidade de comando dos Seals, fui punido por meu pai para lavar a laje após o jantar, só tenho a sorrir, porque esta é a disciplina na casa de uma família da Marinha.

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