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A Noiva Elizabeth

O que acontece quando se nascer com uma menina que nasce na máfia?

As meninas são protegidas, escondidas até a idade adulta, desde cedo seus pais procuram acordos de casamento com vantagens, seja elas financeiras ou apenas um posto mais alto dentro da organização.

Todas as meninas sabem o seu destino, e torcem para cair nas graças de um bom marido. Mas Elizabeth não teve essa sorte.

Dizem que a filha do meio é esquecida, e quem dera seu pai lhe esquecesse em algum convento, mas ele se lembrava todos os dias que a odiava.

Elizabeth e seu irmão mais novo Adam eram odiados pelo pai e sonhavam com o dia em que teriam paz.

Ela sabia que seu destino já havia sido traçado, sabia que em breve se uniria a Jhonatan Larson, o futuro chefe da máfia americana.

Elizabeth ainda era uma adolescente quando o irmão mais novo iniciou seu treinamento um pouco tardio... Ela tinha 17 e o irmão 14 anos, Adam deixava Elizabeth ler seus livros de escola, já que ela não frequentava a escola desde os 8 anos, mas sabia ler e escrever, gostava dos livros de ciências e de pesquisar sobre assuntos relacionados ao corpo humano, se tivesse estudado seria médica ou enfermeira, pois sempre que aparecia machucada eram essas pessoas que lhe ofertavam carinho e cuidado.

Elizabeth passou a ser criada apenas pelo pai, depois da morte de sua mãe.

O pai levava Adam após as aulas e ele treinava com o irmão mais velho, Dave, ou com ele mesmo. Enquanto Elizabeth tentava sobreviver as punições do pai, Jhonatan com agora 19 anos ajudava o irmão Noah de apenas 11 anos nos treinamentos, Jhonatan esperava apenas o próximo aniversário de Elizabeth para marcar o casamento.

— Olá Jhonatan como está?

— Estou muito bem, vejo que agora é a vez de Adam treinar, demorou para trazê-lo. Ele tem muito a aprender e sinto dizer, mas ele precisa melhorar muito para sobreviver no nosso meio.

— Eu sei... Mas nem todos tem habilidades.

— E como está Elizabeth , sabe que falta apenas um ano para o casamento e vi sua filha apenas uma vez ou por fotos.

— Eu tentei criá-la bem, espero que crie juízo depois de se casar...

Jhonatan ficou intrigado, o pai falava que além de bonita, Elizabeth era discreta e recatada.Mas o próprio pai dela parecia ter outra opinião.

— Senhor Wolf, tenho que perguntar... Que tipo de mulher é a sua filha? Meu pai me prometeu uma moça que além de bonita era respeitável, me disse que eu não terias problemas com ela.

— Darei um jeito nela antes do casamento, a mudei de escola por causa dos garotos com quem se envolvia, mas não adiantou muito, deixo Dave de olho nela, mas ele está aprendendo sobre os negócios da família, não posso deixá-lo o tempo todo a cargo da irmã.

Jhonatan se sentiu enganado, se o próprio pai diz isso da filha, ela deve ser pior ainda.

— Vou investigar sua filha Natan, quero saber exatamente que tipo de mulher ela é, tenho um nome a zelar e não posso ter do meu lado uma qualquer.

Natan havia conseguido o que queria, plantou em Jhonatan a dúvida sobre o caráter da filha. Chegando em casa Natan encontrou Elizabeth lendo na sala, ela estava com um livro surrado que Adam pegou na biblioteca da escola. Era um livro que falava de plantas e do seu poder de cura.

— O que está fazendo?

— Estou lendo. — Elizabeth respondeu levantando uma sobrancelha.

— Pra quê?

— Eu só gosto de ler, estou passando o tempo...

— Não tem trabalho pra fazer?

— Pai, já cuidei de tudo, a casa está limpa e arrumada, a comida está pronta e a cozinha organizada.

— Ótimo! Vista isso, vai sair com uma pessoa hoje, apenas aproveite a noite e volte para casa, me entendeu?

Elizabeth olhou a sacola e ali tinha uma roupa que com certeza era nova, pois estava ainda com a etiqueta. Era uma calça jeans preta e uma blusa vermelha, era com mangas longas, Elizabeth tinha o corpo marcado com queimaduras e alguns ferimentos das surras que levava. Ela viu o conjunto e adorou, o pai nunca lhe comprava nada, e ganhar assim um look completo, para ela foi uma demonstração de afeto. Ela se levantou e abraçou o pai.

— Pai, eu amei! Obrigada pelo presente.

Natan a empurrou. — Não me abrace! Apenas me obedeça.

Elizabeth não discutiu, ela subiu, tomou um banho e se trocou. A roupa nova realmente ficou muito bem nela, ela colocou um tênis, não tinha saltos ou sapatos femininos.

Ela desceu e lá estava um rapaz, ele a viu descer as escadas e sorriu, Elizabeth naquele momento sentiu-se desconfortável, naquele sorriso tinha malícia, mesmo trancada em casa ela sabia que alguns homens não respeitavam as mulheres.

— Minha filha esse é o Ralph ele estudava com o Dave, vai sair com você.

— Pai, podemos falar na cozinha. — Ela foi apreensiva e Natan a seguiu.

— Pai, não quero sair com ele, eu não me sinto segura.

— Não estou lhe perguntando se quer, estou dizendo pra ir e pronto! Você reclama que não sai, que não se diverte, que não te dou nada e quando preparo um dia para você, desdenha? Estou tentando minha filha, tentando ser um bom pai...

Elizabeth se sentiu culpada, tratar uma surpresa do pai assim, ela deu um beijo no pai e voltou para sala.

— Podemos ir, estou pronta.

Natan sorriu ao ver Elizabeth sair.

**

Jhonatan estava em casa e recebeu uma mensagem de Dave.

Dave — "Meu amigo, vamos sair hoje? passo aí às 21h, tem um bar novo no centro."

Jhonatan — "Beleza, vou te esperar!"

Jhonatan e Dave passavam muito tempo treinando juntos, Natan aproveitava para envenenar ele contra Elizabeth, mas quando novo nunca ligou para os comentários de Natan, nunca havia visto ou ouvido de outra pessoa que ela não era uma pessoa decente.

Enquanto isso Elizabeth chegava a 230Fifth animada com Ralph, o lugar era no topo de um prédio, podia se ver a cidade inteira de lá, as luzes coloridas envolviam algumas mesas dando privacidade as pessoas.

— Elizabeth, o que achou do lugar?

— Tem bastante gente, né?

— É que você não está acostumada...

Ralph pegou uma bebida e colocou na frente dela, Elizabeth primeiro cheirou o copo, e fez uma careta, Ralph não pode deixar de rir dela.

— É para beber e não para cheirar... — Ele disse ainda rindo.

— Oh, desculpa! É costume meu, gravo as coisas pelo cheiro, às vezes é horrível.

— Tá, o que você bebe?

— Bebidas fortes eu nunca bebi.

— Sério, quando foi a última vez que saiu?

— Essa é a minha primeira vez. — Ela disse um pouco envergonhada.

Ele riu novamente, quando o amigo Dave disse que ele deveria seduzir e levar uma moça para cama, disse que ela era experiente e gostava de sair, não disse que era a própria irmã e nem que ela nunca havia saído, Ralph gostou da inocência dela, achou Elizabeth linda, pensou que ela conquistaria qualquer um, que Dave ter pedido que a levasse para cama era desnecessário, pois essa vontade já crescia nele.

Ralph pediu outra bebida e distraiu Elizabeth com um show de música ao vivo que estava acontecendo em um dos cantos, ela estava realmente começando a se divertir, para ela era bom ver as pessoas dançando e conversar com alguém além do irmão, já que só Adam lhe dava atenção.

— Elizabeth pedi outra coisa pra você, esse é bem leve, na verdade é um suco quase.

Elizabeth cheirou o copo e sentiu o aroma das frutas fresca que estavam cortadas, ela sorriu e bebeu um pouco.

— Elizabeth você namora?

— Não, mas meu pai me disse que tenho um noivo apenas esperando eu ter idade para me casar.

Ralph se preocupou, por que Dave pediria para ele seduzir a irmã comprometida? Elizabeth parecia tão boa. Ralph começou a pensar que estava sendo usado para algo ruim. — Peraí, quantos anos tem? — Ele perguntou.

— Eu tenho 17...

Ralph xingou mentalmente o amigo Dave, ele havia acabado de levar uma menina de 17 anos comprometida a um bar.

— Elizabeth, está tarde, vamos sair daqui.

— Posso pelo menos terminar a bebida?

— Não... Estou sendo gentil é melhor não... — Ralph queria deixar Elizabeth em casa antes do sonífero fazer efeito, ele deu uma dose pequena e Elizabeth nem havia tomado a bebida toda, ele pensava que ela ficaria mais relaxada e suscetível a aceitar uma noite com ele.

— Tudo bem. Então vamos.— Ela disse depois de dar mais um gole na bebida.

Ralph começou a descer com ela no elevador e Elizabeth se sentiu tonta, suas pernas chegaram a vacilar e Ralph a segurou para não cair.

— Calma Elizabeth, vou te deixar em casa.

Eles estavam realmente próximos, quando a porta do elevador se abriu no térreo, onde dois homens esperavam para subir.

— Encerrando a noite Elizabeth?

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